quinta-feira, 16 de junho de 2011

Bastião da moralidade (texto)

Por que será que falar/escrever palavrões de cunho sexual ofende tanto certas pessoas? Por que será que atitudes de outra ordem, por exemplo, a falta de respeito velada não ofendem na mesma intensidade?
Não estou de forma alguma fazendo apologia ao palavrão, ainda que ele não mais me ofenda (não me diga, absolutamente, nada). Já fui xingado algumas vezes. Já fui injuriado tantas outras, e aprendi, a duras penas, que o que não me mata, me fortalece (mesmo que isso possa parecer senso comum para alguns). 
As injúriam pertencem ao injuriador, dizem respeito àpenas a ele. A carga ofensiva tá na boca de quem diz. Pena eu ter me dado conta disso muito tempo depois. Mas o que é a vida senão aprender aos poucos, com o tempo?
É impressionante como vozes se elevam, dedos se põem em ristes, humores se alteram, pessoas se ofendem quando se trata de palavrão de cunho sexual. Parace até que alguma coisa mexe com os seus desejos mais íntimos. Parece também que há um ultraje revelando noites atormentadas por fantasias sexuais inconfessáveis
Palavrões são palavras dicionarizadas que, por acaso, foram classificadas por outras palavras como obscenas, grosseiras etc. E que podem ou não ofender. 
Quem nunca disse um filha da puta que atire a primeira pedra! Já fui ofendido e já ofendi sem usar um só palavrão. Já usei palavrão sem que isso tenha sido ofensivo.
Não suporto, definitivamente, quem se diz bastião da moralidade, porque não acredito mais nisso. Acretido sim que se sentir tão atingido por bunda, pau, cu revela muito mais o que nos constitui.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Nem um fio de cabelo para arrancar (texto)

Não tenho tido tempo para escrever (situação recorrente. Talvez seja melhor procurar ajuda profissional). Não tenho tido sequer tempo para dar uma olhada nos blogues dos amigos (sintoma total). Fico me perguntado o que ando fazendo tanto para não conseguir resolver essas pendências. 
Encontro as respostas para essa falta de tempo no trabalho. Só que por lá não tenho feito nada além de resolver questões burocráticas e preparar aulas. E aí quando penso que vou ter uma folga, lembro-me das provas para corrigir. Mas isso não deveria tomar todo o meu tempo, penso tb.
Como não ficar mal humorado com isso? Alguém saberia me dizer? E olha que não sou o dos mais fanáticos com o trabalho. Na verdade, não sou nada fanático com o trabalho (seria esse o motivo principal da falta de tempo? Ninguém, além de mim, disse nada), mas ele me consome. 
Talvez eu não esteja me organizando como devia. Hoje, por exemplo, fiquei em casa à tarde (pela manhã fui a uma reunião pouco produtiva) para preencher uma solicitação de verba para uma viagem. Imprimi, a duras penas, meu lattes (currículo) para, de lá, retirar as informações necessárias para o tal pedido. Acontece que depois de uma famigerada meia hora para conseguir a impressão, descobri que ele, o currículo, não havia sido impresso de forma completa (e, consequentemente, as informações não estavam disponíveis nessas folhas. Meia informação é igual a nada, nessas situações).
Só não arranquei os cabelos porque raspei a cabeça na quarta-feira e não me restou um fio. Tempo perdido. Reimprimi o material e, 16h45, outro compromisso me esperava. Me programei para resolver a questão da viagem à tarde e não consegui dar conta. É ou não irritante?
Final de semana teria outra atividade para fazer: inciciar a escritura de uma comunicação/artigo para um evento em agosto. Acúmulo de atividades me deixa tenso. Mas terei que fazer isso se quiser executar um compromisso firmado com a co-autora e amiga. E estamos no meio de junho.

domingo, 5 de junho de 2011

Alguém aí pode me dar uma ideia? (texto)

Meu colesterol ruim está bastante alto. Descobri isso em uma consulta na sexta-feira. Não sei o que anda acontecendo justamente porque não mudei nada em relação à minha alimentação.
Tenho feito mais exercícios do que fazia. Me estressado bem menos que o normal, mas não consigo resistir a um pedaço de cupim, picanha, costela suína, bife de chouriço, linguicinha ou coração. Nada que eu já não o fizesse. 
Estou tão alheio a isso que não sei se devo me preocupar mais do que já estou.
Ganhei faz algum tempo um livro de uma amiga A cura pela comida e dei uma olhada nas sugestões de alimentos para quem está com altas taxas de colesterol: alho, cebola, aveia, cenoura, feijões, linhaça, frutas cítricas, maçã, abacate, azeite de oliva, damasco, melancia, tomate, subprodutos de soja. Com exceção de aveialinhaça e subprodutos de soja, consumo tudo isso com regularidade, e, pelo jeito, não tá fazendo o efeito que devia.
E agora, José?
Talvez eu tenha mesmo que moderar na quantidade de gordura. Tudo bem que gordura dê sabor a carne, que temos uma memória, de tempos idos, sobre consumi-la para nos proteger do frio, para nos dar energia etc. Posso viver muito bem sem a tal picanha e, sobretudo, sem o cupim. Aí meu deus. 
Tb tem a idade, né? O que não fazia mal há dez anos, pode me prejudicar agora. Aos 46, os cuidados com a saúde não podem ser, definivamente, os mesmos que eram aos 23.
Alguém aí que já teve esse problema pode me dar uma ideia do que fazer além do que eu já sei?

