quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Da série Contos Mínimos (texto)

Um adoslescente excessivamente orgulhoso de si. Um umbigo no centro do mundo. A vontade de ser (re)conhecido pelos atributos físicos. A indignação pela indiferença. Uma flor chamada narciso.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Da série Contos Mínimos (texto)

Um passinho pra lá, dois passinhos pra cá. Uma volta e meia e uma paradinha. D. Donguinha, a professora de piado e dança, delicadamente ensinava a menina os movimentos da vida.

Da série Contos Mínimos (texto)

Lembrava-se dela todos os dias. Uma pontinha de tristeza ainda sufocava no seu coração. Sabia que seria difícil. Não, sabia que seria impossível viver aquela ausência. A vida não teria a mesma graça. Queria novas lembranças, mas nada poderia fazer. A morte lhe tinha roubado a companheira.

Da série Contos Mínimos (texto)

Vendia-se como um grande homem. Mandava flores. Telefonava no dia seguinte. Conhecia vinhos, poesias e música. Só não sabia que roubar a solidão sem oferecer verdadeira companhia, não valia nada.

Da série Contos Mínimos (texto)

Ele era modelo internacional: flashs, fotografias, capas de revistas, moda, glamour, brilhos, castelos, caras, bocas, corpos suados, excessos, invejas, noites insones. Tudo sempre tem, pelo menos, dois lados.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Da série Contos Mínimos (texto)

Vivia no mundo da lua, ainda que nunca tivesse saído de sua cidade natal. Duas quadras, 5 ruas, uma igreja e a praça principal (não existiam outras). A melhor roupa era a de domingo, missa na matriz. Festa mesmo, só a do padroeiro! E a saudade dava o tom de sua existência. Nunca mais os olhos sobre ele.

Da série Contos Mínimos (texto)

Completamente atrapalhado com a vida: acordava atrasada, saía correndo, esquecia a carteira. Perdia a condução, descia no ponto errado, demorava encontrar o endereço. Assinava com o nome de solteiro, refazia as tarefas. Não sobrava tempo.

domingo, 22 de novembro de 2009

Da série, Contos Mínimos (texto)

Oi. Cumprimentaram-se outra vez ao esbarrarem-se pelo corredor do escritório. Mas não era apenas uma saudação econômica. Era amor.

sábado, 21 de novembro de 2009

Virado no cão! (texto)

Três computadores em casa e nenhum presta. Um se esquentar, desliga, o outro o windows não conecta e o terceiro é tão velho, tão velho que o teclado é todo em grego e a memória é uma vaga lembrança (velha essa, né?). Tô virado no cão. Garrei um ódio de tecnologia. É desesperador ficar sem internet. Daqui a pouco começo com a crise de abstinência. Fico numa angústica só de pensar que tem um e-mail me esperando para responder, um vídeo bombando no youtube, o twitter a quinhentos por hora, meu orkut sendo invadido. Comecei com as visões. Daqui pra frente é só o fundo do posso.
A internet é a salvadora dos meus embalos de sábado à noite. Sem ela, tenho que ver tv. Nem venham com essa de livro porque li a semana toda. Escrevi todos os dias. Dei aula.
Eu quero é mocotó.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

20 de Novembro: Dia Nacional da Consciência Negra (texto)

Kizomba, Festa da Raça

Valeu Zumbi

O grito forte dos Palmares
Que correu terras, céus e mares
Influenciando a Abolição
Alinhar ao centro
Zumbi valeu

Hoje a Vila é Kizomba
É batuque, canto e dança
Jogo e Maracatu
Vem menininha pra dançar o Caxambu
Vem menininha pra dançar o Caxambu
Ô ô nega mina
Anastácia não se deixou escravizar
Ô ô Clementina
O pagode é o partido popular
Sacerdote!
Sacerdote ergue a taça
Convocando toda a massa
Neste evento que com graça
Gente de todas as raças
Numa mesma emoção
Esta Kizomba é nossa constituição
Esta Kizomba é nossa constituição
Que magia
Que magia
Reza Ageum e Orixás
Tem a força da Cultura
Tem a arte e a bravura
E um bom jogo de cintura
Faz valer seus ideais
E a beleza pura dos seus rituais
Vem a Lua de Luanda
Para iluminar a rua
Nossa sede é nossa sede
De que o Apartheid se destrua
Vem a Lua de Luanda
Para iluminar a rua
Nossa sede é nossa sede
De que o Apartheid se destrua
O grito forte dos Palmares
Que correu terras, céus e mares
Influenciando a Abolição
Zumbi valeu
Zumbi valeu
Hoje a Vila é Kizomba
É batuque, canto e dança
Jogo e Maracatu
Vem menininha pra dançar o Caxambu
Vem menininha pra dançar o Caxambu
Ô ô nega mina
Anastácia não se deixou escravizar
Ô ô Clementina
O pagode é o partido popular
Sacerdote!
Sacerdote ergue a taça
Convocando toda a massa
Neste evento que com graça
Gente de todas as raças
Numa mesma emoção
Esta Kizomba é nossa constituição
Esta Kizomba é nossa constituição
Que magia
Que magia
Reza Ageum e Orixás
Tem a força da Cultura
Tem a arte e a bravura
E um bom jogo de cintura
Faz valer seus ideais
E a beleza pura dos seus rituais
Vem a Lua de Luanda
Para iluminar a rua
Nossa sede é nossa sede
De que o Apartheid se destrua
Vem a Lua de Luanda
Para iluminar a rua
Nossa sede é nossa sede
De que o Apartheid se destrua
Valeu
Valeu Zumbi
Valeu Zumbi, Valeu Zumbi, Valeu Zumbi
Valeu Zumbi!

