sábado, 6 de dezembro de 2014

Da Série Contos Mínimos

Ficou por horas tentando decidir para onde ir num sábado ensolarado. Pensou, pensou e decidiu ir para dentro de um abraço. Daqueles bem fortes, apertados feito um laço. Do tipo que dissolve qualquer desânimo e cansaço.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Da Série Contos Mínimos

A vida é engraçada. Para uma criança o tempo sempre se arrasta. Mas de repente você tem 50 anos. Tudo o que resta da sua infância cabe em uma caixinha enferrujada.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Uma parada para um pequeno texto

Estou por aqui, em casa, me organizando para me mudar de endereço. Me mudo na próxima semana para o apartamento novo. Novo apenas no sentido de "outro". Ele, ao contrário disso, é um apartamento bem antigo: prédio sem elevador, 3º andar, muitas escadas para subir e descer. Estou, é claro, cheio de expectativas para quando eu estiver por lá. Não vejo a hora da casa nova ficar do jeito que eu gostaria que ficasse. Mas não é bem sobre isso que queria escrever.
Como eu disse, estou me organizando para a mudança. Isso quer dizer que ando encaixotando os livros, os CDs, os DVDs, primeiramente. E aí, encontrei um livro de tarô que pertencia a minha mãe (o livro e as cartas do Tarô mitológico). Parei, é claro, o que eu estava fazendo para folhear o livro e encontro em diversas páginas anotações dela sobre as leituras propostas para as cartas, presentes no livro.
Minha mãe tinha uma letra linda. Letra de professora primária. Letra de quem alfabetiza. 
Em uma das páginas estava sobrescrito na página da CARTA DA SACERDOTISA: "sonhos - o elo que se chega ao inconsciente;" Na página seguinte: "O inconsciente: potenciais a serem desenvolvidos; diante de nós que conhece o segredo do mundo interior"; No pé da página: "intuições".
Sempre que eu pedia ela jogava tarô pra mim. É claro que tudo sempre era muito bom. Sempre eu ia ganhar algum dinheiro, encontrar algum amor, ter sorte no trabalho, ter uma vida longa, viajar (naquela época eu devia adorar viajar), ter saúde, muitos amigos por perto. Bem, algumas dessas previsões aconteceram sim. Vai ver que As cartas não mentem!
Bateu aquela saudade. Mas não saudade de tristeza. Apenas a saudade de estar perto. Saudades de ouvir a voz. Saudades de poder ligar para contar as novidades: foram tantas depois que ela morreu. Vai ver que ela, assim como as cartas, sabe de tudo. 

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Da Série Contos Mínimos

"O estudo não combateu minha timidez, mas me ajudou a ser feliz", disse-me João. Ainda sob o impacto da repercussão, na imprensa, em relação à sua nota no Exame Nacional do Ensino Médio.

domingo, 30 de novembro de 2014

True - Jamiei Lancaster


(Spandau Ballet)
So true
Funny how it seems always in time,
But never in line for dreams
Head over heels, when toe to toe
This is the sound of my soul
This is the sound
I bought a ticket to the world
But now i've come back again
Why do I find it hard to write the next line
When I want the truth to be said

Oh, oh, oh, oooh, oh
I know this much is true
Oh, oh, oh, oooh, oh
I know this much is true

With a thrill in my head an a pill on my tongue
Dissolve the nerves that have just begun
Listening to marvin all night long
This is the sound of my soul
This is the sound
Always slipping from my hands
Sand's a time of t's own
Take your seaside arms and write the next line
Oh I want the truth to be known

Oh, oh, oh, oooh, oh
I know this much is true
Oh, oh, oh, oooh, oh
I know this much is true

I bought a ticket to the world
But now i've come back again
Why do I find it hard to write the next line
When I want the truth to be said

Oh, oh, oh, oooh, oh
I know this much is true
Oh, oh, oh, oooh, oh
I know this much is true
This much is true

Da Série Contos Mínimos

Ontem, me lembrei de uma vez que te encontrei chorando no quarto. A maquiagem escorria pelo rosto e eu não sabia por qual tristeza você chorava. Sabia que devia ficar por ali para compreender, apenas.

Ron English - Exposição na Caixa Econômica - Centro - Rio de Janeiro

Admirado por sua criatividade e obras provocativas, Ron English faz uso de figuras e marcas bastante conhecidas do público para analisar a cultura ocidental. "Ele usa técnicas da propaganda para questionar a orientação consumista da sociedade, apropriando-se de outdoors, reconfigurando e ressignificando a iconografia pop com surrealismo e humor ácido", conta Rafael Ferraz, curador da mostra.
Ron é um dos três grandes nomes do Surrealismo Pop, ao lado de Robert Williams e Mark Ryden, e um dos mais importantes da arte contemporânea. É considerado um dos criadores da street art e das intervenções urbanas.
Na opinião do artista, seu trabalho tem o objetivo de “recontextualizar” as imagens do consumismo pop e revelar sua visão do que é a alma americana. “Começo modelando cenários em 3D, que funcionam como um mundo interior povoado por imagens esculpidas, encontradas e fabricadas por mim. Ilumino e fotografo esses cenários e, usando as fotos como estudos, pinto à tinta óleo na tela. Tenho criado novos personagens que se originaram do meu processamento da iconografia pop, mas que se tornaram uma fusão do pessoal com o universal”, explica Ron English.
 









 

domingo, 23 de novembro de 2014

Quando a novela das 19h se traveste de novela das 21h.

Bem, não é novidade alguma que eu gosto muito de assistir as novelas das 19h. É o meu horário de descanso. A hora em que como alguma coisa e a novela me distrai.
Mas quando a novela das 19h (que, por "natureza" é uma novela bem mais light do que a das 21h, porque investe no humor como uma forma de alcançar a audiência, porque não trata de assuntos sérios e nem faz campanhas para isso ou aquilo que "incomoda" a sociedade) começa a trazer personagem que perde a memória como alternativa para segurar a trama ou aquele esquema de irmãos apaixonadas pela mesma mulher (um bonzinho e o outro mauzinho), uma mocinha sonsa que não percebe um palmo a frente de seu nariz. Tá na hora de mudar de canal!

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Da Série Contos Mínimos


Uma sensação de medo e alegria, de insegurança e felicidade me engoliu como uma onde engole um surfista. Fiquei sem saber ao certo o que fazer diante das chaves de casa.

Uma aposta que se perde!

A gente aprende a lidar com a ausência quando só há ausência. Se a presença é escassa, se não há reciprocidade, se é preciso implorar a comp...