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Eu não gosto dos meninos (curta-metragem)

Abaixo, na íntegra, o curta-metragem do projeto "Não Gosto dos Meninos", inspirado na campanha internacional "It Gets Better", que objetivou, de forma geral, mostrar depoimentos de pessoas que após assumir sua sexualidade suas vidas melhoraram.
A direção do vídeo é André Matarazzo e Gustavo Ferri e traz 40 depoimentos. O material original tem mais de 13 horas, que foi editado, como podem ver acima, para 18 minutos.
Segundo informações oficiais, da página do Projeto no Facebook, o objetivo é mostrar “quem éramos, o que sentíamos, o que passamos e o que nos tornamos. Nos tornamos gays, bis, trans, ou qualquer outra sigla que tenta definir o que não precisa definição... Expusemos nosso processo de auto-reconhecimento, de medo, de rechaço, de mudança, de ostracismo, de reencontros, de maturação e enfim de renascimento”.
Veja abaixo, na íntegra, o curta-metragem do Projeto “Eu não gosto de meninos”

terça-feira, 31 de maio de 2011

Da Série Contos Mínimos

Avessos à todas (im)previsões, eles mantinham-se firmes em suas jornadas. Nem ventos, tem tempestades, nem o temido e colérico Poseidon os tirariam de seus caminhos. Eram fortalezas. Firmes como rochas na difícil tarefa de (con)viver.

Ainda sobre o kit anti-homofobia (texto)

A Presidenta vetou a distribuição do kit anti-homofobia alegando que o governo não fará propaganda de nenhuma orientação sexual. Preciso concordar com ela. Não é mesmo atribuição de nenhum governo fazer apologia, propaganda de quaisquer que sejam as orientações sexuais. Estamos em acordo.
Não cabe ao Estado esse tipo de obrigação. O que cabe ao Estado é defender os direitos de seus cidadãos. Tratá-los de forma igual. Sem distinção. Inclusive, no artigo 5º do Direito Constitucional (Constituição Federal do Brasil) está escrito: Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:...
Cabe tb ao Estado, assim eu penso, cumprir a Lei. E o fato da não distribuição do kit, em princípio, não a viola. No entanto, o motivo, ou os motivos que levaram a Presidenta a vetar a distribuição foi, até onde sei, um acordo com alguns representantes da bancada evangélica da Câmara dos Deputados.
E se isso procede, a Lei não foi descumprida. Porque em nome de determinada religião, determinado ponto de vista, alheio à vontade de TODOS os brasileiros, a decisão da Presidenta prejudica, de certa forma, uma parcela desta sociedade. Eu poderia escrever aqui sobre os 260 assassinatos de LGBT´s ocorridos no Brasil no ano passado, mas nao vou. Poderia tb, seu eu quisesse, escrever sobre a quantidade de crianças e adolescentes que sofrem por conta de suas orientações sexuais. De pessoas que são infelizes por isso. Das que se matam por conta apenas de sentir desejo por alguém do mesmo sexo. Mas tb nao vou.
Entendo por Estado Laico, aquele que não professa alguma religião, mas que garante que todas elas possam coexistir sem que as religiões possam interferir no funcionamento dele.
 A religião, nesse caso, está interferindo na forma como a presidência lida com questões de orientação sexual. Será que ela perguntaria a uma bancada racista como lidar com os negros? Será  que ela se dirigiria a uma bancada machista para tratar de questões que dizem respeitos às mulheres? Será que ela se aconselharia com pedófilos para tratar de assuntos que tivessem relação com a penalização de crimes sexuais contra crianças? Não, né?
Portanto, não consigo entender o por quê de se aconselhar com os avangélicos sobre a homofobia. Eles são, quase sempre, homofóbicos, não sabem respeitar nenhuma diversidade (basta relembrar o que aconteceu a pouco tempo com alguns recintos que professavam religiões africanas; os tratamentos que são oferecidos para curar homossexuais).

Da séria: Contos mínimos

A conversa era narcísica. Ele me dizia o que eu queria ouvir porque amava ser amado. Havia um time de futebol apaixonado por ele e havia goz...