sábado, 22 de agosto de 2009

Slow Music - Joyce (CD)

"A pausa é um momento importante da música. Sem silêncio, não existe som. Sem o claro-escuro, não se veem todas as nuances da cor. Sutileza gera sutileza". Palavras da Joyce como forma de explicar seu mais recente álbum, Slow Music.
O CD tem doze faixas, entre inéditas compostas pela cantora e releituras de obras de Chico Buarque, Vinícius de Moraes, Marcos Valle e Johnny Alf, entre outros.
Em grande forma vocal, Joyce é acompanhada por um trio afiadíssimo: Hélio Alves no piano, Jorge Helder no baixo e o marido da artista, Tutty Moreno, na bateria.
A inspiração, conta a cantora, surgiu do manifesto Slow Food, do italiano Carlo Petrini, que prega a falta de pressa para se alimentar. Joyce aplicou a ideia à música.
Das composições, as melhores são as duas últimas faixas, "Sobras da Partilha" e "Valsa do Pequeno Amor".
Das releituras, Joyce recria as pérolas "Medo de Amar" (Vinícius de Moraes) e "Samba do Grande Amor" (Chico Buarque) com charme e graça ímpares. "Amor, Amor", bela composição de Sueli Costa e Cacaso gravada por Maria Bethânia nos anos 70, é outro ponto alto.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Para quê o Carrefour tem um "quartinho"?

O Carrefour afastou a empresa que fazia a segurança e prestava serviços em lojas da rede de supermercados após denúncia de que um homem negro foi agredido. O agressor seria um funcionário da empresa terceirizada.

Por meio de nota, o Carrefour informou que o gerente do supermercado também foi afastado. Assim que o caso veio à tona, o suposto agressor já havia sido demitido. O inquérito foi aberto no 5º Distrito Policial da cidade.

Nos próximos dias, o advogado da vítima, Dojival Vieira, pretende entrar com uma ação de indenização por danos morais contra o supermercado e o Estado. “Esse caso é emblemático e precisa ser punido com vigor para que outras situações de discriminação racial não venham a ocorrer.”

O Carrefour afirmou que acompanha a investigação policial e espera "o máximo rigor na apuração dos fatos".

Segundo ele, cinco homens, que não vestiam uniformes, o levaram até um quartinho onde o espancaram. “Eles falaram que eu ia roubar o EcoSport e a moto. Quando disse que o carro era meu, batiam mais.”

Quando três policiais militares chegaram ao local, Santana explicou que seus documentos estavam no carro. “Eles riam e diziam: ‘Sua cara não nega. Você deve ter pelo menos três passagens pela polícia’.” De tanto insistir, foram até o automóvel, onde sua família o esperava. Após conferir a documentação, os policiais foram embora. “Já passei outros constrangimentos com esse carro. Acho que vou vender”, diz ele.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Transexual é marginal (texto)

Dois policiais que arrastaram uma transexual pelos cabelos durante a Parada Gay de Penedo, litoral norte de Alagoas, no último domingo (16/08), foram afastados da Polícia Militar (PM) e punidos com serviços administrativos no quartel. Serviço administrativo é punição?
Foram muito violentos! Não são pagos para agir dessa forma. A PM deve uma satisfação em relação a forma de agir dos 3 policiais.
As informações são do UOL Notícias. O caso chegou ao comando da PM após uma gravação cair na rede. No vídeo, os militares arrastam a vítima pelos cabelos e pelo chão e a jogam no asfalto por duas vezes antes de a levarem para a delegacia.
Os policiais justificaram a ação, alegando que a transexual estaria sem roupa, praticando atos obscenos e teria desacatado os militares. A PM abriu sindicância e disse que vai apurar a atuação dos militares no caso.
O coronel José Praxedes, comandante de Policiamento do Interior, criticou a ação dos policiais. "Verificamos que houve excessos. Não é esse o procedimento indicado para a condução de presos. Queremos dar uma resposta rápida à sociedade, pois um policial não tem direito de fazer o que ele fez", afirmou Praxedes em entrevista ao UOL Notícias.
O coordenador da Rede GLBT (Gays Lésbicas, Transexuais e Bissexuais) no Nordeste, Bizan Velô, declarou que levará o caso à Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. "Foi uma situação arbitrária: agredir um cidadão, independente dele ser transexual, que estava em um evento dele. Ali era um espaço GLTB. Vamos acionar a Secretaria para ver a situação desse caso", disse.
Normalmente nada acontece...o caso fica esquecido...ninguém quer se envolver. Se o transexual estava agindo de forma inadequada a polícia tb agiu. Essa é uma prática da PM em todo Brasil, abuso de poder.
Quando não mata, é violenta.

