quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Alguma coisa (texto)

Comprei o CD duplo de Maria Rita, Redescobrir. É uma homenagem à Elis Regina, sua mãe. Mas não vou escrever sobre o CD. Não pelo menos agora, quem sabe num outro post.
Ele, o CD,  me lembra a minha mãe e por isso ando um pouco triste. Bateu uma saudade daquelas!!!
Além disso, fim de ano, natal, viagem para o Rio, aniversário dela se aproximando, meu aniversário bem perto, tudo isso reforça a sua ausência. Hoje à noite, quase agora, meu padrasto me ligou, e outra vez senti aquela sensação de que "alguma coisa" tinha acontecido. Ele nunca me liga à noite. Nunca. E aí quando tocou, inda mais o celular, já fiquei tenso, mas não era "alguma coisa", era apenas para saber quando eu chegava no Rio. Ufa!!!
O que eu queria mesmo para esses dias era ter a certeza de que consegui finalizar todas as atividades do ano, mas a impressão que eu tenho é que mesmo depois do fim do mundo, previsto para o próximo dia 21, eu tenha ainda um bônus de atividades para concluir.
Pior disso tudo é que tenho certeza, porque para concluir o meu trabalho eu preciso do trabalho dos outros (aquela antiga fórmular continua valendo: se eu não entrego no dia combinado, vc não entrega no dia combinado e o dia combinado fica descombinado), que não vou fechar o ano como eu gostaria, ou seja, com tempo suficiente para pensar na viagem de fim de ano. Bem, não vou sofrer antecipadamente.
Hoje estou com um cansaço de outra vida. Acordei cedo, apliquei a prova de Exame, corrigi, fechei os diários (minto, ainda restam as faltas) e agora à tarde me concentrei em outras atividades.
Estou usando um calendário da seguinte forma, a cada dia excluo um dia com base nas atividades finalizadas. Estou ainda no dia 1º de dezembro.
Bem, como o tempo do trabalho não é o mesmo tempo da vida real, espero conseguir, por esses dias, fazer com que eles se encontrem.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Quase lá... (texto)

Fim de ano é realmente um período cheio de atividades que devem ser concluídas. Não há uma alma (as vivas, pelo menos) que eu encontre e que eu pergunte sobre as férias que não me diz estar ainda até o pescoço de relatórios, provas, diários, notas, exames, para fechar.
Eu, por dia, revejo o que está faltando para fechar o ano acadêmico: 3 diários, a segunda fase do vestibular, um concurso externo, são essas as atividades que preciso dar conta até o dia 21 de dezembro.
Hoje, por exemplo, fechei as faltas e presenças, inseri as notas dos 4 bimestres (nos diários), enviei ao colegiado o pedido de 2 monitorias para o próximo ano, conversei rapidinho com a minha coordenadora sobre a viagem a Portugal em fevereiro. Antes de sair da univ. a Pró-reitora me chamou para um pequeno papo sobre um possível vestibular(zinho) para o próximo ano (já me arrepiei).
Ah, tem ainda uma defesa de mestrado na próxima segunda-feira (vamos lá, Luiz!!!).
E assim vou até sabe deus quando.
Tá tão corrido que mal tenho tido tempo de passar aqui. Fiquei pensando que aquela proposta de escrever por prazer foi deixada de lado em virtude do cansaço. Quem tem alguma ideia com a agenda tão cheia de compromissos?
Achei de verdade que a ida para Santa Maria fosse o meu último compromisso... na verdade, Santa Maria foi o último prazer do ano (por enquanto), em termos profissionais.
Blz. Vamos em frente!

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Cobras, e os lagartos?







O fotógrafo e amante das serpentes Guido Mocafico resolveu fotografar esses animais fascinantes de uma perspectiva diferente. Ele coloca os animais numa caixa retangular e tira a foto e cima, gerando um resultado geométrico muito interessante, e nos permitindo observar os detalhes desses seres incríveis e mortais.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Veja que lixo! (Jean Wyllys)


