terça-feira, 12 de junho de 2012

Aulas práticas sobre diversidade e respeito (Revista Nova Escola)

Marina instiga a turma a refletir e a perguntar abertamente sobre tudo. Foto: Tamires Kopp

Transexual, a professora Marina Reidel coloca sua história pessoal a favor do ensino de ética em uma escola de Porto Alegre.
Diálogo franco Marina instiga a turma a refletir e a perguntar abertamente sobre tudo.
A professora Marina Reidel distribui papéis com termos como sexo e igualdade. Dentre essas palavras, pede que os alunos do 9º ano, divididos em grupo, escolham quais serão discutidas na aula de Ética e Cidadania da EEEF Rio de Janeiro, em Porto Alegre.
Até 2006, ela era o professor Mario. Primeiro lecionou em sua cidade natal, a pequena Montenegro, a 55 quilômetros da capital gaúcha. Era gay, mas não assumia publicamente. "Alguns pais desconfiavam e não gostavam", lamenta.
A situação começou a mudar em 2003, quando se transferiu para Porto Alegre. "Gradualmente, deixei o cabelo crescer, coloquei brincos e passei a pintar as unhas", relembra. Até que, em 2006, avisou a direção da escola que se ausentaria por cerca de um mês para se tornar transexual. Ainda não conseguiu bancar a operação de mudança de sexo, mas fez cirurgias plásticas, colocou próteses e retornou às aulas como uma mulher. Os alunos foram preparados pela diretoria para que entendessem a mudança. "Fui bem recebida e em pouco tempo eu já era Marina para todos", diz. Até hoje, nenhum pai reclamou, mas, caso aconteça, a escola deixa a legislação sobre discriminação a postos.
A história dela perpassa toda a aula, marcada pelo diálogo aberto. Quando um dos grupos escolhe a palavra gênero, por exemplo, discutem se ele é definido no nascimento da pessoa ou por suas escolhas. Os alunos dizem que alguém nasce de um gênero, mas pode desejar ser de outro. A professora confirma que o sexo é biológico, e o gênero, não, está ligado à identidade. É comum os estudantes fazerem muitas perguntas sobre sexualidade para Marina e ela sempre responde. "É mais fácil falar essas coisas para ela", admite Valentine Rodrigues, 15 anos. Temas como doenças sexualmente transmissíveis e gravidez vão sendo introduzidos pela docente e debatidos abertamente pelos adolescentes.
Marina também dá aulas de Arte e faz mestrado. Pesquisa as professoras transexuais. Estimadas em 40 no país, elas se reúnem neste mês em Belo Horizonte para seu primeiro encontro nacional. "Muitos não se assumem", lamenta. "Para mim, foi uma vitória. Fui aceita pela escola e pela família."
A aula do 9º ano é prova disso. O grupo de Valentine escolheu a palavra igualdade e definiu: "É quando a gente trata todas as pessoas como iguais". A turma concordou. Claro, Marina já ensinou bem o conceito, e na prática.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

O mundo não é preto e branco, e sim colorido. Vamos falar de sexo? (Leonardo Sakamoto)

