sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Violência contra homossexuais (Drauzio Varella)


Negar direitos a casais do mesmo sexo é imposição que vai contra princípios elementares de justiça



A HOMOSSEXUALIDADE é uma ilha cercada de ignorância por todos os lados. Nesse sentido, não existe aspecto do comportamento humano que se lhe compare.
Não há descrição de civilização alguma, de qualquer época, que não faça referência a mulheres e a homens homossexuais. Apesar de tal constatação, esse comportamento ainda é chamado de antinatural.
Os que assim o julgam partem do princípio de que a natureza (leia-se Deus) criou os órgãos sexuais para a procriação; portanto, qualquer relacionamento que não envolva pênis e vagina vai contra ela (ou Ele).
Se partirmos de princípio tão frágil, como justificar a prática de sexo anal entre heterossexuais? E o sexo oral? E o beijo na boca? Deus não teria criado a boca para comer e a língua para articular palavras?
Se a homossexualidade fosse apenas uma perversão humana, não seria encontrada em outros animais. Desde o início do século 20, no entanto, ela tem sido descrita em grande variedade de invertebrados e em vertebrados, como répteis, pássaros e mamíferos.
Em alguma fase da vida de virtualmente todas as espécies de pássaros, ocorrem interações homossexuais que, pelo menos entre os machos, ocasionalmente terminam em orgasmo e ejaculação.
Comportamento homossexual foi documentado em fêmeas e machos de ao menos 71 espécies de mamíferos, incluindo ratos, camundongos, hamsters, cobaias, coelhos, porcos-espinhos, cães, gatos, cabritos, gado, porcos, antílopes, carneiros, macacos e até leões, os reis da selva.
A homossexualidade entre primatas não humanos está fartamente documentada na literatura científica. Já em 1914, Hamilton publicou no "Journal of Animal Behaviour" um estudo sobre as tendências sexuais em macacos e babuínos, no qual descreveu intercursos com contato vaginal entre as fêmeas e penetração anal entre os machos dessas espécies. Em 1917, Kempf relatou observações semelhantes.
Masturbação mútua e penetração anal estão no repertório sexual de todos os primatas já estudados, inclusive bonobos e chimpanzés, nossos parentes mais próximos.
Considerar contra a natureza as práticas homossexuais da espécie humana é ignorar todo o conhecimento adquirido pelos etologistas em mais de um século de pesquisas.
Os que se sentem pessoalmente ofendidos pela existência de homossexuais talvez imaginem que eles escolheram pertencer a essa minoria por mero capricho. Quer dizer, num belo dia, pensaram: eu poderia ser heterossexual, mas, como sou sem-vergonha, prefiro me relacionar com pessoas do mesmo sexo.
Não sejamos ridículos; quem escolheria a homossexualidade se pudesse ser como a maioria dominante? Se a vida já é dura para os heterossexuais, imagine para os outros.
A sexualidade não admite opções, simplesmente se impõe. Podemos controlar nosso comportamento; o desejo, jamais. O desejo brota da alma humana, indomável como a água que despenca da cachoeira.
Mais antiga do que a roda, a homossexualidade é tão legítima e inevitável quanto a heterossexualidade. Reprimi-la é ato de violência que deve ser punido de forma exemplar, como alguns países o fazem com o racismo.
Os que se sentem ultrajados pela presença de homossexuais que procurem no âmago das próprias inclinações sexuais as razões para justificar o ultraje. Ao contrário dos conturbados e inseguros, mulheres e homens em paz com a sexualidade pessoal aceitam a alheia com respeito e naturalidade.
Negar a pessoas do mesmo sexo permissão para viverem em uniões estáveis com os mesmos direitos das uniões heterossexuais é uma imposição abusiva que vai contra os princípios mais elementares de justiça social.
Os pastores de almas que se opõem ao casamento entre homossexuais têm o direito de recomendar a seus rebanhos que não o façam, mas não podem ser nazistas a ponto de pretender impor sua vontade aos mais esclarecidos.
Afinal, caro leitor, a menos que suas noites sejam atormentadas por fantasias sexuais inconfessáveis, que diferença faz se a colega de escritório é apaixonada por uma mulher? Se o vizinho dorme com outro homem? Se, ao morrer, o apartamento dele será herdado por um sobrinho ou pelo companheiro com quem viveu por 30 anos?

