segunda-feira, 13 de julho de 2009

Super Sarney (texto)

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), anunciou nesta segunda-feira (13) a anulação de todos os 663 atos administrativos não publicados durante os 14 anos de gestão do ex-diretor-geral Agaciel Maia, acatando recomendação do Ministério Público Federal (MPF) e da comissão de sindicância que investigou a existência de atos secretos.
Um parêntese: o Senado não toma nenhuma decisão antes de recomendaçoes do MPF e das comissões de sindicância. Não seria de esperar que o Senado já tivesse, por decisão do presidente da Casa, anulado todos esses atos em nome da ética?
Essa demora toda só nos coloca (eu e eu mesmo) mais desconfiados de estratégias políticas rondando essa nova medida.
A medida, adotada por meio do ato 294, ainda delega à Diretoria Geral do Senado a missão de apresentar, num prazo de 30 dias, um relatório "contendo as providências adotadas" com o objetivo de anular os atos secretos. As verbas que porventura foram gastas por meio de atos secretos também deverão ser devolvidas aos cofres do Senado.
Segundo a assessoria do presidente do Senado, funcionários que tenham sido nomeados por atos não publicados e que não tenham como comprovar o exercício da função (como assim?) terão de devolver os recursos recebidos a título de salário.
A decisão ocorre uma semana após o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), ter denunciado o presidente do Senado ao Conselho de Ética da Casa, por suposta quebra de decoro. O PSOL tb apresentou representação para apurar a responsabilidade de Sarney sobre a edição de atos secretos.
Na semana passada, outro ato secreto, que autorizava um reajuste para os chefes de gabinete de 40 secretarias [que antes eram classificadas como "diretorias"] da Casa, também foi anulado. Os funcionários que se beneficiaram por esse ato secreto recebiam uma gratificação de R$ 412,80 por mês.
A investigação realizada por uma comissão de sindicância da Casa apurou a suposta responsabilidade do ex-diretor-geral Agaciel e o ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi pela edição dos atos. Os dois respondem a processo administrativo no Senado ao lado de mais cinco servidores.

Ana Maria Braga - Menos Você (texto)

O discurso da classe média brasileira emerge através da voz da apresentadora Ana Maria Braga no programa Mais você, exibido todas as manhãs pela Rede Globo. Hoje, dia 13 de julho, numa matéria sobre os roubos de computadores pessoais (e as dicas para evitá-los) a apresentadora afirma que o ideal seria que as pessoas pudessem sair com seus carros, com seus computadores sem que corressem o risco de serem roubadas, incomodadas, mas que em todas as cidades brasileiras essa situação é praticamente impossível, tendo em vista a violência que se instalou no país.

Fiquei pensando: quem seriam essas pessoas que deveriam poder andar com seus carros e seus computadores pessoais sem que fossem incomodadas por essa outra sociedade? Para quem Ana Maria fala? Com quem ela troca essas ideias?

Além dessa pérola ela contou em seguida uma história sobre um rei que matava os ladrões, mas, é claro, se justificou dizendo que não estava dizendo que os ladrões devessem ser mortos. Não fiquei para ouvir.

domingo, 12 de julho de 2009

A homossexualidade na imprensa (texto)

Não é num tom de surpresa que escrevo este pequeno texto, mas de estranhamento diante do que continuo lendo na imprensa. Em 2006 concluí uma tese (sob a orientação da professora Dra. Bethania C. Mariani na Universidade Federal Fluminense) que discorria sobre a homossexualidade e a AIDS na imprensa oficial (analisei durante os anos de 1985-1990 as revistas semanais Veja e Istoé e a mensal Superinteressante) para compreender como se materializava a relação entre ser homossexual e portador do vírus da AIDS. A partir dessa análise percebi que regiões discursivas filiavam-se, nessa imprensa oficial, à homossexualidade e seu estilo de vida: pecado, doença e crime (entre outras paráfrases) significavam os homossexuais durante esses anos.


A tese, teoricamente, já se mostrava velha se pensássemos que em 2006 havia passado, pelo menos, 16 anos.


No entanto, hoje, domingo dia 12 de julho, ao ler o jornal O Globo, no caderno O Mundo, página 34, deparo-me com uma matéria sobre uma manifestação contrária à descriminalização de gays na Índia, intitulada: "Índia reação contra descriminalização de gays - astrólogo revoltado com decisão histórica aciona a Suprema Corte, que colhe o pedido" .