Na época da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo sempre aumenta a minha percepção do quanto nós somos desinformados sobre a nossa própria sexualidade. E terreno sem informação é fértil para o brotar o preconceito e a discriminação, principalmente entre aqueles que acham que a vida é um preto e branco maniqueísta, homem e mulher, macho e fêmea e o resto é doença. Ignoram que há outras cores no meio do caminho que, por sua vez, podem ser tão específicas que apresentem tonalidades únicas e individuais. Sim, na prática, cada um tem sua própria cor. Assustador e maravilhoso isso, não?
Por isso, pedi para Claudio Picazio, psicólogo especialista em sexualidade, um texto que fosse didático para ajudar aos leitores deste blog a entenderem a questão. Ele não encerra o tema, claro. Muito pelo contrário, é um bom ponto de partida.
Para entendermos a sexualidade e por uma questão didática, vamos analisá-la sobre quatro aspectos diferentes e interligados: Sexo Biológico, Identidade Sexual, Papeis Sexuais e Orientação Sexual do Desejo. Repito essa divisão é didática, pois todos os aspectos se entremeiam, formando dentro de nós aquilo que chamamos identidade de gênero.
Sexo Biológico: Biologicamente falando quantos sexos existem? Dois, masculino ou feminino. Quando nascemos pelas características que nosso corpo possui, somos registrados como macho ou fêmea. Essa afirmação parece simplista e óbvia, mas não é bem assim, quando falamos de sexo masculino ou feminino estamos nos referindo às características dos órgãos sexuais e a predominância que este tem no nosso corpo.
Muitas pessoas nos anos 70, por uma questão de distinção ou até modismo, começou a chamar a homossexualidade de terceiro sexo. Isto não é verdade, só confundiu. Biologicamente falando, homens hetero, bi e homossexuais não têm a menor diferença, assim como as mulheres hetero, bi e homossexuais. Portanto, quando uma pessoa fala popularmente que um gay não é homem, esta incorreto, o gay é tão homem quanto qualquer outro, a única variação é por quem o seu desejo sexual se orienta. Há exceções, é claro. Por exemplo, uma pessoa hermafrodita nasce com uma dupla formação de características dos seus órgãos sexuais masculinos e femininos.
Identidade Sexual: Vamos definir como sendo o aspecto de onde guardamos a nossa certeza do que somos. Quando nascemos, somos registrados como menino ou menina. A partir daí somos tratados como tal e incoporamos a sensação de pertencemos a um gênero. Acreditamos que somos menina ou menino: a forma de como somos tratados é tão importante como o nosso sexo biológico para a formação da nossa identidade sexual. Mas a nossa identidade sexual não depende tanto do nosso corpo para se manter. Ele é importante para seu desenvolvimento, mas a sensação de quem somos é muito maior, e muito mais profunda do que o nosso corpo pode dizer.
Papeis Sexuais: Vamos entender como papeis sexuais, todos os comportamentos definidos como maneirismos, atitudes e expressões daquilo que chamamos de masculino e feminino. Papeis sexuais são variados de cultura para cultura de sociedade para sociedade e estão em constante transformação. Aquilo que era considerado há 20 anos como exclusivamente ao papel feminino, hoje também pode ser considerado do masculino. As mudanças sociais e econômicas, o movimento feminista permitiu uma flexibilidade e mudança das posturas rígidas de ser masculino ou feminino. Um exemplo: o uso de brincos por homens.
Ainda temos muito enraizado em nós os papeis sexuais e a analise que fazemos destes para julgar o outro. Uma mulher que não se identifique muito com os papeis femininos típicos, tenderá a ser “diagnosticada” pelos outros como lésbica. Mas papeis sexuais não determinam desejo erótico e sim ações e atitudes que incorporamos. Um garoto que não goste de futebol e de nenhum esporte violento, será interpretado como “mulherzinha, gay”. Pensando nesse exemplo, estamos dizendo que um homem heterossexual de verdade tem que ser violento assim como uma mulher heterossexual de verdade tem que ser passiva e meiga. Já estamos estabelecendo uma divisão entre os gêneros complicada, porque incentivamos um comportamento na criança que mais tarde brigaremos muito para retirar. Na verdade encontramos homens heterossexuais e gays violentos, assim como encontramos homens heterossexuais e homossexuais que não são violentos e nem se adaptam a essa postura.
Orientação Sexual do Desejo: Muita gente utiliza “opção sexual”, o que não é nada correto quando falamos da sexualidade. Quando falo em “opção” estamos falando em escolha e para ser considerada uma escolha teríamos que ter duas ou mais coisas de igual significado ou valor para quem escolhe. Se desejo erótico fosse opção teríamos que sentir desejos tanto por homens quanto por mulheres da mesma forma. Isso não acontece por ninguém. Nenhum de nós parou um certo dia, para pensar quem desejaria. Acredito que muitos gostariam que assim o fosse, por que isso o permitiria flexibilizar, variar, e não sofrer julgamentos e preconceitos tão doídos de serem combatidos. Dizemos Orientação Sexual do Desejo pois nosso desejo se orienta para um determinado objeto amoroso. Não optamos e sim percebemos o nosso desejo erótico, descobrimos algo que já parece instalado em nós.