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

SIM E NÃO (texto)

Aprendi a dizer Não não faz muito tempo. E sou bastante honesto ao afirmar que ao dizê-lo, mais do que uns podem crer, é libertador. Digo Não para respeitar os meus limites e, sobretudo, a minha vontade. E, sinceramente, pouco tenho me importando com as expectativas dos outros.
"Dizer não é dizer sim", cantou o Kid Abelha e os Abóboras Selvagens nos anos 80 e percebi com o passar dos anos o quanto podemos nos tornar reféns do sim. Dizer Sim sem vontade é uma das grandes agressões a que nos submetemos, porque queremos agradar ao outro, principalmente. Esquecendo-nos.
Tenho percebido que, em geral, as pessoas convivem muito bem com a falsidade, com a dissimulação,  com tudo aquilo que não é mais do que aparentar ser, mas nada bem com as pequenas verdades.
Sei tb que às vezes ela, a verdade, doi (muito), mas ainda assim, prefiro ouvi-la ou dizê-la a ter que conviver com a dissimulação ou com comentários feitos às costas ou à ausência.
No entanto sei tb que tudo isso tem um preço e pagá-lo não é nada fácil, mas diante de liquidar essa dívida ou de fazer alguma concessão, ainda acho mais tranquilo sacar o talão de cheques.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

PAPAI NOEL DOS CORREIOS 2010

Realizada há mais de 20 anos, o Papai Noel dos Correios é uma das maiores campanhas sociais natalinas do Brasil. Distribuir presentes não é meta institucional da campanha, a principal preocupação é responder aos remetentes das cartinhas endereçadas ao Papai Noel e promover a mobilização dos Correios e da sociedade em torno dos sonhos das crianças brasileiras. 
A disseminação, em todo país, de valores natalinos como amor ao próximo, solidariedade e felicidade é o principal benefício conquistado graças à vontade dos mais de 108 mil empregados e à solidariedade da sociedade brasileira.
Em 2010, foram estabelecidas parcerias com escolas públicas, creches e/ou abrigos que atendem crianças em situação de vulnerabilidade social. Desta forma, a campanha alinha-se a um dos Objetivos do Milênio estabelecidos pela Organização.

Da série Poemas de Dezembro

Receita de Ano Novo


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Texto extraído do Jornal do Brasil, Dezembro/1997.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Poemas de Dezembro (Drummond)

Procuro uma alegria
uma mala vazia
do final de ano
e eis que tenho na mão
- flor do cotidiano -
é voo de um pássaro
é uma canção.
(Dezembro de 1968)

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Dias em que a porca torce o rabo! (texto)

Período pós-vestibular não é dos melhores para muitos lados.  Mais trabalho  a cada 5min. Pelo menos agora encaro como parte do trabalho. Eles chegam e eles vão.

domingo, 28 de novembro de 2010

Cláudia Wonder (texto)

A primeira vez que ouvi falar de Cláudia Wonder foi em 1986 numa coluna do escritor Caio Fernando Abreu no Estadão. Ele publicou em sua coluna no jornal o artigo “Meu amigo Claudia”, no qual rendeu uma afetuosa homenagem àquela que no palco e na vida era bem assim: uma maravilha, um espanto.
Depois dessa coluna, sempre ouvi histórias sobre a Cláudia. Ela era irreverente acima de qualquer coisa. Não era óbvia, a começar pela escolha do nome. Ela era Marco Antonio Abrão, mas virou Wonder
Se esperavam dela o amor pelos musicais à Judy Garland, ela apresentava Lou Reed com sua banda Jardins das Delícias. Se a queriam fazendo lipsinck na boate, ela preferia integrar a trupe do lendário diretor de teatro Zé Celso na peça O Homem e o Cavalo. Se a queriam alienada e fútil, ela se mostrava politizada, a favor da democracia no fim da ditatura e ativista dos direitos civis para gays, lésbicas e trans.
Claudia começou sua carreira artística fazendo shows em boates e no teatro. Com participação em mais de dez montagens (algumas delas com o Teatro Oficina), 13 filmes – entre eles, Carandiru – um álbum solo FunkyDiscoFashion (2007), gravado com Edson Cordeiro, além do livro Olhares de Claudia Wonder – Crônicas e Outras Histórias (2008).
Marcou época no lendário clube paulistano Madame Satã, e toda sua irreverência ficou conhecida na noite underground paulistana da década de 80. Entre as concorridas performances apresentadas no “Satã”, não há como esquecer o banho de Claudia, numa banheira de groselha, de onde “espirravam” atitudes e protestos. Tanta ousadia conquistou não só Caio F., como Cazuza, Zé Celso e tantos outros amigos – famosos e não famosos – que se tornaram fãs da artista. “Ela tinha uma voz tênue, rouca, uma roqueira quase sem voz. Mas ela tem a voz e a voz da alma dela é fortíssima”, disse o diretor Zé Celso no documentário de Dácio Pinheiro.
Claudia deixa não só uma herança cultural formidável, mas, sobretudo exemplo de dignidade como bem registrou Caio Fernando Abreu. E esse tipo de herança não se perde. “Esbarraremos” com Claudia pelas esquinas de São Paulo – e em tantas outras por aí – cada vez que a arte prevalecer e a intolerância sucumbir. Disse Zé Celso: “Claudia Wonder não foi, Claudia Wonder é a história dessa cidade ainda”. Divas não morrem.