Negro é ladrão (texto)

Um homem negro foi espancado por seguranças de uma loja do Carrefour, em Osasco, na Grande São Paulo. Ele foi confundido com um bandido enquanto esperava no estacionamento a família, que fazia compras. Como é que alguém que aguarda a família pode ser "confundido" com ladrão? Queria entender o por quê dessa confusão e tb o que motivou o engano? Será que o fato do homem ser negro tem alguma relação com essa dúvida?
A polícia abriu inquérito para apurar o caso e disse que não compactua com qualquer tipo de discriminação. Como assim não compactua? Sabemos, todos nós, que a polícia discrimina negros, homossexuais, moradores de rua. Apesar de ser paga para proteger.
Januário Alves Santana estava ao lado do carro cuidando da filha, de 2 anos, que dormia no banco de trás. Que atitude suspeita! Atenção, cuidar da filha que dorme no banco de trás do carro é uma atitude suspeita.
Segundo ele, um homem armado e sem uniforme se aproximou para tentar prendê-lo. Os dois lutaram até que outros seguranças apareceram. Santana tentou desfazer o mal entendido, mas disse que foi levado para um sala e espancado.
Ele levou socos na boca e teve o maxilar afetado. - "Tava roubando o carro aqui, rapaz ?"- disse o segurança pouco antes de dar um soco em Santana. Ele disse que as agressões só pararam quando um policial militar chegou. Mas, ele continuou sendo humilhado. - "Você tem cara de que tem passagem pela polícia. Conta para nós. No mínimo, umas três passagens você tem. A sua cara não nega 'negão' "- teria afirmado o policial.
Como é que alguém tem cara de que teve passagem pela polícia? Será que o policial agora tem formação higienista? Ou, talvez, esteva sendo assessorado por alguém médio? Ou, numa hipótese bem remota, o fato de Santana ser negro tem alguuma relação com tudo isso? Acho que já fiz essa mesma pergunta.
O Carrefour, por meio de um comunicado, informou que repudia qualquer forma de agressão e desrespeito, que vai colaborar com a polícia e espera que os responsáveis sejam rigorosamente punidos.
Santana disse que foi vítima de racismo e que pretende entrar com uma ação na Justiça. A mulher dele disse que está preocupada com o futuro dos filhos, que também são negros. - "Pode acontecer com eles também. Isso me dói. Acho que um negro não pode viver, não pode ter os seus bens conquistados pelo seu trabalho, seu suor. Isso me deixa muito ferida" - disse Maria dos Remédios.
A direção do supermercado afastou da função o segurança responsável pela agressão. Ele é funcionário de uma empresa terceirizada.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Vizione del silenzio (música)

Visione del silenzio
Angolo vuoto
Pagina senza parole
Una lettera scritta sopra un visio
Di pietra e vapore
Amore
Inutile finestra
Visão do silêncio
Canto vazio
Página sem palavras
Uma carta escrita em uma visão
Pedra e vapor
Amor
Inútil janela

Caetano Veloso - /Obra Jane Grav Em Silencio Se Ouve, 

As voltas que o mundo dá (texto)

O mundo é grande, mas nossos passos são bem maiores do que ele, por isso, pessoas, situações, amigos, volta e meia, ressurgem em nossas vidas, ainda que a gente espere bem pouco disso. Ontem reencontrei um amigo por quem tenho muito carinho. Nos encontramos através da internet, mas foi o bastante para eu saber que ele continua especial. Ele é do Piauí e está se mudando para Brasília, me disse que queria dar uma chacoalhada na vida e está a caminho.
Nos conhecemos num carnaval em Florianópolis e, tão logo conversamos, descobrimos afinidades. Já nos encontramos no Rio numas férias de verão e agora, ele mais "perto", quem sabe esses encontros não serão mais frequentes?.
Aí fiquei com a música da Joyce na cabeça: "Revendo amigos" que é linda e que fala dos tempos que se vão, dos amigos que se vão, mas que estarão em algum lugar aqui dentro de nós.