O desejo erótico não é influenciável como se imagina ser. Se o fosse não existiram gays e lésbicas. A nossa sociedade é heteronormativa. Tudo que existe nela é feito pensando na heterossexualidade. Pais e mães educam seus filhos para a heterossexualidade. O preconceito social, a homofobia e as religiões ainda são muitos fortes na sua postura contra a homossexualidade. E mesmo com tudo isso os homossexuais não se influenciam pela heterossexualidade.
“Desejo sexual” é parte fundamental da orientação afetivo sexual, ao passo que uma “atitude sexual” pode existir interdependentemente da orientação do desejo. Por exemplo, na época da Segunda Grande Guerra muitas mulheres tinham relações sexuais entre si, assim como muitos homens, no campo de batalha. Estas mulheres sentiam falta de seus companheiros, a orientação de seu desejo era claramente voltada para homens, mas relacionavam-se sexualmente com outras mulheres. As mulheres motivadas por um desejo de descarregar a sua energia sexual. Com a volta de seus companheiros, essa atitude automaticamente deixava de existir.
Em muitos casos, homossexuais que não querem viver a sua orientação, vão à procura de igrejas, e/ou profissionais que estimulam atitude sexual desses homossexuais. Esses gays tentam viver anulando o seu desejo erótico e tendo somente atitudes sexuais heterossexuais. A dor psíquica é muito grande.
Muitos meninos têm uma relação que se chama “troca-troca” que está longe de ser considerada homossexualidade. Um dos motivos é porque para a maioria o objeto desejado internamente é uma pessoa do outro sexo. O que há é um exercício de sexualidade, um descarrego de energia que está vibrando nos corpos com toda a sua força e é vivido com um(a) colega. Em suma, todo ser humano pode ter uma atitude sexual com qualquer dos sexos, mas seu desejo interno, a libido, é o determinante de uma conduta homo, hetero ou bissexual.
O que seria então a bissexualidade? A bissexualidade não é termos uma atitude sexual por uma pessoa e um desejo erótico por outra. A bissexualidade é um fenômeno que algumas pessoas têm de desejar afetiva e sexualmente tanto homens como mulheres. Não podemos falar que um bissexual optou por homens ou por mulheres. Não escolhemos, conscientemente, por quem nos apaixonamos, assim como não escolhemos por que vamos desejar eroticamente.
Concluindo: podemos dizer que o desejo erótico, ou ele é homo, por uma pessoa do mesmo sexo que o nosso, hetero por uma pessoa do sexo diferente do nosso, ou bissexual que é o desejo erótico pela pessoa do mesmo sexo ou do sexo oposto.
E a Travestilidade e a Transexualidade, como se comportam? Uma pessoa hetero ou homossexual tem a sua identidade sexual correspondente ao seu sexo biológico. Uma travesti tem a sua identidade dupla, ou seja, ela se sente homem e mulher ao mesmo tempo. O leitor deve se lembrar quando falamos de identidade sexual? A sensação de pertencimento à identidade sexual feminina e masculina da travesti é o que lhe garante mais do que o desejo, a necessidade de adequar o seu corpo aos dois sexos que sente pertencer.
A Travestilidade também não é opção, muitas pessoas crêem erroneamente que a travesti é um gay muito afeminado que resolveu virar mulher. Além de simplista esta afirmação esta recheada de equívocos. Uma travesti diferente do gay tem uma identidade dupla: masculina e feminina. Uma travesti pode ter papeis sexuais tanto masculino como feminino, pois como já dissemos anteriormente esse é um processo de identificação com valores e costumes da sociedade. Quanto ao desejo erótico, uma travesti pode ser homo, hetero, ou bissexual.
A maioria delas se intitula homossexuais, mas não é bem assim. Quase a unanimidade dessas travestis sente-se mulher. Na grande maioria do tempo, elas não desejam eroticamente o seu amigo gay, elas desejam um homem típico heterossexual. Portanto se uma pessoa se identifica, sente-se mulher e sente atração por um homem, o seu desejo é heterossexual. Portanto a maioria das travestis tem o desejo heterossexual. Uma relação homossexual de uma travesti seria com uma outra travesti.
A Transexualidade, caracteriza se pela identidade sexual ser oposta ao sexo biológico é como se a sua “alma” fosse do sexo oposto do que o seu corpo a condena. A necessidade de correção do corpo para a identidade sentida se faz urgente. Muitos Transexuais se mutilam para poder fazer a cirurgia de adaptação genital. A força da identidade sexual é a tônica na construção da nossa identidade de gênero. Uma transexual também pode ser homo, hetero ou bissexual.
Para quiser se aprofundar, sugiro o livro “Uma outra verdade – Perguntas e respostas para pais e educadores sobre homossexualidade na adolescência”, de Claudio Picazio pela Editora Summus. A leitura é fundamental. Talvez com informação possamos inverter uma lógica perversa. Quando alguns pais “descobrem” que o filho é gay ou a filha lésbica, recebem suporte emocional de parentes e amigos. Mas deixam sozinhos seus filhos, que têm que passar sozinhos pela fase de sua própria descoberta. Isso é justo?
* Leonardo Sakamoto é jornalista e doutor em Ciência Política. Cobriu conflitos armados e o desrespeito aos direitos humanos em Timor Leste, Angola e no Paquistão. Professor de Jornalismo na PUC-SP, é coordenador da ONG Repórter Brasil e seu representante na Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Apoio dos funcionários e amigos do Google ao Casamento Civil Igualitário


