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É UM ESPAÇO PARA EU ESCREVER SOBRE O QUE GOSTO E NÃO-GOSTO: FILMES, DISCOS, LIVROS, FOTOGRAFIAS, TV, OUTROS BLOGUES, PESSOAS, ASSUNTOS VARIADOS. NENHUM COMPROMISSO QUE NÃO SEJA O PRAZER.
FIQUEM À VONTADE PARA CONCORDAR OU DISCORDAR (SEMPRE COM RESPEITO E COM ASSINATURA), SUGERIR OU OPINAR. A CASA É MINHA, MAS O ESPAÇO É PARA TODOS.
As distâncias são medidas pela velocidade da sua internet e pela sua disposição de enviar ou não uma mensagem.
Num segundo chego aonde eu quiser, sem sair do lugar. Não é preciso me descolar de onde estou.
Nem preciso parar para escrever, com um comando de voz abro um app e dito a mensagem, em seguida, com outro comando, posso publicar nesta ou naquela rede, ou em ambas, se achar melhor.
Pronto. Missão cumprida. Os pêsames foram parar aonde deviam, os parabéns alegraram mais um aniversariante ou aquele que conquistou alguma coisa ou alguém.
E eu me conectei de verdade com o outro que através de um app leu/ouviu o que enviei com um comando de voz.
Devia ser, no mínimo, angustiante viver daquele jeito: viver sob as marquises. Não ter para onde voltar e contar apenas com a sorte do dia. Nele apenas um olhar indiferente. Não fazia nenhuma diferença se era segunda ou sábado, dia ou noite, véspera de natal ou o dia do seu aniversário. Ele era um bloco de cimento armado.
Irrompe porta adentro, senhor de si, um personagem de uma história. Aos berros, pergunta o porquê dele sofrer tanto ao longo de sua jornada ficcional. Eu, pego de surpresa, digo apenas que, algumas vezes, o personagem tem responsabilidades sobre o destino. Ao longo de uma narrativa, assim como na não-ficção, nem sempre o autor controla o próximo passo.
A gente devia, porque se assim não fosse, seria uma outra vida (a que a gente não tem), imaginar todos os dias que hoje poderia ser o último dia. E às vezes é.
Eu jamais deixei de dizer à Monica o quanto eu a amava. O quanto eu sentia sua falta. O quanto eu me sentia bem em sua companhia.
Nossas vidas se cruzaram num barco rumo à Ilha Grande, no Rio de Janeiro, e nunca mais nos largamos. Foi sim ... amor à primeira vista. Não foi à toa que os nossos olhares se esbarraram e que nos aproximamos no meio do mar.
Dona de um sorriso largo, de um abraço apertado e quente, de gestos generosos.
Me salvou à vida. Eu desesperado, ela me acalmou com um caminho: fácil, à mão, mas que precisava de ser apontado.
Já trocamos batidas de coração vendo a lua (a milhas e milhas de distância). A lua era um caminho que nos aproximava.
Tantas músicas ouvimos juntos. Tantas dedicamos ao outro. Tantos papos batemos. Tantas poesias lemos. Tantas risadas, daquelas de dar dor na barriga e de doer as bochechas, compartilhamos. Se nos encontrávamos, era abraços e braços para todos os lados. Não havia rosto suficiente para tantos beijos e nem olhar bastante para o tanto que queríamos dizer. Dizíamos muito pelo assim.
Hoje, recebo a notícia de que vc morreu. Mas vc é uma nuvem e nuvens não morrem. Nuvens passam. Nuvens se transformam, às vezes em chuva, às vezes em bichinhos estranhos para tornarem-se nuvens outra vez.
Saudades vou sentir sempre, porque é este o sentimento que sempre tenho por vc. Você é uma grande amiga, daquelas que moram no lado esquerdo do peito. Pra sempre.
Lendo o texto do Pondé, publicado hoje, 13 de novembro na Folha de São Paulo, "iGen: Jovens em agonia", que fala da geração i, “i” de Iphone, fiquei pensando um pouco mais sobre eles, esses jovens, incapazes de estar em sala de aula longe de seus aparelhos encantados.
O que tem me chamado mais atenção é a forma como ficam tensos, agressivos, irritados, insatisfeitos se são contrariados. A maior parte não tá preparada para ouvir nada que não seja elogio. Não sabem lidar com a frustração. Mesmo as pequenas.
Uma boa parte não aceita de forma alguma que o professor diga que aquela hora é o momento de prestar atenção à explicação (estranho ter que dizer isso!). Agem como se nos fizessem um favor.
“Nada de celular, queridas e queridos, agora olhem para mim (nem precisa me ouvir, mas guardem seus aparelhos!”, diz um professor imaginário, calmo, cheio de paciência.
