domingo, 25 de abril de 2021

Estou morando no trabalho

Fiquei/fico nesse último ano e meio pensando na contradição de sentir, por um lado, a eternidade desta pandemia, e, por outro, o tempo que me/nos escapa. 

Tenho reclamado muito de estar em casa e de não ter vida social. O trabalho tem nos consumido todo o tempo: inclusive aquele dedicado ao descanso (de estar em casa fazendo nada). 

Estou morando no trabalho e perdi o controle do limite entre aquilo que é exclusivamente da ordem profissional e da ordem pessoal. Não sei exatamente se essas ordens eram tão separadas assim, mas a impressão atual é que esse limite inexiste. Tenho até tentando um controle, mas, assumo, que nem sempre é possível.

Desde de março de 2020, estou praticamente trabalhando em home office. Como estou na coordenação de um curso, acabo fazendo trabalhos presenciais uma vez que nem tudo é possível de forma remota. Não é uma grande parte do trabalho, talvez uns 20% do total daquilo que é minha atribuição. O resto acontece via internet: sentado diante do computador, falando para alguém ou falando sozinho.

O que me espanta é, como disse acima, saber que um ano e meio depois estamos vivendo o pior momento da pandemia aqui no Brasil, que continuamos (grande parte da população que pode estar) em casa, mas que o tempo corre desesperadamente. Última semana de abril de 2021. Os meses nos atropelando, os finais de semana consumidos pelo trabalho: de todas as ordens e a sensação de dever não cumprido, de estar em falta com alguma coisa, do trabalho que não acaba, de correr de um lado para o outro batendo cabeça.

É claro que há produção (muita produção, por falar nisso!). Os convites não param de chegar. Nem sempre é possível dizer "não"! Demandas de todos os lados e cada vez mais somos solicitados. Fica a sensação de um vazio... e uma pergunta no ar (sem resposta): pra quê?

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Quero esquecer 2020.

 

2020 será um ano fantástico para TI - Startupi

Não ando inspirado para escrever. Quando isso acontece, e tem acontecido muito, significa que estou com muito trabalho, com prazos curtos para finalizar muita coisa. Estamos assim desde o início desta pandemia: a universidade pensa que home office significa ter tempo demais para muito mais, além daquele tempo que vc já não tinha antes. 

A universidade nos consome. Tudo é para ontem. Tudo tem um prazo curtíssimo e agora, me parece, que este prazo curtíssimo encolheu.

Home office é vc consigo. Tente falar por telefone com alguém na instituição? Estresse! Consegui organizar uns contatos-chave e com estes vou me organizando para dar conta do que tenho que fazer.

Não vejo a hora de entrar em recesso. Vou fugir para um lugar sem internet, sem telefone, sem rede social, sem lugar.

Para não ficar sabendo de absolutamente nada. Quero esquecer 2020!

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Fungo nas unhas dos pés

Melhores remédios caseiros para eliminar fungos e manchas amarelas ...
Sofri por muito tempo com fungos nas unhas dos pés. Tinha vergonha de ficar descalço por conta das unhas deformadas, escuras e feias. Usei vários tipos de remédios que me indicavam. Comprava tudo o que ouvia dizer para me livrar dos fungos. Fiz até tratamento com laser. Nada disso produziu um bom resultado. Aí, por acaso, ouvi uma receita de uma médica no youtube e resolvi experimentar.
Depois do banho, seque bem os pés (eu uso um secador de cabelos), borrife água oxigenada (10 volumes), e deixe secar. Depois passe óleo de melaleuca (fácil de encontrar em farmácias de manipulação). Apenas isso. A indicação era fazer uma vez ao dia, fiz duas vezes ao dia. E em uma semana já percebi uma melhora considerável.

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Da Série: Contos mínimos

Hoje nos despedimos como se não fôssemos mais nos ver. Um misto de vazio e de ser novamente dono do meu dia. Quando alguém vai embora leva consigo os seus sons.
Silêncio é muito mais que a ausência de palavras e sons. É a ...

sexta-feira, 22 de maio de 2020

Meu coração está muito triste!