Amanhã é segunda-feira. Não acredito! (texto)

Cheguei no sábado às 12h45 em Foz do Iguaçu. Podre, depois de 8h de viagem e nada de sono. Meu voo saiu às 3h10 de Natal. Uma parada estratégica no Rio para uma conexão. 
Assim que cheguei em casa, depois de um banho e nada de poder dormir, fui à universidade. Detalhe, minha última refeição foi o jantar de sábado. 
Preparamos o campus para o vestibular. Trabalhamos até às 18h. Dormi até às 5h de domingo e voltei para o batente. Trabalhamos até às 14h. Pedi comida, finalmente, e desmaiei. Ainda estou cansado, as pernas doem.
E sem acreditar me lembro que amanhã é segunda e tudo recomeça sem trégua.
De qualquer forma, ainda que eu esteja cansado, a viagem foi muito boa. A-do-rei Natal. Gostei demais da comida. Das pessoas e do congresso.
A ABEH vai crescer muito, principalmente se depender da sua coordenação e dos associados. Há muito o que se pensar, escrever, publicar, discutir. O próximo encontro será em Salvador em dois anos. Estarei por lá, espero!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

De um verde impressionante (texto)

Como eu disse, estou em Natal, RN. Ontem fiz um tour pela cidade com um amigo. Natal é uma cidade linda! O Centro é muito parecido com Santa Teresa, bairro do Rio. Além de belas construções (as semelhanças acabam aqui), as ruas são amplas, limpas, as praias são de um verde impressionante. E é claro que isso não é tudo. Estou sendo muito bem tratado por aqui, já fiz amigos. E faria muito mais se estivesse, por exemplo, uns 3 anos na cidade (rs).
Tem alguma coisa no tempero ou no leite que os nordestinos tomam para que eles sejam tão agradáveis, educados, bem-humorados. Há uma simplicidade no trato que chama atenção de qualquer sulista (tô me considerendo um). É claro que quero morar em Natal! É o meu termômetro. Se quero morar na cidade é porque gostei muito dela. Este ano teria me mudado para BH, Florianópolis, Maringá, pelo menos.
A cidade é enorme. O céu sempre azul. Dizem que são 300 dias de sol no ano. Não duvido. O calor não é aquele insuportável do Rio de Janeiro. Venta o dia inteiro. Não vi nada parecido com Natal em outra cidade do Nordeste (Ne). Salvador, por exemplo, é uma metrópolis, aqui é mais rústico ainda que tb seja uma capital.
O trânsito não é caótico. Hoje fui à universidade de moto (aluguei uma). Quase não consigo voltar a Ponta Negra. Meu GPS nunca funciona, por outro lado aprendi que quem tem boca vai à lona.
Agora estou no terraço da pousado, de frente pro mar. É uma imensidão verde (agora quase escuro). Anoitece cedo por aqui. Amanhece tb cedo.
Bom demais poder estar por aqui e aproveitar a viagem.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Agridem e voltam pra casa como se nada tivessem feito (texto)

Cada vez que vejo novas imagens das agressões ocorridas em SP mais fico revoltado com todos esses fatos. Me pergunto como pode tanta covardia, como é que esses animais agressores (desculpe-me a ofensa aos irracionais que não tem nada com isso, mas é a palavra que encontro para tentar expressar a minha indignação) conseguem fazer isso, voltar pra casa, dormir, continuar a vida como se nada tivesse acontecido?
Não consigo entender definitivamente como nem os pais, nem alguma escola, nem ninguém tenha conseguido dar educação para esses criminosos. Como é que essa gente está solta pelas ruas de SP sem que nada seja feito. São bandidos e estão sendo protegidos pelo silêncio e pela (in)justiça brasileira.
Não se pode caminhar pela Avenida Paulista (ou em qualquer avenida do país) sem achar que se corre perigo (de vida). É vergonhoso como construímos adolescente dessa natureza!
Isso tb é o resultado do que se diz por aí sobre os homossexuais: igreja, ciência, medicina tem parcela de culpa nessas agressões. Já passa da hora da homofobia ser considerada crime passível de penalização. A Lei não acaba com o preconceito, mas pode fazer com que ocorrências como essas diminuam.