Eu havia prometido não responder à coluna do ex-diretor de redação de Veja, José Roberto Guzzo, para não ampliar a voz dos imbecis. Mas foram tantos os pedidos, tão sinceros, tão sentidos, que eu dominei meu asco e decidi responder.
A coluna publicada na edição desta semana do libelo da editora Abril — e que trata sobre o relacionamento dele com uma cabra e sua rejeição ao espinafre, e usa esses exemplos de sua vida pessoal como desculpa para injuriar os homossexuais — é um monumento à ignorância, ao mau gosto e ao preconceito.
Logo no início, Guzzo usa o termo “homossexualismo” e se refere à nossa orientação sexual como “estilo de vida gay”. Com relação ao primeiro, é necessário esclarecer que as orientações sexuais (seja você hétero, lésbica, gay ou bi) não são tendências ideológicas ou políticas nem doenças, de modo que não tem “ismo” nenhum. São orientações da sexualidade, por isso se fala em “homossexualidade”, “heterossexualidade” e “bissexualidade”. Não é uma opção, como alguns acreditam por falta de informação: ninguém escolhe ser homo, hétero ou bi.
O uso do sufixo “ismo”, por Guzzo, é, portanto, proposital: os homofóbicos o empregam para associar a homossexualidade à ideia de algo que pode passar de uns a outros – “contagioso” como uma doença – ou para reforçar o equívoco de que se trata de uma “opção” de vida ou de pensamento da qual se pode fazer proselitismo.
Não se trata de burrice da parte do colunista portanto, mas de má fé. Se fosse só burrice, bastaria informar a Guzzo que a orientação sexual é constitutiva da subjetividade de cada um/a e que esta não muda (Gosta-se de homem ou de mulher desde sempre e se continua gostando); e que não há um “estilo de vida gay” da mesma maneira que não há um “estilo de vida hétero”.
A má fé conjugada de desonestidade intelectual não permitiu ao colunista sequer ponderar que heterossexuais e homossexuais partilham alguns estilos de vida que nada têm a ver com suas orientações sexuais! Aliás, esse deslize lógico só não é mais constrangedor do que sua afirmação de que não se pode falar em comunidade gay e que o movimento gay não existe porque os homossexuais são distintos. E o movimento negro? E o movimento de mulheres? Todos os negros e todas as mulheres são iguais, fabricados em série?
A comunidade LGBT existe em sua dispersão, composta de indivíduos que são diferentes entre si, que têm diferentes caracteres físicos, estilos de vida, ideias, convicções religiosas ou políticas, ocupações, profissões, aspirações na vida, times de futebol e preferências artísticas, mas que partilham um sentimento de pertencer a um grupo cuja base de identificação é ser vítima da injúria, da difamação e da negação de direitos! Negar que haja uma comunidade LGBT é ignorar os fatos ou a inscrição das relações afetivas, culturais, econômicas e políticas dos LGBTs nas topografias das cidades. Mesmo com nossas diferenças, partilhamos um sentimento de identificação que se materializa em espaços e representações comuns a todos. E é desse sentimento que nasce, em muitos (mas não em todas e todos, infelizmente) a vontade de agir politicamente em nome do coletivo; é dele que nasce o movimento LGBT. O movimento negro — também oriundo de uma comunidade dispersa que, ao mesmo tempo, partilha um sentimento de pertença — existe pela mesma razão que o movimento LGBT: porque há preconceitos a serem derrubados, injustiças e violências específicas contra as quais lutar e direitos a conquistar.
A luta do movimento LGBT pelo casamento civil igualitário é semelhante à que os negros tiveram que travar nos EUA para derrubar a interdição do casamento interracial, proibido até meados do século XX. E essa proibição era justificada com argumentos muito semelhantes aos que Guzzo usa contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Afirma o colunista de Veja que nós os e as homossexuais queremos “ser tratados como uma categoria diferente de cidadãos, merecedora de mais e mais direitos”, e pouco depois ele coloca como exemplo a luta pelo casamento civil igualitário. Ora, quando nós, gays e lésbicas, lutamos pelo direito ao casamento civil, o que estamos reclamando é, justamente, não sermos mais tratados como uma categoria diferente de cidadãos, mas igual aos outros cidadãos e cidadãs, com os mesmos direitos, nem mais nem menos. É tão simples! Guzzo diz que “o casamento, por lei, é a união entre um homem e uma mulher; não pode ser outra coisa”. Ora, mas é a lei que queremos mudar! Por lei, a escravidão de negros foi legal e o voto feminino foi proibido. Mas, felizmente, a sociedade avança e as leis mudam. O casamento entre pessoas do mesmo sexo já é legal em muitos países onde antes não era. E vamos conquistar também no Brasil!