O que primeiro me chamou atenção foi a forma como, mesmo depois do tanto que se fala, discute, briga, a denominação "homossexualismo" continua produzindo os seus sentidos na imprensa oficial. Por mais que o grupos de defesa dos direiros dos homossexuais mostre que esse sufixo produza sentido de doença (tais como, tabagismo, alcoolismo, nanismo etc.) e que a homossexualidade deixou de ser considerada uma doença em 1980 nos E.U.A. pela Associação Psiquiátrica Americana e aqui no Brasil, em 1985, pelo Conselho Federal de Medicina, ele insiste em pemanecer colado à homossexualidade quando significada nos meios de comunicação (é claro que para fazer sentido no meios de comunicação, o termo precisa ter história).


Depois, todos aqueles sentidos já considerados caducos ainda são naturalizados sobre a comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros (LGBT): tabu, repressão, antinatural, agressão aos valores e à cultura, por em risco a instituição do casamento, anormalidade, sexo com animais, contra a tradição do casamento, doenção que pode ser curada com meditação e ioga, desequilíbrio hormonal, sentimento do amor focado na direção errada, queda no crescimento da população, privação do seu potencial de recursos humanos, campanha contra a legalização do homossexualismo, líderes de várias religiões, código penal que pude o sexo entre pessoas do mesmo gênero, 10 anos de prisão, mesmo patamar da pedofilia e o sexo com animais.


Mas como as condições de produção são outras e diversos acontecimentos discursivos produziram outros sentidos sobre os homossexuais, fazem sentidos tb neste texto ideias tais como: político em cima do muro para não desagradar eleitores, anacronismo da lei, ativistas conservadores, abertura econômica, influência ocidental, noites gays organizadas, atores de Bollywood passaram a fazer abertamete campanha pelos direitos dos homossexuais, atriz que se tonou madrinha do movimento gay, andar com orgulho, cabeças erguidas, realização de passeata gay, evento a cada ano mais concorrido, aos poucos os gays se revelam, o príncipe que se declarou gay em 2005 e que se tornou uma espécie de embaixado, comunidade gay indiana, celebridade internacional, entrevistado pelo famoso programa de TV americano "Oprah Winfrey Show", reality show da rede britânica BBC, Parada Gay de São Paulo, verdadeira democracia liberal.


Sentidos novos e velhos produzindo sentidos, mas agora existe um embate de forças já que os homossexuais se organizaram (primeiro na luta contra a contaminação pelo HIV, e agora na luta pelos diretos civis dos homossexuais) e têm voz , e podem, portanto, efetivar outros sentidos sobre os homossexuais e seu estilo de vida.

O antigo toucador* (texto)


Diante dela o antigo toucador, guardado há anos no porão da velha casa. Lembranças de sua mocidade, da vida de menina-moça, das horas passadas em frente ao velho móvel: perfumes, anéis, cílios postiços, unhas de porcelana, adornos para os cabelos, memórias afetivas, passagens. Sequer passou por sua cabeça que o armário tivesse sobrevivido aos anos: os avós se foram. Os seus pais também. Não havia outra geração senão a sua. O móvel sobreviveria também a ela.
Seu rosto não tivera a mesma sorte do antigo armário (coberto de pó), as marcas em nada lembravam o rosto de menina, apenas o mesmo olhar. Eram tantas as lembranças. Tantos anos. Seu quarto, o primeiro namorado, as conversas com as primas, os passeios, sua mãe, as irmãs mais novas, o novo padre que já era velho, as brincadeiras no quintal, as frutas vermelhas, a promessa de amor para toda vida e que não fora.
Poderia ficar para o resto de sua vida ali com essas histórias. Mas outras poeiras reclamavam a sua presença.

Inspirado no conto escrito por Cris em:http://cantodecontarcontos.blogspot.com/2009/07/penteadeira.html

Fanatismo sempre gera violência (texto)

"O meio-campo é o lugar dos craques
que vão levando o time todo pro ataque
o centroavante, o mais importante,
Que emocionante é uma partida de futebol!"*


Aprendi a gostar de futebol através de minha mãe. Ela, flamenguista-doente, me levava ao Maracanã para acompanhar alguns jogos. Inicialmente estava ali mais por diversão do que por qualquer outro motivo, mas o hábito faz o monge e, aos poucos, jogo a jogo, descobri o quanto uma passada bem dada, um drible, o contra-ataque, a bola rolando, o grito da torcida organizada, o gol são emocionantes. "Que coisa linda é uma partida de futebol".
No entanto, o esporte não vive apenas dessas emoções. Vendo algumas imagens de violência em estádios e clubes no Globo Esporte e uma matéria sobre as ameaças aos jogadores de diversos clubes, fiquei hororrizado como alguns torcedores se organizam em torno desses movimentos.
Suspeita-se, inclusive, de dirigentes apoiando essas estratégias violentas: usando a torcida para amendrontar jogadores e seus familiares.
Quando não se tem um certo controle sobre as emoções, atos como os veiculados pelo programa esportivo, são frequentes: torcida invadindo os treinos e, através de músicas, confrontando os jogadores; violência armada dentro e fora dos estádios; policiais sendo agredidos e desrespeitados pelos torcedores. Futebol é quase uma vergonha nacional!