Já é Natal (texto)

Fazia tempo que eu não chegava em uma cidade pela primeira vez e era recebido por amigos. Na verdade, fazia tempo que amigos não me esperavam em aeroporto, rodoviária ou afins. Afins então, nem se fale (risos).  Um grande amigo, da época de M. Cândido Rondon estava me aguardando. Ainda bem que lugares e amigos são marcas de nossas passagens por aqui.
Pois estou em Natal, RN. Cheguei por aqui às 14h30 (mais ou menos), depois de uma viagem de 8h de avião. Sabe aquele voa um pouquinho, descansa um pouquinho, voa outro pouquinho e por aí vai? Dormi em Foz do Iguaçu e levantei às 4h30, meu voo era às 6h. E como fiquei preocupado com a hora, dormi bem mal.
O que a gente não faz por um congresso!? Estou inscrito na ABEH, Associação Brasileira de Estudos da Homocultura, por sugestão de um amigo. E apresento o resultado de uma pesquisa na quinta-feira.
Estou em Ponta Negra, uma praia linda, mas cansado da viagem (depois do almoço dormi quase até agora) ainda não a aproveitei. Amanhã será outro dia!
Ah, detalhe, aqui não tem o famigerado horário de verão. O que quer dizer que cheguei às 14h30 (no horário local), a viagem, portanto, durou 9h.
Como você leitor pode perceber, estou meio tonto ainda e estou achando que este pequeno texto não faz nenhum sentido. Mas só amanhã eu para para reescrevê-lo. Por enquanto ficam essas pequenas impressões.


domingo, 21 de novembro de 2010

A cultura da irresponsabilidade, Freud explica (texto)

É claro que toda unanimidade é burra. Toda generalização absurda. E pior ainda quando se coloca todo mundo no mesmo saco! Mas sejamos razoáveis, a cultura do estudante aqui no país quase beira a irresponsabilidade. 
Acho que, é claro que isso é apenas uma impressão (tudo bem que dura quase 25 anos), estudar e os compromissos escolares são quase sempre deixados para depois. São assuntos de segunda ordem.
Difícil encontrar um aluno que chegue na hora da aula, mais difícil ainda aquele que leu o texto para se preparar para a discussão em sala, quase impossível esbarrar com aquele que além de ler o texto praparou alguma questão para fazer quando da sua discussão.
O segundo dia de vestibular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), neste domingo (21), teve 40.041 abstenções. Segundo o reitor da universidade, Aloísio Teixeira, no total, 51.972 mil pessoas realizaram a prova em 12 municípios do Rio. Foram 92.013 inscritos. As provas foram aplicadas em 76 locais.
Ainda de acordo com o reitor, o gabarito será divulgado ainda neste domingo. As notas serão conhecidas no dia 21 de dezembro, o pedido de revisão será em 5 de janeiro e o resultado final sairá no dia 14 do mesmo mês.
“A segunda prova da UFRJ ocorreu sem problemas. Tivemos 7.000 faltosos a mais do que no primeiro dia (15 de novembro), mas a abstenção estava dentro do previsto”, afirmou o reitor. No primeiro dia, foram 32.812 abstenções.
O mais interessante são os motivos alegados para justificar o atraso: "o despertador não tocou"; "moro longe"; "a minha mãe não me acordou"; "o ponto de ônibus fica longe da minha casa"; "não sabia ao certo o local da prova"; "me informaram que eu faria a prova num colégio, mas a informação estava errada" etc. (melhor parar por aqui).
Não li uma justificativa de atraso que o próprio candidato se responsabilizasse pela desisformação, atraso ou coisa parecida ("coisa parecida", então, nem se fale). Toda a (ir)responsabilidade é de alguém que não do próprio. Toda a culpa (e sempre existe um culpado) está fora da minha alçada. Ou seja, criamos monstros que não sabem sequer assumir que estar no horário e local determinado não é tarefa de pais, tios, avós, vizinhos, motoristas etc & tal.
Se eu moro longe, eu tenho que acordar mais cedo para chegar na hora. Preciso conhecer o trajeto antes para saber exatamente como fazer. Tenho que ter certeza do local e sala aonde farei a prova e por aí vai. 
Tem um horário definido no edital de qualquer concurso para que os portões sejam fechados. Não posso arriscar.
Por que é tão complicado assim cumprir com os compromissos, sobretudo com aqueles que de alguma forma definem um pouco a minha vida? Sigmund Freud diria que é uma escolha.

Uma aposta que se perde!

A gente aprende a lidar com a ausência quando só há ausência. Se a presença é escassa, se não há reciprocidade, se é preciso implorar a comp...