Os argumentos de Guzzo contra o casamento igualitário seriam uma confissão pública de estupidez se não fosse uma peça de má fé e desonestidade intelectual a serviço do reacionarismo da revista. Ele afirma: “Um homem também não pode se casar com uma cabra, por exemplo; pode até ter uma relação estável com ela, mas não pode se casar”. Eu não sei que tipo de relação estável o senhor Guzzo tem com a sua cabra, mas duvido que alguém possa ter, com uma cabra, o tipo de relação que é possível ter com um cabra — como Riobaldo, o cabra macho que se apaixonou por Diadorim, que ele julgava ser um homem, no romance monumental de Guimarães Rosa. O que ele, Guzzo, chama de “relacionamento” com sua cabra é uma fantasia, pois falta o intersubjetivo, a reciprocidade que, no amor e no sexo, só é possível com outro ser humano adulto: duvido que a cabra dele entenda o que ele porventura faz com ela como um “relacionamento”.
Guzzo também argumenta que “se alguém diz que não gosta de gays, ou algo parecido, não está praticando crime algum – a lei, afinal, não obriga nenhum cidadão a gostar de homossexuais, ou de espinafre, ou de seja lá o que for”. Bom, nós, os gays e lésbicas, somos como o espinafre ou como as cabras. Esse é o nível do debate que a Veja propõe aos seus leitores.
Não, senhor Guzzo, a lei não pode obrigar ninguém a “gostar” de gays, lésbicas, negros, judeus, nordestinos, travestis, imigrantes ou cristãos. E ninguém propõe que essa obrigação exista. Pode-se gostar ou não gostar de quem quiser na sua intimidade (De cabra, inclusive, caro Guzzo, por mais estranho que seu gosto me pareça!). Mas não se pode injuriar, ofender, agredir, exercer violência, privar de direitos. É disso que se trata.
O colunista, em sua desonestidade intelectual, também apela para uma comparação descabida: “Pelos últimos números disponíveis, entre 250 e 300 homossexuais foram assassinados em 2010 no Brasil. Mas, num país onde se cometem 50000 homicídios por ano, parece claro que o problema não é a violência contra os gays; é a violência contra todos”. O que Guzzo não diz, de propósito (porque se trata de enganar os incautos), é que esses 300 homossexuais foram assassinados por sua orientação sexual! Essas estatísticas não incluem os gays mortos em assaltos, tiroteios, sequestros, acidentes de carro ou pela violência do tráfico, das milícias ou da polícia.
As estatísticas se referem aos LGBTs assassinados exclusivamente por conta de sua orientação sexual e/ou identidade de gênero! Negar isso é o mesmo que negar a violência racista que só se abate sobre pessoas de pele preta, como as humilhações em operações policiais, os “convites” a se dirigirem a elevadores de serviço e as mortes em “autos de resistência”.
Qual seria a reação de todas e todos nós se Veja tivesse publicado uma coluna em que comparasse negros e negras com cabras e judeus com espinafre? Eu não espero pelo dia em que os homens e mulheres  concordem, mas tenho esperança de que esteja cada vez mais perto o dia em que as pessoas lerão colunas como a de Guzzo e dirão “veja que lixo!”.
Jean Wyllys
Deputado Federal (PSOL-RJ)

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Brasil Pandeiro (Assis Valente)


Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor
Eu fui na Penha, fui pedir ao Padroeiro para me ajudar
Salve o Morro do Vintém, Pendura a saia eu quero ver
Eu quero ver o tio Sam tocar pandeiro para o mundo sambar
O Tio Sam está querendo conhecer a nossa batucada
Anda dizendo que o molho da baiana melhorou seu prato
Vai entrar no cuzcuz, acarajé e abará.
Na Casa Branca já dançou a batucada de ioiô, iaiá
Brasil, esquentai vossos pandeiros
Iluminai os terreiros que nós queremos sambar
Há quem sambe diferente noutras terras, noutra gente
Num batuque de matar
Batucada, Batucada, reunir nossos valores
Pastorinhas e cantores
Expressão que não tem par, ó meu Brasil
Brasil, esquentai vossos pandeiros
Iluminai os terreiros que nós queremos sambar
Ô, ô, sambar, iêiê, sambar...
Queremos sambar, ioiô, queremos sambar, iaiá

Uma aposta que se perde!

A gente aprende a lidar com a ausência quando só há ausência. Se a presença é escassa, se não há reciprocidade, se é preciso implorar a comp...