segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Ida Gomes (texto)

Triste surpresa saber que a atriz Ida Gomes foi enterrada nesta segunda-feira. A lembrança mais antiga que tenho dela é em "O Bem Amado", eu era bem pequeno, mas como muitos capítulos da novela foram gravados em Sepetiba, bairro do Rio em que meus avós moravam, eu me divertia e acompanhava de perto "Dorotéia", uma das "Irmãs Cajazeiras". Vi ainda alguns filmes, lembro-me agora de "Copacabana" e, em 2003, da peça "Tio Vânia". Não sei ao certo quantos anos de carreira tinha, mas de qualquer forma, atuou ativamente na TV, no cinema e no teatro, além de ser a dubladora oficial de Bette Davis. Fica então essa notinha como forma de homenagem e de lembrança dessa grande atriz nascida na Polônia, criada na França até os 13 anos e brasileira de algumas décadas.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

A minha alegria atravessou o mar (texto)

Hoje foi um dia especial, (re)encontrei amigos de longas datas. Muito bom ver que as pessoas estão bem e ainda acreditando no carnaval como forma de confraternizar. Esta festa na Ilha foi a oportunidade de encontros especiais: novos amigos, velhos amigos, novos-velhos amigos. Um dia cheio de sol, de mar tranquilo, de música, de caipirinha, de riso frouxo.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Blá Blá Blá (texto)

Chegamos à Ilha por volta das 15h. Um sol intenso na estrada. O trânsito tb intenso, mas sem congestionamento. Foram 4h de muita conversa. Gosto de ouvir quem tem o que dizer. A conversar é um dos melhores passatempos e por que não dizer prazeres. Falar muito nunca é sinônimo de falar qualquer coisa quando se encontra alguém que observa o cotidiano, que se observa o tempo todo e consegue, o mais complicado, transformar o visto em palavras.
É claro que poucas pessoas têm essa capacidade, mas eu, homem de sorte, conheço muitas delas.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Entre o eu "auto-afirmação" e o "arrogante" (texto)

Hoje, no almoço com alguns amigos, lembramos de casos de pessoas que adoram a primeira pessoa do singular como o tema central de qualquer conversa: "eu posso, eu faço, eu consigo, eu trabalho, eu vou, eu fiz, o meu é assim, o meu é assado, o meu faz mais sucesso, eu sou reconhecido etc. etc. etc." Cada um de nós teve um caso para relatar: desde a amiga de uma amiga que não se conformava com o sucesso alheio, ou seja, que não fosse seu próprio sucesso, a ponto de chegar para uma visita e, antes mesmo de cumprimentar a dona da casa, perguntou se o apartamento tinha sido comprado à vista ou financiado, até um conhecido meu que, dia desses, num telefonema eu consegui contar 30 usos do "eu" numa conversa de 10 minutos por telefone.
É interessante notar, se é que existe fato interessante num situação dessas, é que o outro (aquele que usa o "eu" o tempo todo) não consegue ouvir nada que não seja a sua própria história, seu próprio umbigo e quer o tempo todo o centro do picadeiro. Carência, insegurança, auto-afirmação, narcisismo, arrogância ou seja lá o que for só produz efeito se tem plateia. Por isso, acredito, temos uma parcela grande de culpa quando contribuímos com esses comportamentos. Dar atenção para uma criatura como essa é mesmo alimentar a fome do outro.
É um desvio sério de comportamento: um gato que se vê leão, e pior, um gato que quer ser visto como leão. Da mesma proporção, acredito, considerando às diferenças, o magro que se vê gordo, o bonito que se vê feio, o mentiroso compulsivo e por aí vai.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Mas também há dias... (texto)

Da mesma forma como as coisas boas passam, passam tb as ruins. E hoje já é outro dia. Dia desses uma grande amiga me falou daquele presentinho chinês, aquele pedacinho de papel dobrado com a seguinte frase escrita: "Isso também vai passar." e que a gente deve abrir ou quando estiver muito triste ou alegre demais.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Há dias que (texto)

Hoje o dia foi bem ruim. Faz tempo não me sinto dessa forma: desanimado, sem ânimo para nada, vontade de nem ter saído da cama, nada me agrada, nem música consegui ouvir. Desses dias que a gente tem vontade de pular e acordar no dia seguinte pra ver se faz mais sentido estar por aqui (aqui é igual a qualquer lugar). Mas nem isso é possível porque apesar da gente estar se sentindo esquisito o mundo continua rodando da mesma forma.
Nem posso dizer que a chuva tem alguma culpa, o mal tempo, o céu nublado, as ruas molhadas. Já vi dias bem piores. Estou com uma sensação de nada feito. Talvez se eu pudesse falar com alguém sobre isso...se eu conseguisse me concentrar num filme...se eu tivesse vontade de TV...mas nada está onde devia agora.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

As pernas curtas da Mentira ou Verdades que se tornam mentiras por associação (texto)

Longe de mim querer ser o guardião da moralidade, longe nem seria o advérbio mais adequado porque se sou moralista sou tb equivocado. Sei que mentira compulsiva é doença. Convivi alguns anos com um grande amigo (e o fato dele ser mentiroso não afetava a nossa relação) que mentia de formas diversas e sobre tudo: da doença terminal de sua mãe ao salário que ganhava numa multinacional que acabara de contratá-lo como assessor de imprensa; do assalto que sofrera dentro de sua Ferrari à comida contaminada no Celeiro; do namoro com um global à viagem à Grécia. E por aí ela ia contando para si mesmo (porque ninguém mais acreditava em suas histórias) essas suas façanhas. Quanto eu estava de bom humor eu ouvia atenciosamente, quando meu humor não era dos melhores eu simplesmente ouvia o que ele falava.
Hoje, ao ler na Revista Época que a brasileira, aquela que se disse atacada por neonazistas na Suíça, tinha um passado que a condenava em relação às mentiras que contava aos amigos do trabalho, me lembrei desse cara, e me lembrei tb que quando ele sabia que nós sabíamos de suas mentiras ele mentia novamente nos dizendo que estava em tratamento para deixar de mentir. Outra mentira para justificar as mentiras anteriores. Ele nunca se tratou. E era de tal forma doente que acreditava mesmo naquilo que dizia e isso fazia, às vezes, com que fosse mesmo convincente. Ele se meteu em vários problemas por conta disso, um dos mais comuns era se esquecer do que havia inventado e ter que se explicar quando era surpreendido. Passava grandes vergonhas e ainda assim, por ser doente, não se conscientizava do que acontecia.
O fato da brasileira ter mentido aos amigos sobre a morte de um ex-marido num acidente de avião ou a mentira sobre a sua gravidez não significa que ela não tenha sido atacada por neonazistas, mas põe em dúvida qualquer outra história que ela venha a contar.
Casos como esse, o do meu amigo, seriam necessários alguns encontros com um psicanalista para que eles pudessem encontrar a origem desse comportamento, mas para isso, seria necessário que ele estivesse disposto a se tratar. Ele nunca se meteu em problemas como este da brasileira que envolvera até o presidente da república, o ministro das relações exteriores, jornalistas e todos nós, de alguma forma, mas se tivesse oportunidade, não duvido de que faria alguma coisa semelhante.

Da séria: Contos mínimos

A conversa era narcísica. Ele me dizia o que eu queria ouvir porque amava ser amado. Havia um time de futebol apaixonado por ele e havia goz...