REFLEXÕES MEZZO LOUCAS DE QUEM NÃO TEM SONO! (Emerson Inácio *)

* Ah, antes que eu me esqueça: O MUNDO SEMPRE FOI DOS HETEROS E NÓS, BICHAS E SAPAS, GAYS E LÉSBICAS, sempre tomamos na cabeça: morremos queimados, fomos desterrados, roubados, sacaneados! E agora é a gente que cerceia o direito dos Mafalafeias, digo, Mafalafaias da vida de falarem o que querem?

* Salve Nossa Senhora do shortinho atochado! Quem tem bundão, que mostre! Quem não tem, faça a Valeska e compre um! E ninguém tem culpa de ser gostos@!

* Pensem comigo: as bichas se montavam e lutaram pelo direito de se montar; queriam ser afeminadas; depois, queriam ser diferentes dos heteros; quebraram Nova Iorque, sacudiram San Fran; quiseram ser mais diferentes ainda; aí, veio a Caixa e deu financiamento; o Siro Darlan deu o direito de terem filhos e tudo o mais; o Gilmar Mendes, entre um papo tosco e outro, fez a bonita e no fim, ser diferente dos hetero passou a ser igual aos heteros! A gente anda pra chegar no mesmo lugar?

* Eu nada tenho contra heteros. Tenho contra o discurso que quer me heterossexualizar! Aliás, hetero são òtimos: TODOS TÊM MULHER E FILHOS COM QUE SE PREOCUPAR! E não me perturbam para além do necessário! Traduzo: querem meu corpo e pronto! Viro play ground (escrevi errado) e mantenho uma familia feliz!

* Acho que não existe amor em SP! Mas vindo do Crioulo, meio desancantado e sem lugar, penso duas vezes e caio em busca do novo! Ou do ovo! Mas eu ainda prefiro o Mano Brown!

* Desculpem-me a sinceridade: CANSEI DO DISCURSO HETERO-REACIONÁRIO-CAMUFLADO-DE-LIBERDADE-DE-EXPRESSÃO! Queria saber quem foi a endemoninhada que inventou que homofobia e liberdade de expressão são sinônimos!!!!!!!!!
E digo mais: bicha homofóbica, lésbica homofóbica, auto-homofóbicos em geral me cansam! Tô começando a cansar de ursa discriminando pintosa, de pintosa magrela se achando melhor que as gordas, de trava me chamando de "a gay"... porra, não estamos todos no mesmo barco? Ou seja, demos um passo atrás nas conquista humanas enquanto parecemos avançar nas conquistas políticas?

* Me erra: quer romance, compra um livro! O day by day é trágico, meu bem!

* EStamos avançando em termos de conquistas? Não, parece que não estamos! Pq em nome da tal "liberdade de expressão" Liberdade de expressão é dizer o meu afeto sem ser discriminado, reprimido ou ter de aturar discurso recalcado! Isso sim!

* Não sei se a vida começa aos 40! Sei que HÁ VIDA, do mesmo jeito que HÁ VAGAS! Eu vivo há muito tempo e não tô muito preocupado com isso!

* Kd meu direito de dar pinta? Estamos aqui pq um monte de bicha preta, latinas, feias, mal vestidas e velhas foram chorar a partida de Judy Garland! E eu, por acaso, sou preta, latina, mal vestida, nem tão feia e nem tão velha! Resolvi fazer do dia a dia um pedaço de briga só pra eu poder ser. Elegi a minha diva e choro com Elza cantando "Meu Guri". Então, me deixa chamar Valeska e Gaby Amarantos de diva! Não curtiu? Vá dobrar suas cuecas! E calcinhas!

* Salve Nossa Senhora dos 101 Dálmatas, que protege quem tem (e dá) pinta!

* Eu era casado a 3 e o que mais ouvi mesmo dos gays foi "ai, isso não vai dar certo nunca". Que merda de tolerância é essa que em nome da diferença afirma o mesmo de sempre? Meus amigos hetero adoravam a idéia, principalmente os homens (no coments, Josh)! (Tinha muito homem hetero querendo ser o quarto!!!!)

* Não fomos catequizados. Fomos bulinados pelos que mandavam. Curtimos a nossa perversão e somos mais felizes por isso! Depois, fomos ao Juizado de Pequenas Causas e acusamos os bolinadores de terem paus pequenos!