Drogas legais à distância de um mouse (texto)

Segundo matéria publicada no Jornal o Globo deste domingo, 12, o Brasil disponibiliza, pelo menos, em três endereços eletrônicos as chamadas "drogas legais" (legal highs), fabricadas por empresas em laboratórios, com substâncias que não são proibidas por lei. Elas reproduzem os efeitos da maconha, cocaína, LSD e ecstasy.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), existe um vácuo do ponto de vista criminal para este tipo de droga.

sábado, 11 de julho de 2009

COM QUEM PODEMOS CONTAR? (texto)

Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
(Drummond - Poema de sete faces)

Interessante como laços de sangue definem apenas laços de sangue e mais nada! Os verdadeiros laços, aqueles com os quais estamos amarrados, não têm necessariamente nenhuma relação sanguínea.
Estamos aqui passando por momentos delicados: doenças, dores, sofrimentos, carências etc. (de diversos tipos) e as presenças são todas dessas amizades construídas, dessa família que se agregou durante os últimos anos.
São beijos, abraços, carinhos virtuais, ajudas presenciais. Orações infinitas, pensamentos e desejos de melhora que nos alegram verdadeiramente a cada dia, a cada ligação, a cada e-mail ou comentário deixados tb por aqui.
Obrigado demais pelo carinho!!!!

O lixo (texto)

Reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo” publicada neste sábado (11) diz que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), teria a função de “presidente vitalício” e assumiria “responsabilidades financeiras” da fundação que leva o seu nome no Maranhão. O órgão é suspeito de ter desviado verbas de patrocínio cultural da Petrobras para empresas fantasmas, mas nega as acusações.
Em nota divulgada na quinta-feira (9), Sarney havia negado qualquer responsabilidade sobre a fundação, dizendo que é somente “presidente de honra” da entidade.
Segundo o “Estado”, que se baseia no estatuto da entidade, o senador preside as reuniões do conselho curador e tem poder de veto sobre qualquer decisão tomada nas reuniões.

Fazem parte deste conselho, segundo “O Estado de S. Paulo”, um filho de Sarney (Fernando), um irmão (Ronald), o marido da governadora do Maranhão Roseana Sarney (Jorge Murad), o ex-ministro da Justiça de Sarney, Saulo Ramos, e o empresário Miguel Ethel, presidente da Caixa Econômica Federal durante o período em que o senador ocupou a Presidência da República.

O estatuto da Fundação José Sarney, de acordo com o jornal, está registrado em um cartório de São Luís e figura entre os documentos entregues ao Ministério da Cultura para a liberação do projeto patrocinado pela Petrobras. Segundo a reportagem, o nome do presidente do Senado aparece 12 vezes no estatuto.

Não sei

Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido
, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa
Verdadeira
, pura...


Enquanto durar.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

HARRIET


(No fundo do peito esse fruto apodrecendo a cada dentada. Macalé & Duda, Hotel das Estrelas)


