segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Hutong, Palácio de Verão (texto)


Tudo o que diz respeito aos Imperadores, aqui na China, tem proporções faraônicas. Tudo é grande demais. Toda visita demandaria alguns dias inteiros num sobe e desce escadas, rampas, andares para que uma parte fosse vista. Tudo é nessa proporção e por isso exige muito preparo físico. Se eu soubesse disso, teria me dedicado um pouco mais aos exercícios aeróbicos.

Hoje pela manhã, fomos visitar uma hutong (as hutong são criadas pelos muros das casas com pátio (sibeyuan). Antigas casas de altos funcionários e dos abastados, agora quase todas são do Estado. Atualmente habitadas por pessoas com menor poder aquisitivo. É fácil encontrar as hutong: procure as ruelas entre as ruas principais no sul de Qian Men ou ao redor de Hou Hai e Qian Hai. Quase todas foram destruídas, algumas viraram hotéis, mas outras tantas resistiram à modernização de Pequim. São casas comunitárias, com banheiros comunitários, cada família mora numa divisão dessas grandes casas e dividem o mesmo banheiro. Não é propriamente um cortiço, mas teríamos uma ideia se pensássemos neles.
Ao chegarmos nessa região, fizemos um passeio de riquixá (veículo pequeno e leve, de três rodas, para dois passageiros, puxado por um homem que vai pedalando). Um passeio bem agradável por entre as ruas próximas às hutong. Nesse passeio pudemos observar a vida dos nativos sem muita maquiagem.
A que visitamos hoje está de posse de uma mesma família há cinco gerações. Uma sala, o quarto do casal, o quarto da filha (apenas uma) e um pequeno espaço de um lado. Do outro, a cozinha, uma sala para jantar, mais dois pequenos espaços (num deles encontramos 3 grilos em gaiolas – muito comum na China grilos como animais de estimação; alguns pássaros). Foi uma visita bem rápida porque logo chegou um outro grupo de turistas para ver o local.
Depois disso, fomos ao Palácio de Verão (foto) dos Imperadores. Nem preciso dizer que a construção era enorme, muitos salões, muitas escadas, quase tudo em vermelho e amarelo, a cor dos Imperadores. Atravessamos um lago artificial, aproximadamente uns 10 campos de futebol. Aproveitando uma referência bem visual para nós brasileiros. O Palácio foi construído numa montanha também artificial construída com a terra retirada do lago.
Fiquei cansado de tanto caminhar e me perguntando se o Imperador não se exauria de tanto ir e vir. Aí, me dei conta de que, muito provavelmente, ele era carregado de um lado para o outro. Não era ele quem se cansava.
Almoçamos num restaurante que fica dentro do terreno desse Palácio, comida muito condimentada. Bastante comum por aqui.
Por volta das 14h30, voltamos ao hotel. E, como hoje é o nosso último dia em Pequim, aproveitei para organizar a minha mala. Já que saímos amanhã às 6h. Estou muito cansado. Por mim estaria amanhã no Brasil, mas ainda falta Xangai. Vamos ver o que nos espera.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Da séria: Contos mínimos

A conversa era narcísica. Ele me dizia o que eu queria ouvir porque amava ser amado. Havia um time de futebol apaixonado por ele e havia goz...