terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é...

Faz mais ou menos 3 meses, estou tomando remédio para ansiedade. Cheguei em um ponto que sair de casa para ir ao trabalho me dava arrepios...não dormia bem...meu humor estava em frangalhos...minha paciência (que já  não era muita) estava completamente minada. Me sentia mal durante todo o tempo em que estava na universidade com raríssimas exceções.

Fui me dando conta dessa situação ao longo dos últimos meses...comecei a perceber que tudo andava me irritando mais do que devia. Um probleminha virava um grande problema, uma pergunta se tornava um peso, um aluno que me olhasse torto parecia uma afronta...

Alguma coisa caia no chão e eu queria jogar o resto. O computador demorava para ligar e era como se eu não pudesse esperar ou não tivesse tempo...não conseguia me concentrar nas leituras (e eu preciso ler todos os dias com atenção). Só me sentia bem em casa e sozinho.

Conversei com um psiquiatra e ele me receitou uma medicação. Além da medicação, eu tb comecei a me afastar de coisas/pessoas que me deixavam ansioso: o whatsapp, algumas pessoas que vc não pode dizer "oi" que já emenda uma conversa sem fim, aquilo que deveria ser diversão mas tinha peso de obrigação, as redes sociais em demasia, os convites para trabalho que eu não queria participar, o excesso de reuniões desnecessárias que não resolviam nada e que eram, na verdade, uma oportunidade para marcar uma próxima reunião que tb não resolvia absolutamente nada...

Não estou cem por cento... é claro...mas ao me dar conta de que pessoas e situações me causam mais ansiedade e compreender que me afastar delas já produz um deslocamento enorme no meu dia, é uma grande conquista...

Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é (nos disse Caetano), então, somos nós que precisamos usar a régua para medir aquilo que nos incomoda e, na medida do possível, tentar mudar o que é possível ser modificado. 

A ajuda de um profissional é fundamental. Um profissional que vc confie e que te ouça com atenção. A medicação ajuda muito, mas é importante perceber a causa da ansiedade, compreendê-la e buscar uma solução.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Quem não tem tem limite ...

Não sou do tipo de cara que leva tudo muito de boa. Definitivamente, não sou desse jeito. Não sei se ser assim é uma pena. Sei apenas que não sou. Tenho pavio curto. Me arrependo depois da explosão. Fico bravo se alguma coisa me incomoda e não sei disfarçar. Minha cara me entrega. E cancelo, sem pena quem age comigo de forma grosseira.

Acho que para alguém ser desrespeitoso comigo, mal educado etc., precisa ter razão.  Do tipo que eu tenha feito alguma coisa de forma que seja uma resposta à altura. Posso ficar chateado, mas acabo entendendo que eu mereci. De verdade.

Não estou aqui dizendo que sou um cara justo sempre. Que entendo as pessoas. Que compreendo os comportamentos. Estou dizendo apenas como acho que sou diante de alguma situação que me ofende.

Faz pouco tempo, reencontrei um cara que conheci em Portugal, no ano em que lá morei para estudar. Não éramos amigos próximos, mas o pouco tempo em que por lá convivemos fez com que achássemos que se tivéssemos mais tempo juntos poderíamos ser amigos.

Nos encontramos e nos reencontramos outra vez aqui no Rio. Durante essa curta e mais atual temporada percebi em diversas situações que ele estava sendo grosseiro comigo. Fui deixando passar e achava que por ele ser bem mais novo que eu, ele não estava se dando conta dessas situações. 

Confesso que eu devia ter falado da primeira vez. Não o fiz. E aí aquilo que podia ser resolvido (ou não) numa conversa mais tranquila foi se avolumando a ponto de achar meio demais sair da minha casa para ouvir grosserias e me aborrecer.

Eu tento ser honesto/ético com as pessoas e cobro delas um comportamento parecido. E não tenho nenhuma dificuldade de ma afastar de quem não se comporta comigo dessa forma. Amizades devem, como qualquer relação, ter limites. 






13

Dia 12 de janeiro o Do Avesso completou 13 anos. Era para ser um blog de viagens e comentários sobre as cidades, as minhas impressões sobre os lugares (isso apenas na minha cabeça quando em uma viagem para Buenos Aires), mas virou um lugar para escrever, como está na descrição, sobre qualquer coisa... tenho escrito pouco porque cada vez mais preciso escrever sobre outras coisas na universidade...mas preciso dizer que passar por aqui, mesmo que seja para um texto curtinho, me dá o maior prazer.

Um incômodo que dura três meses


Não suporto o BBB. Acho uma chatice a programação da Globo nos meses do programa. Parece que todo mundo está interessado nisso. 

Aqui no Rio não tenho TV a cabo e fico, por isso, a mercê dos anúncios e da divulgação na programação diária do reality. Meu deus!!!! O dia inteiro: quem entrará, quem é quem, a família de quem entrou, aquilo que quem entrou diz que é, aquilo que é quem entrou via redes sociais, via amigos, via vizinhos. A infância de quem entrou, aquilo que "se espera" de quem entrou. 

Sem falar dos influenciadores que passam a "cobrir" o programa: comentários, análise, torcida, cancelamentos. Gente, não há vida inteligente fora desse programa para a TV Globo? Provavelmente, não há mesmo!!!! 

Acho que o programa é o que mantém a TV durante o resto do ano. Exatamente como funcionam as cidades que vivem do verão: aproveitam os meses quentes porque depois disso a grana fica escassa. Anúncios, patrocinadores, produtos, pay per view e tudo mais que não me lembro neste momento.

Para mim é um incômodo. Enquanto estou aqui, estou ouvindo comentários sobre o programa. E isso dura três meses.


Da séria: Contos mínimos

A conversa era narcísica. Ele me dizia o que eu queria ouvir porque amava ser amado. Havia um time de futebol apaixonado por ele e havia goz...