E eu pergunto: Os celulares não deveriam estar dentro das mochilas e desligados? E aviso: Guarde o celular!
“Cuidado, professor, com o que você diz!” É o que está escrito nas suas caras!
Eles ATÉ te respeitam (a universidade é mesmo uma ilha. Já ouvi história de aluno que soca o professor nessas horas), mas em seguida te olham como se dissessem: “Guardei não porque você mandou, mas porque eu quis, porque, se você não sabe, meu caro, eu posso, eu devo fazer exatamente apenas o que me agrada. Qual é o problema de eu usar o celular enquanto você se esgoela em sala de aula? Venha me tomar?! Te processo! Que cara chato e impertinente!” (nos olham assim!).
Uma parte desconhece a palavra “não”. A impressão que tenho, algumas vezes, é a de que os pais/responsáveis se livraram da obrigação da educação. Eles não dizem “não” para os filhos e quem é o professor para tamanha afronta?
Pode parecer que estou com raiva dos alunos, né não? Não estou. Fico apenas pensando o que tô fazendo ali. Por que me preocupar se estão ouvindo música, conversando, mandando mensagens, passeando nas redes sociais ou dormindo? Uma parte é porque isso me atrapalha (e eles não entenderam, mesmo na universidade, que dar aula é um trabalho e que ser professor é uma profissão), me desconcentra. E outra parte é a incapacidade d’eu compreender o porquê deles não conseguirem se concentrar por vinte, trinta minutos (com intervalos para piadas e gracinhas).
E olha que tenho com a maior parte dos meus alunos uma relação de amizade, de respeito e de admiração, mas tem hora que...a minha vontade é a de juntar as minhas coisas, passar na coordenação e avisar que não entro mais naquela sala. Mas me lembro que é o meu trabalho.
A salvação é que isso não é uma regra. Há também aqueles que são educadíssmos, generosos, divertidos, e, sobretudo, boas pessoas. Não que aqueles não sejam tudo isso. São também. Precisam apenas entender que a sala de aula não é a sala de casa nem sua extensão, ainda que em muitos momentos elas se assemelhem.
Me senti como uma criança que busca o rosto da mãe em meio a tantas outras mães numa apresentação na escola. Mas ela não estava. Preciso me virar com o que tenho dela por aqui.
Anos 70 (e poucos): sapato
cavalo-de-aço, calça boca-de-sino, cigarro de chocolate, cabelos compridos e
muita vontade de crescer para ser alguma coisa além de ser criança e achar o mundo uma chatice. Cresci, calça jeans e camiseta todos os dias, cabeça raspada (não por opção), cigarro nem de chocolate. O mundo nos anos 2000 (e poucos) está cada vez mais chato.
Quase cena de filme: sozinho numa banheira. Meu coração parou. Fiquei ali por longos dias até que dessem falta de mim. Eu nunca estava em outros lugares. Finalmente descoberto enquanto a carne se desprendia de mim.
Se você souber que seu o professor de português
é gay, altera o conteúdo da disciplina? Se você souber que o seu ator predileto
é bissexual, altera a qualidade da sua interpretação? Se você souber que foi
uma trans que te atendeu naquela loja
moderna, altera o seu interesse pela roupa? Se você souber que sua escritora
preferida é lésbica, altera o conteúdo do livro? Se você souber que a médica
que te salvou é uma travesti, altera a sua vida? Pense nisso.
Achei que esta semana não acabaria nunca. De pré-defesa de TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) à defesa de mestrado, passando por aulas (graduação e pós) para preparar e 2 bancas de qualificação de mestrado, além de estágio (2 noites, três duplas) para acompanhar, sem falar nas visitas em casa (ainda bem que elas se viraram melhor do que eu poderia supor, inclusive ajudando).
Esta semana começou no fim de semana passado porque eu precisava terminar uma apresentação para me dedicar à leitura dos TCC´s cujas bancas aconteceriam na manhã de segunda.
Não sei se isso acontece com todo mundo, mas diante de tantas obrigações me bate um medo de não ter energia e vontade para realizá-las: não consigo escrever sem ler (antes) e não consigo escrever se eu não estiver relaxado suficientemente para poder refletir sobre o texto que deverá ser escrito.
Bem, eu sabia que a semana terminaria, mas no olho do furacão nem sempre a gente tem essa percepção tão clara. Acordava tenso e cansado porque eu precisava sempre na noite anterior estar atento e forte.
É claro que na eminência do furação passar, eu deixei de fazer algumas coisas: ir à academia, por exemplo, além de cumprir uma promessa feita a uma das duplas de estágio (não consegui ir à escola entregar os documentos para a realização das aulas).