segunda-feira, 9 de agosto de 2010

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A invenção da hetero sexualidade (livro)

É mesmo complicado desnaturalizar quaisquer que sejam as formações hegemônicas. Homem não chora. Homem não leva desaforo pra casa. Homem não discute a relação e por aí vai.
Crescemos ouvindo todas essas verdades (e quase sempre tem uma mulher reproduzindo-as). Ser um homem com H maiúsculo, nesses termos, é aprendizagem.
Lembro-me no ensino fundamental e nos dois primeiros anos do ensino médio (na época primário e ginásio e segundo grau ou científico, respectivamente) como era complicado compreender certos comportamentos dos colegas de turma. 
Eu, por exemplo, era péssimo jogador de futebol e encontrei durante todos aqueles anos de escola professores de educação física que me obrigavam a jogar bola. Mas jogar como se eu além de não gostar, não entendia uma regra sequer? O que acontecia era que ou eu jogava assim mesmo (e fiz isso durante muitos anos)  ou para compensar (sabe-se lá o quê) devia correr em volta do campo enquanto os colegas se divertiam (com o futebol e comigo).
Hoje é bem mais fácil, e tranquilo, entender o porquê dequeles comportamentos. Ninguém nasce detestando o outro, mas se aprende. É mesmo muito complicado entender o que nos é diferente.
Tem um livro muito especial chamado "A invenção da hetero sexualidade" de Jonathan Ned Katz (Rio de Janeiro, Edioro, 1996). Foi um livro importante na minha vida. Reli diversas vezes para compreender a história da sexualidade e o processo de naturalização do que se diz normal em detrimento do que se vende como anormal, doente, fora do comum, bizarro, estranho, esquisito e por aí vai.
Aprendi, entre outras coisas, nesse livro que "as categorias sexuais que são tão óbvias para nós, as que dividem a humanidade em heterossexuais e homossexuais, não parecem ter sido conhecidas pelos antigos gregos". O livro nos previne de que precisamos evitar projetar as nossas categorias atuais sobre as sociedades passadas, que organizavam as pessoas e a sexualidade seguindo linhas muito diferentes. 
Por exemplo, o termo homossexual só foi inventado em 1869 (o ano tem sido recuado para 68). O primeiro uso de heterossexual incluído no Oxford English Dictionary Supplement data de 1901. O mais recente Oxford English Dictionary Supplement volta o ano para 1892, mas este também tem sido estabelecido como sendo 1868). Ou seja, esses termos, aparentemente, passaram a ser  de uso comum apenas no primeiro quarto do século XX; antes disso, se as palavras representavam conceitos, as pessoas não concebiam um universo social polarizado em héteros e homos. Interessante, né?
Outro dado importante encontrado neste livro, foi a explicação, histórica, de que Heterossexual não era equiparado aqui a sexo normal, mas a perversão - uma tradição que se manteve na cultura da classe média até a década de 1920.
E por aí vai.
O livro é importante por diversos motivos, sobretudo porque nos mostra que o hegemônico é construção.
Ah, no início do texto eu escrevi que até o segundo ano do segundo grau eu penei na mão de professores de Educação Física, mas no terceiro ano do segundo grau encontrei um que mudou a minha vida no colégio. Ele foi um cara especial na minha formação, ainda que não se desse (acho) conta disso.
As aulas de educação física não se restringiam ao jogo de futebol (eu podia escolher tb o voleibol, o basquete, outros esportes). E não pensem que eu não gostava de esporte: nadei durante muitos anos e o skate era companheiro de muitas horas. Além disso, quando me faltava um companheiro de dupla (quase sempre faltava) ele fazia os exercícios comigo. Não precisava mais nada.

Um pouco de poesia para aquecer o coração


Eu preparo uma canção
em que minha mãe se reconheça,
todas as mães se reconheçam,
e que fale como dois olhos.

Caminho por uma rua
que passa em muitos países.
Se não me veem, eu vejo
e saúdo velhos amigos.

Eu distribuo um segredo
como quem ama ou sorri.
No jeito mais natural
dois carinhos se procuram.

