sábado, 19 de dezembro de 2009

Da Série Contos Mínimos (texto)

Enquanto eu andava pela rua pensando na vida, eles apareceram. Eram muitos. Mal pude notá-los e pouco pude fazer. Dentes, dedo, costelas quebradas. Dores por todo corpo. Eles se divertiam.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Bash Backs (texto)

Um movimento surge nos EUA, os Bash Backs (algo como Bater de Volta), como uma forma de revidar a violência que a comunidade GLBT diariamente é obrigada a enfrentar. O grupo afirma que, basicamente, luta pela liberdade como resposta à homofobia e combatem duramente o que chamam de "sistema binário de gênero", o que, segundo eles, é responsável por classificar as pessoas como "machos ou fêmeas".
Pregam o sexo livre, a pornografia e o enfrentamento como forma de refúgio (necessário) para a violência a qual estão submetidos (por fugirem aos padrões "binários" de gênero).
Ah, tb são contra ao casamento gay. Para eles é só mais uma forma de heteronormatização que precisa ser combatida.
Lutam ainda contra o militarismo, o capitalismo, o imperialismo e contra tudo o que for contra a liberdade total e completa.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Verônica (filme)

Acabei de assistir, no Canal Brasil, ao filme Verônica com Andréia Beltrão. Quando em cartaz nos cinemas, não consegui assisti-lo. Aqui em Cascavel sequer chegou às salas de exibição.
Verônica é professora da rede municipal de ensino há vinte anos. Um dia, na escola em que trabalha, ela percebe que ninguém veio buscar Leandro, um aluno de oito anos. Já é tarde da noite quando decide levá-lo em casa. Ao chegar no alto do morro, encontram a polícia e muito tumulto. Traficantes mataram os pais do menino e querem matá-lo também.Verônica foge com o garoto. Ela procura ajuda e descobre que a policia também está ligada ao assassinato dos pais da criança. Sem poder confiar em ninguém, ela decide escondê-lo. Assim, Verônica é obrigada a enfrentar policiais e traficantes para sobreviver. E enquanto procura uma maneira de escapar com o menino, redescobre sentimentos que estavam adormecidos na sua vida solitária e difícil.
Andréia Beltrão, como sempre, impecável. É impressionante como ela encarna um personagem. Não há dúvida de que ela realmente seja essa professora da rede municipal do Rio de Janeiro enfrentando os dessabores da cidade dominada pelo crime organizado.
A direção é de Maurício Farias. O filme é do início de 2009. Praticamente recente. Já deve estar disponível em DVD. Vale à pena ver e conferir um grande roteiro e boas atuações.

3 computadores e nenhum presta (texto)

Já postei aqui, não faz muito tempo, sobre esse martírio (exagero...) digital pelo qual estou passando: 3 computadores que não valem 1. Entram e saem dos cuidados técnicos, funcionam por um tempo e depois, simplesmente, param. Estou outra vez sem poder escrever.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Da Série Contos Mínimos (texto)

Ela era do tipo que escrevia cartas anônimas: a dissimulação em pessoa. E sabia que eu sabia quem ela era. Tratava-me bem, quero dizer, como os dissimulados se comportam. Cumprimentos, olhares de lado, comentários. Sua vida era medíocre.

Elas cantam Roberto Carlos (texto)

O DVD Elas Cantam Roberto Carlos é composto por 22 músicas. Tem de tudo. É bastante representativo em se tratando da carreira do compositor/cantor (na verdade dos compositores, porque muito pouco, neste DVD, não é da dupla Roberto e Erasmo - pra ser exato, são 5 músicas, dessas 22, que não são da dupla). Além das letras incríveis, superbemcasadas com as respectivas músicas, são interpretadas por grandes cantoras.
Eu podia, inclusive, escrever aqui sobre as ausências (Gal, Bethania entre tantas outras excelentes cantoras brasileiras), no entanto, acho mais conveniente escrever sobre as presenças. Destacaria, entre as intérpretes, em ordem de apresentação no DVD, Hebe Camargo (Você não sabe), Zizi Possi (Proposta), Alcione (Sua estupidez), Fernanda Abreu (Todos estão surdos), Paula Toller (As curvas da Estrada de Santos), Marília Pêra (120, 150, 200 km por hora), Adriana Calcanhotto (Do fundo do meu coração), Nana Caymmi (Não se esqueça de mim) em interpretações impecáveis.
É um DVD para quem gosta de música e gosta de ouvir boas vozes femininas em excelentes performances. Já estou na terceira audição.

Contagem progressiva (texto)

A cada dia mais um dia. Hoje 2/11. Enquanto isso, a gente vai levando.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Essa é boa! (texto)

Uma casa que custa mais de R$ 1 milhão costuma ser descrita com expressões como “amplo espaço interno” e “grande área de lazer”. Não é o caso do minúsculo sobrado à venda em Londres, descrito em seu anúncio como a casa mais "magra" da Inglaterra.
Por fora, mais parece um prédio – o sobrado é divido em cinco níveis. Em cada um deles, nada de muito espaço, já que a largura é de pouco menos que 2 metros. Somando as áreas internas dos cinco andares, o sobrado tem 92 metros quadrados.
Mais do que a “magreza”, o que chama a atenção no imóvel é o preço: ele está a venda por 549.950 libras esterlinas, equivalente a cerca de R$ 1,574 milhão. O valor é 61.450 libras (cerca de R$ 175.861) mais caro do que o preço pelo qual foi vendido ao antigo dono, três anos atrás.
O corretor de imóveis Simon Beatson disse ao jornal inglês Daily Mail que espera vender o imóvel pelo preço sugerido. “Eu nunca vi uma casa assim. Ela é realmente muito magra, o que dá um certo charme ao imóvel”, disse.
Beatson também afirmou que acredita que irá vender o sobrado para alguém solteiro, já que a estreita casa “não é prática para famílias”.