Chamava-se Harriet mas não era loura. As pessoas sempre esperavam dela coisas como longas tranças, olhos azuis e voz mansa. Espantavam-se com os ombros largos, a cabeleira meio áspera, o rosto marcado e duro, os olhos escurecidos. Harriet não brincava com os outros quando a gente era criança. Harriet ficava sozinha o tempo todo. Mesmo assim as pessoas gostavam dela. Quase todo mundo foi na estação quando eles foram embora para a capital. Ela estava debruçada na janela, com os cabelos ásperos em torno das maças salientes. Eu fiquei olhando para Harriet sem conseguir imaginá-la no meio dos edifícios e automóveis. Acho que senti pena - e acho que ela sentiu que eu sentia pena dela porque de repente fez uma coisa completamente inesperada. Harriet desceu do trem e me deu um beijo no rosto. Um beijo duro e seco. Qualquer coisa como uma vergonha de gostar. Essa foi a primeira vez que eu vi os pés dela. Estavam descalços e um pouco sujos. Os pés dela eram os pés que a gente esperava de uma Harriet. Pequenos e brancos, de unhas azuladas como de criança. Eu queria muito ficar olhando para seus pés porque achei que só tinha descoberto Harriet na hora dela ir embora. Mas o trem se foi e ela não olhou pela janela. Um tempo depois a gente viu a fotografia dela numa revista com um vestido de baile. Harriet era manequim na capital. Todo mundo falou e comprou a revista. Quase todos os dias a gente via suas fotos em jornais. Harriet era famosa. A cidade adorava ela mas ela nunca escreveu uma carta para ninguém. Muito tempo depois eu a vi outra vez. Eu estava trabalhando num jornal e tinha que fazer uma entrevista com ela. Harriet estava sozinha e não ficou feliz em me ver. Continuava grande e consumida e tinha nos olhos uma coisa cheia de dor. Fumava. Falei da cidade, das pessoas, das ruas, mas ela pareceu não lembrar. Contou-me de seus filmes, seus desfiles, suas viagens - contou tudo com uma voz lenta e rouca. Depois, sem que eu soubesse por que, mostrou-me uma coisa que ela tinha escrito. Uma coisa triste parecida com uma carta. Tinha um pedaço que nunca mais consegui esquecer e que falava assim:


sabe que o meu gostar por você chegou a ser amor pois se eu me comovia vendo você pois se eu acordava no meio da noite só pra ver você dormindo meus deus como você me doía de vez em quando eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno bem no meio duma praça então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme só olhando você sem dizer nada só olhando e pensando meu deus mas como você me dói de vez em quando.


Quando eu terminei de ler eu tinha vontade de chorar e fiquei uma porção de tempo olhando para os pés dela. E pensei que ela parecia ter ecrito aquilo com os pés de criança e não com as mãos ossudas. Eu disse para Harriet que era lindo mas ela me olhou com aquela cara dura que a gente não esperava de uma Harriet e disse que não adiantava ser lindo. Tive vontade de fazer alguma coisa por ela. Mas eu só tinha uma vaga numa pensão ordinária e um número de telefone sempre estragado. Eu não podia fazer nada. E se pudesse ela também não deixaria. Fui embora com a impressão que ela queria dizer alguma coisa. Três dias depois a gente soube que ela tinha tomado um monte de comprimidos para dormir, cortou os pulsos e enfiou a cabeça no forno do fogão a gás. Foi muita gente no enterro e ficaram inventando estórias sujas e tristes. Mas ninguém soube. Ninguém soube nunca dos pés de Harriet. Só eu. Um desses invernos eu vou encontrar com ela no meio duma praça cinzenta e vou ficar uma porção de tempo sem dizer nada só olhando e pensando: que pena - que pena, Harriet, você não ter sido loura. De vez em quando, pelo menos.


(Para Luzia Peltier, que soube dela)

“O HOMEM E A MORTE” (poesia)

O homem já estava deitado
Dentro da noite sem cor.
Ia adormecendo, e nisto
À porta um golpe soou.
Não era pancada forte.
Contudo, ele se assustou,
Pois nela uma qualquer coisa
De pressago adivinhou.
Levantou-se e junto à porta
- Quem bate? Ele perguntou.
- Sou eu, alguém lhe responde.
- Eu quem? Torna. – A Morte sou.
Um vulto que bem sabia
Pela mente lhe passou:
Esqueleto armado de foice
Que a mãe lhe um dia levou
.
Guardou-se de abrir a porta,
Antes ao leito voltou,
E nele os membros gelados
Cobriu, hirto de pavor.
Mas a porta, manso, manso,
Se foi abrindo e deixou
Ver – uma mulher ou anjo?
Figura toda banhada
De suave luz interior.
A luz de quem nesta vida
Tudo viu, tudo perdoou.
Olhar inefável como
De quem ao peito o criou.
Sorriso igual ao da amada
Que amara com mais amor
.
- Tu és a Morte? Pergunta.
E o Anjo torna: - A Morte sou!
Venho trazer-te descanso
Do viver que te humilhou.
-Imaginava-te feia,
Pensava em ti com terror...
És mesmo a Morte? Ele insiste.
- Sim, torna o Anjo, a Morte sou,
Mestra que jamais engana,
A tua amiga melhor.
E o Anjo foi-se aproximando,
A fronte do homem tocou,
Com infinita doçura
As magras mãos lhe cerrou...
Era o carinho inefável
De quem ao peito o criou
.
Era a doçura da amada
Que amara com mais amor.

Uma aposta que se perde!

A gente aprende a lidar com a ausência quando só há ausência. Se a presença é escassa, se não há reciprocidade, se é preciso implorar a comp...