Minha vida, nossas vidas
formam um só diamante.
Aprendi novas palavras
e tornei outras mais belas.

Eu preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O frio conforme o cobertor (texto)

Faz frio. O sujeito é inexistente, porque é fenômeno da natureza, mas estamos passando por um aperto daqueles. Hoje não se via um palmo a frente do nariz, e olha que o meu nariz não chegar perto do do Luciano Hulk.
Um dia chato. Chuva. Muito frio. E tem gente que gosta. Aqui onde moro é frio pra burro e a casa nem de longe é praparada pra ele. No Rio tenho água quente no banheiro e na cozinha (e a temperatura por lá não chega aos 17 graus). Aqui nem o chuveiro esquenta como devia. Quem pode com isso?
Preciso acordar cedo e falta coragem para sair da cama.
Hoje estou com o lençol térmico e o aparelho de ar quente fuincionando, mas nem assim me animo.

Museu da pessoa (texto)

Faz tempo encontrei, por intermédio da Lucília,  uma grande amiga (que não é blogueira), um blog especial chamado Museu da Pessoa: que é um museu virtual de histórias de vida aberto à participação gratuita de toda pessoa que queira compartilhar sua história. 
É muito interessante pra quem gosta de gente, pra quem gosta de ler histórias pessoais contadas por pessoas de verdade. Tem de tudo: tem um espaço para textos, outro para fotografias, documentosdesenhos, áudios, vídeos. Além de registrar história todo mundo pode consultar o acervo. É ou não uma ideia incrível!?

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Mesa do trabalho (texto)

Incrível como de repente todos os trabalhos chegam ao mesmo tempo sobre a minha mesa. Tava lendo o texto da Cris sobre o fechamento do mês e a sua mesa tão cheia de coisas que ela mal conseguia encontrar o que queria.
Hoje, num minuto e meio, todos os papeis chegaram, todos os CD´s chegaram, todos os pen drives chegaram, todos os telefones tocaram e todos os alunos me procuraram e eu ali enrolado, sem saber por onde começar e muito menos se eu daria conta de tudo aquilo.
Quando me encontro nesta situação a vontade maior é a de largar tudo e dar uma volta na quadra, é assim que eu faço quando estou corrigindo as provas e elas não estão boas. Nunca surte o efeito esperado, porque o que gostaria era de que, depois da volta, tudo fosse resolvido.
Saí mais cedo do trabalho porque a cabeça ficou tão quente que eu não via nenhuma possibilidade de dar conta do que havia para fazer. Amanhã começo mais cedo e espero, mesmo, que, com calma, eu coloque tudo no seu lugar.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Ti-Ti-Ti (texto)

Eu vejo novelas. Na verdade não vejo sempre, mas vezinquando acompanho alguma, sobretudo se ela for divertida. Assisti Caras & Bocas, penúltima novela das 19h (Rede Globo), que era divertidíssima, além (e por isso) de um elenco de primeira.
Agora estou acompanhando, sempre que posso, Ti-Ti-Ti.  A novela é demais! Hoje o capítulo foi muito bacana. Cláudia Raia (não sei ainda o nome da sua personagem) deu um show de comédia! Foi, depois de destruir a casa do seu ex-marido, parar no xilindró e com as companheiras de cela fez a festa. Deu uma aula de alta-costura para as presas e apresentou o mundinho fashion. Ri muito. Indico para quem quer se divertir.
A novela foi veicula pela primeira vez em 1985 e foi escrita por Cassiano Gabus Mendes. Esta versão é escrita por Maria Adelaide Amaral e engloba tramas de Plumas e Paetês (1980) e Elas por Elas (1982), novelas também escritas por Cassiano.
O elenco é praticamente o mesmo de Caras & Bocas, ou seja, muito bom. Uma pena que Suzana Pires não esteja nesse grupo. De toda forma, vale à pena ver de novo.

Uma aposta que se perde!

A gente aprende a lidar com a ausência quando só há ausência. Se a presença é escassa, se não há reciprocidade, se é preciso implorar a comp...