Em contagem regressiva ou progressiva (texto)

Hoje é dia 11 e estou quase de férias. Quase... A partir do dia 22 posso, finalmente, descansar depois de um ano abarrotado de trabalho, de tristezas, mas tb de superações. Vou a partir de hoje, publicar essa contagem progressiva 1/11: claro que ainda faltam reuniões (meu deus, o que seria da universidade sem elas?!), mas não muitas.

ps. Cris, o post e a imagem: praticamente uma inveja.

Acessibilidade e Ser diferente é normal (texto)

Existem duas campanhas na TV batante simpáticas e fundamentais: uma que trata da Acessibilidade e outra que trata das Diferenças, da inclusão social. A primeira trata do ACESSO: desde a possibilidade de se chegar aos lugares, o direito de ir e vir (justamente em virtude da falta de preocupação pública com as pessoas deficientes) até os meios tecnológicos que podem facilitar a vida dessas pessoas, os softwares livres. A segunda, também luta pelos direitos das pessoas com deficiência, mas ela é mais educativa, justamente porque trata do preconceito social em torno dos portadores da síndrome de Down.
As duas campanhas são muito bem produzidas, tratam com seriedade, sem perder o humor, dessas questões tão urgentes. O que fico pensando é no resultado dessas campanhas a longo prazo: vamos viver num país e num mundo muito mais democrático, mais humano, muito mais livre em muitos sentindos e talvez, quem aqui estiver, possa se preocupar com outras urgências.
Negrito

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Que susto (texto)!

Hoje, acordei bem cedo. Antes mesmo de tomar o café, liguei a TV. Soube, então, que 3 prédios no Centro do Rio de Janeiro estavam condenados pela Defesa Civil. Pelas imagens reconheci de imediato o meu prédio, quero dizer, o prédio que fico quando estou no Rio. Fui para o trabalho pensando no que fazer ...
Mais tarde, na Globo.com, revi a matéria e notei que havia sido um golpe de vista!
Os prédios do Centro Residencial são muito parecidos. Não era o "meu" , vi mais tarde. Mas o fato se deu bem pertinho dele. Segundo a matéria, uma das possíveis causas das rachaduras e do comprometimento dos edifícios é uma a obra (da Petrobrás) na esquina entre as Ruas dos Inválidos e Senado. Além disso, essas quadras do Centro da Cidade ficam alagadas se chove por 10 minutos. O que pode, tb, afetar a estrutura desses apartamentos.
Problemas antigos que não são resolvidos. Entra a sai prefeito/governador e os moradores continuam usando barcos para atravessar as ruas da Lapa.
Vamos acompanhar os desdobramentos da notícia para saber que solução será dada.


quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Problemas da profissão (texto)

Como alguns de vocês sabem, sou professor. Professores dão aulas. E aulas sem alunos, impossível. O fato de eu dar aulas significa, necessariamente, que eu faça avaliações. Fazê-las nunca é tranquilo (por tudo o que já foi dito sobre elas). Proponho uma questão, espero que o aluno consiga respondê-la. Essa resposta, em potencial, deve ser redigida de maneira que forma e conteúdo estejam casados. Nem sempre os casamentos são perfeitos. Na verdade, quase nunca os casamentos são perfeitos: às vezes o cara sabe o conteúdo (e eu sei disso), mas não consegue me provar que sabe através da sua escrita. Outras vezes ele não sabe o conteúdo e tenta através da sua escrita mostrar que sabe.
E outras vezes, ainda, ele sabe e sabe provar que sabe (sorte a dele e a minha tb).
Por tudo isso eu preciso atribuir uma nota ao seu trabalho. Essa nota não é a nota do aluno, mas a nota atribuída à prova feita pelo aluno. É claro que há muita dificuldade de se separar a nota atribuída ao aluno do aluno, por parte do aluno que recebe aquela nota.
Quase sempre, e isso se repete a cada final de ano, ele confunde a nota atribuída à prova ao fato do professor gostar ou não dele.
Ele não consegue entender, quase sempre, que gostar de alguém não significa aprová-lo. Uma coisa é gostar do aluno, ser, inclusive seu amigo, outra coisa é confundir a amizade com a nota que se deve atribuir à prova poduzida por ele.
Não posso aprovar um aluno porque sou seu amigo, porque simpatizo com ele, porque ele é bem humorado, educado, gentil, assiste as aulas. Não posso reprovar um aluno porque ele é mal-educado, grosseiro, não é meu amigo, ou porque tenho certa antipatia por ele.
Existem critérios objetivos para a correção de uma prova: a forma e o conteúdo. A forma é determinada por uma linguagem mais próxima possível da norma padrão. O conteúdo determinado pelos textos lidos e discutidos em sala de aula.
Fico angustiado com a reação deles em torno da reprovação e tb da aprovação. Ouço sempre "O senhor me deu tal nota", como se ela aparecesse do nada, como se eu não tivesse critérios para corrigir uma prova, como se eles não soubessem desses critérios.
E aí as caras viram, ficam feias, emburradas ou, num outro extremo, felizes, cheias de sorrisos, simpáticas, como se eu fosse o ressponsável pela nota que cada um recebe.

Porque a gente acredita, mesmo não acreditando muito, que vc está me protegendo

Faz quinze anos que vc nos deixou! Eu já era um homem. Vivia há um longo tempo longe de vc. Tive a sorte de conviver contigo por 44 anos. Um...