Eu não queria encher de tristeza esta página, mas hoje não tem outra forma de escrever que não seja a de sentir muito. Sentir muito por tudo, vivemos uma vida inteira juntos. 
Nós dividimos momentos importantes da infância à vida adulta: dividimos as brincadeiras de criança (as bonecas), dividimos as músicas que gostávamos, dividimos cinemas, bailes, amigos, conversas,  dividimos muitas histórias e gargalhadas (daquelas que a barriga não aguenta de tanta dor), segredos, dividimos as modas, dividimos o colégio, dividimos comida, dança, carona, café da manhã, almoço, janta, irmão, mãe, cama. Nós éramos uma família que o coração juntou.
Da última vez que nos encontramos ficamos muito emocionados porque esse encontro era um encontro da amizade, do carinho, dos corações, da certeza de que vivemos e éramos um do outro.
Nos falamos ainda este mês. Vc me mandava sempre um recadinho em forma de coração, flor, abraço e me escreveu dizendo que se estivesse por perto, ia cuidar de mim...
Que triste saber que vc nos deixou.

domingo, 17 de maio de 2020

Quanta tristeza!

Entenda o perigo da covid-19 se comparada a outras doenças | Poder360No final de março, dia 27 para ser mais exato, postei aqui uma fotografia que nos mostrava a quantidade de mortos na Itália: eram 10 mil mortos por lá. Tão longe da gente que nem precisávamos mostrar empatia, tristeza ou solidariedade...
A foto era uma forma de expressar a minha indignação diante das manifestações, daquele dia, no Brasil contra o isolamento social Hoje, por aqui, passamos dos 15 mil mortos. 15 mil 663 mortos oficiais para ser mais exato. E a impressão é a de que esses 15 mil e 663 mortos tb não nos dizem respeito: estão lá, em outras cidades e capitais, em sua maioria, são pessoas estranhas e por isso não precisamos nos solidarizar.
Que tristeza!

sexta-feira, 27 de março de 2020

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Resultado de imagem para despedida“E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval, uma pessoa se perde da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se amaram muito, depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu.

Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso. E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?

Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras, com flores e cantos. O inverno, te lembras, nos maltratou; não havia flores, não havia mar...Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus. A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo.”

Do livro "A Traição das Elegantes", Rubem Braga.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Cada um no seu quadrado

Resultado de imagem para cada um no seu quadradoNão é fácil compreender que a gente não está no controle de nada. De nada que tenha a ver conosco e muito menos que tenha a ver com o outro. 
Sou professor, acho que já escrevi isso aqui mais de mil vezes, num curso de letras (na graduação e na pós graduação). Tenho orientandos tanto aqui quanto lá. Os de lá estão, naturalmente, iniciando uma jornada científica. Tudo muito básico. Os de cá já têm uma experiência profissional que os coloca numa etapa mais adiantada: são formados, em geral trabalham, sabem ler e escrever com autonomia. Tudo isso funciona na teoria, apenas na teoria.
Tenho alunos da iniciação científica que dão shows em suas apresentações, que escrevem com muita maturidade e que leem muito bem.
Por outro lado, tenho alunos do mestrado e do doutorado que dão o maior trabalho. Vc diz uma coisa e eles fazem outra. Você sugere uma leitura e eles nem aí para a sua sugestão. Você indica uma correção e eles te ignoram completamente.
Aprendi (mais ou menos) a conviver com esses alunos de forma que não confundo mais o trabalho deles com os meus. Eu leio com muita atenção o que me mandam, faço todos os comentários que julgar necessário, estabeleço um prazo para a reentrega e o resto é por conta deles. 
Se fizerem o trabalho direitinho, vão apresentá-los para uma banca e vou defendê-los. Se não fizeram.... 
Havia um tempo em que eu ficava me culpando pelo trabalho mal feito. Não faço mais isso. Cada um tem uma função nessa relação e pronto.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Para nunca esquecer, de outubro de 2009.

"Alexandre: as mães não morrem. Elas ficam por  aí, piscando o olho pra gente - "cuidado, menino"; "ponha o casaco"; "vai mais um café, meu filho?", iluminando de memória o que a vida nos reservaDe memória e de ternurapode crer.

Um abraço, com carinho, Bea."


Uma aposta que se perde!

A gente aprende a lidar com a ausência quando só há ausência. Se a presença é escassa, se não há reciprocidade, se é preciso implorar a comp...