segunda-feira, 17 de outubro de 2011

15 de outubro

Minha mãe costumava me ligar no dia dos professores para me parabenizar pelo nosso dia. Ela tb era professora. Era quase um ritual. Por volta das 9h, porque sabia que eu não gostava, e ainda não gosto, de acordar cedo, o telefone tocava. Triim, triim (meu telefone tocava assim). -Alexandre?! -Oi, mãe!!! -Parabéns pelo dia dos professores!!! -Parabéns para a senhora tb! Eu, tb como num ritual, repetia o repetitório. E aí falávamos de outras coisas, de tantas outras coisas. Hoje, falei com ela, não por telefone. Não foi preciso discar, teclar nenhum número. Apenas agradeci pelos tantos anos dessas ligações.

domingo, 9 de outubro de 2011

A morte de Steve Jobs, o inimigo número um da colaboração (Rodrigo Savazoni)

É inegável que Jobs foi um grande designer, cujas sacadas levaram sua empresa ao topo do mundo. Mas há outros aspectos a explorar e sobre os quais pensar neste momento de sua morte.
Steve Jobs morreu, após anos lutando contra um câncer que nem mesmo todos os bilhões que ele acumulou foram capazes de conter. Desde ontem, após o anúncio de seu falecimento, não se fala em outra coisa. Panegíricos de toda sorte circulam pelos meios massivos e pós-massivos. Adulado em vida por sua genialidade, é alçado ao status de ídolo maior da era digital. É inegável que Jobs foi um grande designer, cujas sacadas levaram sua empresa ao topo do mundo. Mas há outros aspectos a explorar e sobre os quais pensar neste momento de sua morte.
Jobs era o inimigo número um da colaboração, o aspecto político e econômico mais importante da revolução digital. Nesse sentido, não era um revolucionário, mas um contra-revolucionário. O melhor deles.
Com suas traquitanas maravilhosas, trabalhou pelo cercamento do conhecimento livre. Jamais acreditou na partilha. O que ficou particularmente evidente após seu retorno à Apple, em 1997. Acreditava que para fazer grandes inventos era necessário reunir os melhores, em uma sala, e dela sair com o produto perfeito, aquele que mobilizaria o desejo de adultos e crianças em todo o planeta, os quais formam filas para ter um novo Apple a cada lançamento anual.
A questão central, no entanto, é que o design delicioso de seus produtos é apenas a isca para a construção de um mundo controlado de aplicativos e micro-pagamentos que reduz a imensa conversação global de todos para todos em um sala fechada de vendas orientadas.
O que é a Apple Store senão um grande shopping center virtual, em que podemos adquirir a um clique de tela tudo o que precisamos para nos entreter? A distopia Jobiana é a do homem egoísta, circundado de aparelhos perfeitos, em uma troca limpa e “aparentemente residual”, mediada por apenas uma única empresa: a sua. Por isso, devemos nos perguntar: era isso que queríamos? É isso que queremos para o nosso mundo?
Essa pergunta torna-se ainda mais necessária quando sabemos que existem alternativas. Como escreve o economista da USP, Ricardo Abramovay, em resenha sobre o novo livro do professor de Harvard Yochai Benkler The Penguin and the Leviathan, a cooperação é a grande possibilidade deste nosso tempo.
“Longe de um paroquialismo tradicionalista ou de um movimento alternativo confinado a seitas e grupos eternamente minoritários, a cooperação está na origem das formas mais interessantes e promissoras de criação de prosperidade no mundo contemporâneo. E na raiz dessa cooperação (presente com força crescente no mundo privado, nos negócios públicos e na própria relação entre Estado e cidadãos) estão vínculos humanos reais, abrangentes, significativos, dotados do poder de comunicar e criar confiança entre as pessoas.”
Colaboração: essa, e não outra, é a palavra revolucionária. E Jobs não gostava dela.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Gay tem perna quebrada por agressores em SP

Mais agressão contra gays na região da Avenida Paulista em São Paulo. Tá virando rotina e muito disso se deve à impunidade que, de alguma forma, proteje esse tipo de violência. É crime de intolerância e deveria ser tratado dessa forma.
O que se ouve dos bolsonaros de plantão é que não passa de uma homonormatividade tentando impor a própria sexualidade aos demais.
Orelhas cortadas; braços, pernas e dentes quebrados; traumatismos, rostos cortados são, possivelmente, invenções dos próprios agredidos para produzir efeito de barbárie.
Vergonha total de pagar as contas e não ter proteção alguma.  

domingo, 2 de outubro de 2011

Elo - Maria Rita (CD)

Final de semana em Curitiba, aproveitei para comprar o novo CD de Maria Rita. Na verdade, foi uma surpresa porque não sabia que ela estava para lançar um novo trabalho. Maria Rita? Compro sem ouvir, sempre, porque sei que vou gostar de tudo.
Eis que sou surpreendido por regravações ou trabalhos que não entraram em projetos anteriores por algum motivo. Gostei na primeira audição de tu-do, sem exceção.
Pra mim, Menino do Rio (Caetano veloso), já valia o CD. Mas tem ainda tantas outras interpretações que valem à pena ouvir outra vez: Só de você (Rita Lee e Roberto de Carvalho), Nem um dia (Djavan), A história de Lilly Braun (Chico e Edu Lobo), Santana (Junio Barreto e João Araújo) entre atntas outras. 
Como eu disse, vale a pena ouvir de novo, de novo.

Tecendo a Manhã - João Cabral de Melo Neto (poesia)

Embalado pelo clima do blog da Lucília, um pouco de poesia para animar a semana que inicia:

Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.


E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.

E-L@dis, vale à pena conhecer.

O blogue de uma grande amiga e superpesquisadora da Universidade de São Paulo. Um ótimo exemplo, como disse uma outra amiga,  nas ditas Humanidades da tão propalada Inovação Tecnológica.

Cobras, crocodilos e jacarés

Depois de quase 4 anos em Cascavel, hoje fui conhecer o Jardim zoológico da cidade. A primeira vista, não me pareceu um zoológico, mas um parque, um bosque ou qualquer coisa desse tipo. O que é bastante positivo, diga-se de passagem e antes que me interpretem mal. 
O local é arborizado, bastante rústico, mas mal cuidado: espaço demais para gente e espaço de menos para os bichos; muitos animais sozinhos, algumas jaulas sem placas informativas; plástico espalhado pelo riacho que corta parte desse jardim.
Vi um guardinha apenas e muita gente mal educada circulando por ali: pulando a cerca que limitava o acesso às jaulas, escrevendo nomes em árvores, jogando lixo no chão. E por falar em lixo, não me recordo de ver uma lata de coleta de lixo sequer durante o tempo que ali estive. Uma pena o local estar nessas condições.
Tem um pequeno museu com animais empalhados, um espaço minúsculo, mal acabado e os bichos ficam amontoados sem nenhuma informação sobre eles.
Pelo tamanho do parque, os animais mereciam mais conforto. Pelo tamanho da cidade, o zoológico merecia mais cuidado.

Uma aposta que se perde!

A gente aprende a lidar com a ausência quando só há ausência. Se a presença é escassa, se não há reciprocidade, se é preciso implorar a comp...