* Desculpem-me mas casamento a dois é modelo de familia nuclear tradicional, a mesma familia que defende que eu não tenho direitos de pessoa, que o ***, mesmo tendo vivido comigo por lindos 14 anos, não tem direitos sobre o que construímos juntos e está no meu nome! E pq que eu não posso casar a 3? Em que medida os novos arranjos não refletem as novas subjetividades e as novas possibilidades? Não, não quero que minhas relações sejam percebidas a partir do que me nega! O bombardeio "certinho" e heterossexualizantemente familiar diz pra ser igual à mamãe. Mas ninguém me pergunta se eu quero ser igual a ela ou se quero inventar algo que me caiba ou que se aproxime do meu tamanho! Até pq, Mamãe foi infeliz pra caráleo!

* Sobre mamãe, eu adorava as unhas cor de ferrugem! Retrô e futurístico ao mesmo tempo! Burro foi o *** que nunca reparou! Mas, pensando bem, ninguém que se chama "***" pode ser feliz com um nome desses! Ou pode reparar coisas belas tendo que conviver com uma alcunha dessa monta! O ser é estético e se o que nomeia o ser não o é, isso não pode dar em coisa boa!

* Com mamãe aprendi que quem mandava, podia! Ela "era", mandava e ninguém sentia! Pena que faltei muitas aulas! Agora me chamam Dominatrix!

* Me desculpem as educadoras cidadãs e as "picicólicas" de Jesus, mas homofobia é homofobia. "Bulling/bullyng homofóbico" é invenção de quem quer esvaziar o discurso do outro, viu? Me provem que é a mesma coisa que eu escrevo outro texto me retratando!

* A criatura que inventou o dildo deveria merecer um feriado! Mesmos louros pra quem inventou o KY e o direito de usarmos calças vermelhas! Preciado, só Preciado, sabe o valor que um dildo tem! Quem ainda não descobriu, é besta!

* Desde os 8 anos eu já sabia o que era sexo. Coelho Neto, Chico Buarque e alguns mais pelo jeito sabiam mais que eu!

* Ficam ai cuidando da vida do Mário de Andrade! Acho péssimo e me pergunto quem havia de querer aquela bicha beiçuda!

* A moda agora é o "bullyng gastronômico": esse povo que quer me namorar e me convida pra comer podrão e mc shit precisa mesmo ouvir uns impropérios! Salve Nossa Senhora do Caldo Maggi que deixa tudo com o mesmo gosto e que decanta o bom paladar dos que comem pacotão da Sadia!

* E não me adianta torrar meu saco (adoro objetos pleonásticos, viu?) com discurso em favor da masculinidade gay que beira a heterossexualidade homofobica (abadá xadrez e suspensório é mais last week, depeche mode que qq outra coisa. Por favor, corram da Renner e da C&A e das sua liquidações em Xadrez!) e nem com essencialismo homossexual ou de gênero pq me cansam da mesma forma! Recebi uma revista direcionada ao publico "bear", com um artigo de umazinha aqui de SP, 100% machista e homofóbico, que me fez chorar no cantinho de tanta vergonha: burra, feia e escreve mal! É possivel ter mais defeitos numa criatura só?

* Antes um feio pelado que um maravilhoso com uma calça que tem mais detalhes e bolsos que calça propriamente dita!

* DEus sabia o que fazia: colocou o cu e o pau no centro do Mundo!

* Eu, no fundo no fundo, não quero ser bicha-hetero! Quero ser, simplesmente, o que me convier! Quero ser viado, sim, bicha-bicha! dar pinta com o ***, meu sobrinho bem resolvido e de quem eu me orgulho, entender com a Rosemary Granja que a diferença só aproxima e não afasta, curtir com o Roberto Bozzetti ou com a Lia Lee, Luana Barossi e Kathya Cegha o pleno direito ao uso do corpo, com maquininha de cartão e tudo, pegar pesado (e leve) com *** e ***, fazer do dia a dia da academia uma prática politica, identitária e cidadã como o fazem Mario C. Lugarinho, o Luiz Mott, Simone, Rita e Tânia Macedo ou Sérgio Aboud!

* Gosto dos Santos! E das santas! Mas seria bem mais devoto se soubesse que alguém chegou aos céus pq gozou muito! Eu me sentiria muito mais recompensado!

* Desisti dos Santos porque não tinham corpo! Acho tudo de bom Exu pirocudo, Oxum xerecuda e tudo o mais! Lembram da minha humanidade e do quanto sou nada diante do meu prazer!

* Cadê meu direito de dar na pinta e ainda assim comer você? Não confunda estilo e gaiatice com posição sexual, meu bem! E se eu quiser dar, isto é um direito que me assiste! Vc pode gostar ou não! Mas quem disse que eu estou preocupado com isso!?