Revendo amigos
Vontade de rever amigos
Os gestos de sempre, a risada em comum
Contando as histórias e os casos antigos
As músicas novas
Sem moda, sem tempo nenhum

Vontade de rever amigos
Dizer que estou solta na minha prisão
Gritar pras pessoas
Vem cá que eu tô viva
Me tira a tristeza de dentro
Do meu coração

Saber quem morreu
Perguntar quem chegou de viagem
Se foi porque quis
Explicar que o amor me pegou de mal jeito
Mas tudo somado acho que fui feliz

No entanto, cadê meus amigos
Vai ver que a poeira do tempo levou
A barra da vida tem muitos perigos
E a gente se afasta sem querer
Se esquece sem querer
Se perde dos velhos amigos

Se esquece e se perde dos velhos amigos
(Joyce)

O mundo é grande


O mundo é grande e cabe
nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar.

sábado, 15 de agosto de 2009

Quase de volta para Casa (texto)

Amanhã estou de volta a Cascavel, Paraná, vou levando meu coração cheio de alegria de ter podido ficar por aqui, no Rio, esta semana. Feliz por ter ficado com Heloísa durante estes dias, de poder estar próximo para algumas consultas e exames, de poder ouvir música juntos, ver TV juntos, de poder cuidar um pouco dela. Sei que o trabalho maior, mais pesado, fica por conta do meu pai(drasto) porque é ele quem tem acompanhado diariamente todos os horários de remédios, as idas ao banheiro, os banhos, o almoço, o café da manhã, enfim, um dia completo na vida dela. Serei grato eternamente por tudo isso. E espero um dia poder retribuir toda essa dedicação.
Vou triste porque não sei das horas que estão por vir, porque tenho bastante trabalho no resto do mês e talvez só possa voltar em setembro. Vou torcendo para que eu possa voltar ainda algumas vezes.

Coração Vagabundo (documentário)

Gosto demais de Caetano Veloso, até de seus ataques contra algum comentário sobre ele. Quero dizer, então, que gosto tanto de ouvi-lo cantar quanto de sua maneira, às vezes polêmica, de enxergar o mundo. E olha que o cara fala sobre quase tudo.
Neste documentário do paulistano Fernando Grostein Andrade, além do compositor, do intérprete, do homem que fala (muito), conhecemos o Caetano na turnê do CD A Foreign Sound por São Paulo, Nova York, Tóquio, Osaka e Kyoto.
É tudo bom demais.
Até a Paula Lavigne. Não há o que dizer da trilha sonora...como sempre, impecável.
Filmado entre os anos de 2003 e 2005, o longa conta com participações do cineasta Michelangelo Antonioni, David Byrne, uma tímida participação de Regina Casé, Pedro Almodóvar e muitos elogios de Gisele Bündchen.
Eu destacaria o momento em que um monge diz a ele que ouve a música Coração Vagabundo muitas vezes por dia e a sua reação. Eu tb fiquei emocionado e, não que eu já não soubesse, ali vi a importância desse nosso músico no cenário mundial.
Vale pela música, pelo homem, por sua interpretação, pelos depoimentos. É de um super-bom astral. Eu vejo mais 3 vezes.

À deriva (filme)

Ontem depois de assistir ao filme Brüno e voltar pra casa achando que finalmente iria dormir, fui ao cinema com o meu melhor amigo, Juscelino, assistir ao filme À deriva do diretor Heitor Dhalia, com Vicent Cassel, Débora Bloch e Laura Neiva. Fiquei durante toda a projeção esperando que alguma coisa fosse acontecer, mas nada acontecia. Não sabia se era a visão de uma pré-adolescente sobre o mundo, se era a história de um escritor, se era a história de um casamento que em algum momento ia se romper. Fiquei à deriva do roteiro.
As filmagens foram feitas em Búzios, no Rio de Janeiro, e por isso a fotografia é sensacional. Cassel aprendeu português com uma amiga, Vanise, e por isso ele deu um show de língua portuguesa (rs), mas o filme, tsc tsc tsc...não voltaria para ver outra vez.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Brüno (filme)

Acabei de chegar do cinema. Assisti a Brüno. Ele é über fake. Ele não é Borat, mas, sejamos honestos, é quando o filme fica bem divertido. Brüno que ser famoso e faz de tudo (às avessas) para atingir o seu objetivo.
Depois que caiu em desgraça no mundinho fashion europeu, ele parte para Los Angeles, onde tenta ser uma celebridade a todo custo. Sua primeira mancada é um macacão todo no velcro e nem precisa dizer o que isso provocou num desfile de modas.
Tem piadas de todos os tipos, diga-se de passagem, humor negro. Com pastores que convertem homossexuais, com afros-americanos, com héretos num ring, com políticos, com modelos. Tiros para todos os lados. Confesso que fiquei em alguns momentos meio chocado, acho que aderi a onde do politicamente correto e não percebi.
De qualquer forma, vale à pena ver e rir um bocado.

Porque a gente acredita, mesmo não acreditando muito, que vc está me protegendo

Faz quinze anos que vc nos deixou! Eu já era um homem. Vivia há um longo tempo longe de vc. Tive a sorte de conviver contigo por 44 anos. Um...