sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Todo trabalhado no embromation (texto)

Estar em Cascavel tem tb as suas desvantagens (quais são as vantagens mesmo? devem estar no post anterior). A maior delas é não ter o que fazer sem o trabalho. Digo, sem aquele trabalho que cumpre horas na universidade e que durante o expediente sempre aparecem muitas coisas por fazer (sobretudo se vc tem como chefes o João, a Cida e a Sanimar. Gente, não é muito cacique pra pouco índio?).
Acabei de ler a dissertação de uma aluna. Fiz meu plano de ensino. Preparei as primeiras aulas e ainda me resta muito tempo pela frente. Não dá pra fazer mais sem conhecer os alunos que estão chegando.
Fui ao cinema ver O turista por falta de opção, mesmo.  Não fiquei afim de pagar pra ver. O filme não é bom, ainda que Angelina Jolie esteja (mesmo magérrima) linda e apareça quase sempre numa superprodução, ainda que o filme se passe numa Veneza impecável...
Almocei com uma amiga durante esses dias. Rimos bastante, mas acabo ficando sozinho a maior parte do tempo inventando o inventável. Pena que não exista ainda um teletransporte, daqueles que vc entra (sem uma mosca, é claro) e ressurja num lugar qualquer por alguns dias ou horas. Isso seria uma mão na roda, ainda que mão na roda não combine muito com teletransportes.
Eu iria encontrar a Aline, na Escócia, para um almoço. Depois o João em Londres para o jantar ou um pub. Na sequência dormiria em NY e encontraria o Pedro. E tomaria o caminha da roça.
Tá vendo a vida bem mais fácil. Fico indignado com essa tecnologia de ipad, iphone. Besteiras que não servem pra quase nada.
Esse texto tb não serve para quase nada, mas é o que tenho pra hoje. Fico me perguntando, como é que se consegue escrever tanto sobre coisa alguma? Tô todo trabalhado na enrolação no Embromation.
Obs.: mas tenho certeza de que não sou o único.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Estou de volta (texto)

Ainda tenho alguns dias de férias, elas acabam dia 03, mas já voltei pra casa (TRIP - viagem nota 10!). Hoje acordei às 11h, sem culpa, sem compromisso, sem ter o que fazer além de colocar em ordem a vida que ficou parada aqui em Cascavel (ah, e ler a dissertação da Ju).
É claro que estar no Rio sempre é bom: cinema, samba, praia, amigos, paqueras, Lapa, Circo Voador, Preta Gil , TV Bar (não nessa ordem, é claro). Por outro lado, aquele calor insuportável da Cidade Maravilhosa e eu num ventilador assassino. Sem falar no Juscelino que é silencioso como um filhote de labrador (rs).
Aqui, Seu Jorge não para de cantar. Vai ver meus vizinhos querem  minha cabeça, mas não consigo parar de ouvir Burguesinha.
Ah, Nanci, te amo muito! Como é bom estar por aí. Na próxima quero vir como vc, só que homem, é claro; Vanise, se comporte! Vera, é na esquina da Santa Lusia que vc trabalha (eu apontando para a papelaria)?

domingo, 23 de janeiro de 2011

Da Série Contos Mínimos

Vagou durante dias de biquini pelas ruas do centro da cidade: Avenida Mén de Sá, Largo da Carioca, Praça da República, Central do Brasil. 
Percebia-se, a primeira vista, que era uma jovem senhora de fina o trato, nos seus 50 anos, pelas intervenções no corpo: silicone, plásticas, botox, peeling. Um corpo balzaquiano. No entanto, notava-se também que havia muita confusão mental. Supúnhamos, diante de todo esse quadro, que se tratava de uma velha senhora num corpo que há muito não mais lhe pertencia.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Da Série Contos Mínimos

A motivação tinha sido uma frase lida no dia anteior. Nem mesmo a urgência de sanidade foi suficiente para mantê-lo centrado. Porcos voando em rasante sobre sua cabeça. Moscas irônicas puxavam conversa. A avó morta preparava o café. Ele acreditava em um possível equilíbrio.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Da Série Contos Mínimos

Seus mortos chegaram para uma visita: avós, mãe e tios. Nada lhe disseram. Apenas observavam diante de uma grande mesa. Ele sabia (porque sabia) do pouco tempo  que restava.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Da Série Contos Mínimos

Apenas uma das duas cadeiras era ocupada na antiga varanda da casa. Tudo ou quase tudo era recordação: o relógio marcava sempre a mesma hora, o calendário a mesma data (poderia ser diferente?), no entanto, o mais evidente era a impressão do tempo vazando.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Da Série Contos Mínimos

Se por um lado o dia do seu aniversário era comemorável, por outro, pouco se importava com a data. Às vezes não se dava conta de mais um ano de vida ou não entendia muito bem como se contava esse pequeno espaço de tempo. Sabia apenas que estava mais velho e que no final de todas as contas trabalharia até às 19h.

Porque a gente acredita, mesmo não acreditando muito, que vc está me protegendo

Faz quinze anos que vc nos deixou! Eu já era um homem. Vivia há um longo tempo longe de vc. Tive a sorte de conviver contigo por 44 anos. Um...