* A diferença entre o Céu e o Inferno é o designe que os assina! Penso ainda que tudo é uma questão entre Kenzo e Laggerfeld! Minimalismo e Arabescos em excesso! Mas vamos combinar: se vc não entendeu a diferença, tente opor a 25 e a Oscar Freire! Moral da História: cada um tem o lugar que merece!

* E não me segue que eu não sou novela, diria uma preta luxuosa que desfila comigo na Tijuca e na Mangueira! Agora se o bofe for odara, que me siga, que me persiga, me assedie e me conquiste! E QUE PAGUE A CONTA NO FINAL!

* Phoda é que no fim, depois de tanta briga, porrada, bicha e trava e lésbica mortas a pauladas, a gente ainda faça o discurso do que nos oprime! Se vc não pensa, que cante babalu em grego! Ou pede pra cagar e vaza desse mundo! Tá cheio mesmo...

* Vale lembrar: negar a si o direito de ser equivale a assinar embaixo da mesma merda de vida que Malapheya e Bols-onagro querem pra mim! Eu não janto nem com babaca e nem com assassino! Por isso mesmo desisti de ler e ensinar metade da literatura africana de lingua portuguesa!

* Eu custo caro e não tenho vergonha disso: não me venha com Rommanel pq Vivara é minha área de lazer! Já tive G-Shock da galeria Pagé roubado no busão! Vai me roubar, bandido, mas que roubem um original!

* Não me acuse por gostar de couro de verdade e por colecionar jóias verdadeiras, afinal, os maridos vão e os diamantes ficam! E alguém precisa pagar por isso!

* Cansei dos idealismos marxistas: PERGUNTA PRA MINHA EMPREGADA, A ***, POBRE DESDE SEMPRE SE ELA GOSTA DE POBREZA? Joãozinho sabia: quem gosta de trapo é intelectual metido a besta! Pobre gosta de luxo, riqueza e brilho! E deixa a nega sambar!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

* Poupem-me do enjôo: saia cigana, hippie de butique, que custa 500 real não combina com o discurso pelos marginalizados. Adorar a "Africa" e comprar vestido feito com capulana e que custa 700 paus tb não! Traduzo: ser pobre no Jardim Europa ou no Leblon é muito dificil! quero ver sacolar na Zé Paulino!

* Eu sou contraditório e me reservo o direito de sê-lo. Isso me é pessoal e intransferível!
Emerson Inácio é professor da USP e membro da Associação Brasileira de Estudos da Homocultura.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Esta história de que "Minha alma canta, vejo o Rio de Janeiro" não funcionou desta vez. Vou me explicar. Normalmente, quando estou chegando ao Rio fico muito feliz, num estado de euforia, animação quase nunca percebido ao chegar em qualquer outro lugar.
Acabo de chegar, na verdade, já faz mais ou menos uma hora que estou em casa. Mas estou tão cansado que não acho graça de nada. Além do cansaço, que não é pouco, meus ouvidos estão bloqueados, por conta da pressão do voo. Fazia tempo que eles não doíam tanto quanto doeram desta vez. Achei que a cabeça ia explodir (um pouco de exagero não faz mal a ninguém).
Bem, estou de volta por uns dias para o encontro do meu grupo de pesquisa, o GTDIS, na UFF e fico por aqui até domingo pela manhã.
Quem por ventura ler este post e puder/quiser me ver, me ligue. Eu estarei todos os dias na UFF, mas acho que por volta das 21h já estarei no Rio. Os telefones são os mesmos (ah, o tel fixo está desligado, portanto me restam apenas o velho celular do Rio ou os números do PR).

Após queixa de associação de gays e lésbicas, Schin retira comercial do ar

Propaganda Nova Schin (Foto: Reprodução/YouTube)
A Schincariol decidiu retirar do ar uma propaganda da cerveja Nova Schin após a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) ter feito denúncia ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) por considerar o comercial descriminatório.
Em nota, a Schincariol informou que não foi notificada pelo Conar, mas que "em respeito às pessoas que se sentiram, de alguma forma, afrontadas, a empresa retirou o filme do ar".
Na peça, um homem fica constrangido ao descobrir uma mulher que havia chamado a sua atenção era um travesti.
"A ABGLT gostaria de expressar sua indignação com o comercial “Festa de São João”...  em que um homem travestido de mulher é objeto de escárnio, piada e deboche, “de noite era Maria e de dia era João”, disse o presidente da associação, Toni Reis, em ofício encaminhado ao Conar, pedindo a retirada imediata da propaganda.
Para a ABGLT, o comercial contribui para referendar e banalizar a discriminação contra travestis. "Entendemos que é preciso ter bom humor, não se deve utilizar-se da fragilidade de uma população para vender um produto. Isto não é condizente com o preceito constitucional da dignidade humana", acrescenta a nota.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Propaganda da Nova Schin estigmatiza travestis e transexuais (texto)