Durante muito tempo à questão do Negro no Brasil era lembrada no dia 13 de maio, dia da assinatura da Lei Áurea, em 1888, abolindo a escravatura.
Nessa data nas escolas, normalmente, as crianças negras faziam o papel de escravos e a caucasiana se vestia de princesa Isabel, no entanto, nada era dito sobre a resistência e as lutas dos negros contra a escravidão. O destaque era a ação da princesa Isabel.
Nos anos 70, com o surgimento e o fortalecimento dos Movimentos Negros, deu-se um novo enfoque àquela história. E iniciou-se a luta para que o povo brasileiro lembrasse e (re)conhecesse as lideranças negras e as muitas ações de resistências dos negros africanos através da história.
Um os pontos principais desse Movimento foi enunciar que o dia 13 de maio não deve ser comemorado enfatizando a passividade do negro diante da ação misericordiosa do caucasiano, afinal, durante a escravidão houve muitos movimentos de luta e resistência em diversas regiões do país.

No 13 de maio, o Movimento Negro propõe como o dia Nacional de Luta Contra o Racismo.


O Movimento Negro destaca o dia 20 de novembro, dia da morte de Zumbi – do Quilombo dos Palmares – como uma data a ser lembrada e comemorada, já que ele é considerado um dos principais símbolos de luta e resistência contra a opressão e exclusão vivenciada hoje pelos afros-descendentes.


A intenção de comemorar essa data – 20 de novembro – se deu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O primeiro passo foi dado, conta o historiador Alfredo Boulos Júnior, pelo poeta Oliveira Silveira, membro do Grupo Palmares, uma associação cultural negra. Ao conhecerem o livro “O Quilombo dos Palmares”, de Edison Carneiro (baiano), os participantes dessa associação entenderam que Palmares foi a maior manifestação de resistência negra na história brasileira.


No dia 20 de novembro de 1971, no Clube Náutico Marcílio Dias, fez-se a primeira homenagem a Zumbi dos Palmares. Esse foi o primeiro passo para que ocorresse em Salvador no dia 7 de julho de 1978, uma proposta pelo MNU – Movimento Negro Unificado – para que em 20 de novembro fosse o dia Nacional da Consciência Negra. Associações e Movimentos Negros de todo o país aceitaram a proposta e essa data representa o resgate no sentido político de luta, da resistência contra a opressão social.


Assim, a partir da década de 70, Zumbi passou a ser valorizado no contexto de luta contra o mito da “democracia racial”, auxiliando na desmistificação que a história apregoa sobre o tipo de relações raciais desenvolvidas no Brasil, como sendo uma escravidão pouco violenta e de resistências sem tanta importância.


A visão da “democracia racial” ainda tenta apresentar para a sociedade a ideia de que os diferentes grupos étnico-raciais no Brasil existentes viveram e ainda vivem harmoniosamente diferentes da resistência dos outros paises. Daí a importância de Zumbi dos Palmares, sua representação ativa e rebelde se contrapõe a toda essa ideia instituída pelo caucasiano. A imagem de Zumbi não só representa a resistência negra, mas, contribui também, para que negros e caucasianos compreendam, aceitem e reconheçam as diferenças humanas.


Em 2003, foi sancionada a lei 10.639/03 sendo instituída obrigatoriedade da inclusão da História da África e da Cultura Afro-brasileira no currículo das escolas pública e particular de ensino fundamental e médio. A lei também determina que o dia 20 de novembro deverá ser incluído no calendário escolar como dia Nacional da Consciência Negra.
Toda essa nova leitura sobre o negro se deve principalmente à luta da Comunidade Negra e dos Movimentos Negros de todo Brasil.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Assim são os meus amigos (texto)


Ter amigo é bom demais. É ele quem nos ampara naquelas horas. E se ele for do tipo que não te vigia, não te inveja, não te analisa nem descute a relação, aí é muita sorte, é sorte demais! Um amigo que te aceita do jeito que vc é, e não faz perguntas difíceis, te entende pelo olhar, e não é, jamais, invasivo, não te coloca contra a parede, não te cobra presença, é o ideal.
Se ele for leve, bem humorado, inteligente e te der um abraço daqueles. Meu deus, que sonho! E se vc se sentir diante dele à vontade a ponto de não ter quaisquer preocupações, cuidados, não precisar pisar em ovos, não deixe nunca que ele te escape.
E se ele entender que alguns comportamentos teus (as esquisitices) não têm nada a ver com ele. Aí, sem adjetivos para chamá-lo.
Tenho amigos assim.

Uma aposta que se perde!

A gente aprende a lidar com a ausência quando só há ausência. Se a presença é escassa, se não há reciprocidade, se é preciso implorar a comp...