 
Propaganda de gosto duvidoso da Nova Schin estigmatizando as travestis
 
Não bastassem os comerciais que retratam os homens heterossexuais como verdadeiros retardados e idiotas do maior dos graus, cujo único objetivo na vida é tomar cerveja e sonhar em pegar uma mulher no estilo gostosona, sempre colocando-as como bem de consumo, muitas vezes preteridas por esses mesmos homens em favor da própria cerveja, um comercial agora vem também incentivar a estigmatização das travestis e/ou transexuais. 
É o caso da cerveja Nova Schin com seu comercial de São João. O vídeo, cujo link encontra-se online neste 28/05/12 no próprio site da empresa, ridiculariza um cara que se gaba da mulher que 'pegou' na festa. Ele apresenta a moça aos  amigos que fazem aquela cara de "Hum... Não sei, não".

Associação de gays e lésbicas pede retirada de comercial da Schin

BRASÍLIA — A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) enviou nesta segunda-feira um ofício ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) pedindo a imediata retirada do ar de um comercial da cerveja Nova Schin. Em nota, a associação diz que o comercial é discriminatório e debocha das travestis.
Narrada por um repentista, a propaganda é ambientada numa festa de São João. Um grupo de cinco amigos toma uma Nova Schin quando aparece uma mulher caminhando na rua. Um deles, Marcão, garanhão, rápido como um coristo, partiu em direção a ela, mas quando a reparou, vixe, deu inté dó: olhou o tamanho do pé, o volume e o gogó, mas constatou que a sua paixão de noite era Maria, mas de dia era João. Marcão fica constrangido, e os quatro amigos dele, sentados e observando de longe, riem da situação. Na última cena da propaganda, porém, o homem vestido de mulher senta na mesa e toma cerveja com o grupo.
O comercial contribui para referendar e banalizar essa discriminação, ridicularizando a personagem travestida”, diz na nota o presidente da ABGLT, Toni Reis. O texto cita uma pesquisa feita na Parada LGBT de São Paulo em 2005, segundo a qual 77% das travestis e transexuais afirmaram já ter sofrido agressão verbal ou ameaça de agressão em virtude de sua sexualidade.
“Ao mesmo tempo em que entendemos que é preciso ter bom humor, não se deve utilizar da fragilidade de uma população para vender um produto. Isto não é condizente com o preceito constitucional da dignidade humana”, acrescenta Reis.
A ABGLT se define como uma entidade de abrangência nacional, fundada em 1995, congregando 257 organizações com o objetivo de defender e promover a cidadania dessa parte da população.

André de Souza - O Globo

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Comissão aprova projeto que inclui casamento entre pessoas do mesmo sexo no Código Civil (notícia)



Proposta da senadora Marta Suplicy não interfere no casamento religioso. Projeto ainda precisa passar por CCJ e plenário do Senado e pela Camara.

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) aprovou projeto de lei da senadora Marta Suplicy (PT-SP) que introduz no Código Civil a união estável entre casais homossexuais e a possibilidade da conversão dessa união em casamento civil. A proposta não interfere nos critérios adotados pelas igrejas para o casamento religioso.
O projeto define como entidade familiar “a união estável entre duas pessoas, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família”.
Para ser transformada em lei, a proposta ainda necessita de aprovação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no plenário do Senado e também na Câmara dos Deputados.
O projeto de Marta Suplicy transforma em lei a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que em maio do ano passado reconheceu a união estável entre homossexuais como unidade familiar.  "O que nós fizemos foi colocar no Código Civil aquilo que o STF já fez", declarou a senadora.
De acordo com a Agência Senado, a relatora do projeto na Comissão de Direitos Humanos, senadora Lídice da Mata (PSB-BA), afirmou que o Congresso está "atrasado" em relação a outras instituições que já reconheceram a união de casais do mesmo sexo, como o STF, a Receita Federal e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Se transformado em lei, o projeto eliminará dificuldades de casais homossexuais para conseguir efetivar o casamento civil, apesar da decisão do Supremo. Mesmo com a decisão do STF, alguns juízes argumentam que não existe legislação sobre o assunto.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Para os olhos (imagem)


GB - Gays Bacanas (Ivan Lessa)

Grã-Bretanha é onde os gays, para usar de um rótulo geral, porém não desabonador, têm mais oportunidade de exercitar seus direitos legais e até mesmo paralegais.

BBC
Eu não vivo me perguntando qual é a melhor capital da Europa para ser gay. Mas toda informação nova me é benvinda.
Na quinta-feira, dia 17, quando se comemorou o Dia Internacional contra a Homofobia e a Transfobia, um estudo - o primeiro no gênero - fez um levantamento da situação no Continente e chegou-se à conclusão de que o Reino Unido é o melhor país europeu para aqueles que se dedicam ao amor gaio, bissexual, transgênero e pessoas ditas intersexuais.
No Reino Unido, revela a obra que esteve um bom tempo em gestação, é onde os gays, para usar de um rótulo geral, porém não desabonador, têm mais oportunidade de exercitar seus direitos legais e até mesmo paralegais.
O reconhecimento da chamada 'parceria civil' e as leis antidiscriminatórias elevaram a nação, com Família Real, Câmara dos Lordes, Parlamento e toda sua pompa e circunstância, ao topo da Associação Européia Internacional Lésbica e Gay (a ILGA-Europa) cujo index dá notas a 49 países em mais de 40 categorias.
O casamento, propriamente dito, parece ser agora apenas uma questão de tempo. O povo está deixando bem claro sua posição nessa história: pouco importa sua sexualidade, casamento, com véu e grinalda, se quiserem os nubentes, é uma reunião de dois entes que se querem e desejam, diante dos olhos de Deus e dos homens, passarem o resto de suas vidas juntas.
Quem previsse este estado de coisas há uns 10 anos seria chamado de louco ou, em cidades e vilarejos mais obscurantistas (e como os há), talvez até caçado a pedradas ou, mais extremameente, queimado na fogueira.
O país, que vive dias de inquietude, graças à recessão e a agora notória desiguladade social, diante, ou melhor, sob um governo vacilante, contraditório e, segundo os mais extremados, à deriva das grandes questões do momento, ainda não abriu de todo seu jogo nessa questão que, em partes mais atrasadas do mundo, ainda é, com sorte, apenas tabu.
A Grã-Bretanha é o país onde gays, lésbicas, transexuais e transgêneros sentem-se mais seguros e mais a salvo dos chamados 'crimes de ódio' ou meras galhofas e maldades.
A Grã-Bretanha, segundo sua ministra da Justiça, Theresa May, por uma vez na vida (vive em apuros essa notável política), se disse 'satisfeitíssima' em constatar que seu país liderava e mostrava às outras nações continentais qual o destino a obedecer.
Não poupou elogios também ao ministério do Exterior, que foi dos primeiros a abrir o caminho para, em meio a tantas vicissitudes outras, o país mostrar o caminho a seguir numa questão humana de rara sensibilidade, tendo inclusive colocado no papel o primeiro plano de ação transgênero. E acrescentou a ministra Theresa May: 'Precisamos evitar a complacência e continuar fazendo do Reino Unido um grande país para todos viverem e trabalharem juntos'.
O que foi o equivalente a uma bofetada na Rússia e na Moldávia, países que, juntamente com Ucrânia, Armênia, Belarus, Azerbaijão e Turquia, e talvez até mais surpreendentemente, Macedônia, Lichtenstein, Mônaco e San Marino ficaram lá por baixo no ranking gay.
Reino Unido ou Grã-Bretanha, chamem de que quiserem, mas ainda continua líder em muita coisa importante neste continente cada vez mais velhão e patusco.

G1 em 18/05/2012

Se isso é estar na pior, porrã.. (texto)


Hoje, durante o depoimento do contraventor Carlinhos Cachoeira, no corredor da CPI, as candidatas a Miss Brasil desfilavam. 
Teria sido um sonho? Ou realmente era isso que acontecia?
Ou, pensando bem, pelo menos alguma coisa aconteceu, já que ninguém conseguiu ouvir uma palavra sequer do bicheiro.
Mas não foram apenas as meninas ou o silêncio do réu que me surpreendeu, mas a presença do seu advogado Márcio Tomaz Bastos. Fiquei morrendo de vergonha ao vê-lo representar o contraventor.
"E teve boatos que ele ainda estava na pior, se isso é estar na pior...porrã." (Filósofa Luiza Marilac). 

Porque a gente acredita, mesmo não acreditando muito, que vc está me protegendo

Faz quinze anos que vc nos deixou! Eu já era um homem. Vivia há um longo tempo longe de vc. Tive a sorte de conviver contigo por 44 anos. Um...