terça-feira, 20 de maio de 2014

Como num passe de mágica

Nenhum artigo aparece pronto se vc não se sentar e trabalhar muito.
Estou aqui, outra vez, angustiado com um texto que preciso escrever.
O pior é que nem adianta reclamar muito porque faz parte do meu trabalho. Além de aulas, pesquisar e escrever. 
Bem, melhor então começar.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

A expectativa que mora dentro da gente.

Eu estava me sentindo muito triste, nestes últimos dias. Achando que pouca coisa tinha valido a pena até hoje. Pensando, principalmente, se quando a nossa expectativa fura significa, necessariamente, que temos uma parcela grande de culpa nesse furo. Temos sim, mas tb não dá para ficar parado ali. 
Alguns querem ser tratados com atenção, querem se sentir importantes na vida dos outros, mas não conseguem/podem retribuir da forma como a gente cria expectativa sobre isso: porque a medida dessa expectativa está apenas dentro da gente.

Pensando, pensando

Tava aqui pensando, pensando, antes de começar a escrever um artigo que precisa ser escrito, nesses meses todos aqui em Portugal (são 8 meses longe do Brasil).
Nunca havia pensando em ficar tanto tempo longe de casa (e casa aqui pode/deve ter o sentido de casa, propriamente dita, mas tb da cidade que escolhi para trabalhar e, consequentemente, para viver, Cascavel e o meu país).
Me sinto, hoje, um pouco mais tranquilo, não menos saudoso, mas mais calmo com a ideia de estar longe. Acho que muito da minha angústia nesses meses era por conta de não saber como seria a conclusão desse estágio de pós-doutorado. Continuo não sabendo, mas tb estou menos preocupado com isso: preciso fazer o que prometi e vou fazer porque é para isso que estou aqui.
Engraçado como me dei conta agora depois de escrever a palavra "estágio". Eu estou fazendo mesmo um estágio aqui em Portugal, um estágio na Universidade de Coimbra, já que o meu vínculo com ela passa pelo vínculo com a minha supervisora. É um estágio. Bem, vamos adiante.
Morar fora não é para todos. Eu tenho muitas dúvidas se eu deveria mesmo ter feito esta escolha. Há aí um narcisismo em conseguir um bolsa concorrida, há tb uma certa imagem de competência que se quer construir, há um respeito que se quer para si, há tantas coisas em torno dessa viagem que talvez eu não soubesse até chegar aqui. Há tb questões pessoais (não que as profissionais tb não sejam pessoais. São, certamente).
Não estou fazendo um balanço desses oito meses. Não mesmo, até porque escrevo para organizar melhor o que eu penso sobre isso, como estaria falando para me ouvir melhor tb a esse respeito (mas na impossibilidade de falar, eu escrevo).
A impressão que tenho é de que não faria isso outra vez. Não, pelo menos, para ficar um ano fora. Um ano é muito tempo. Tb não sei se menos seria suficiente para entender o que é estar longe de casa.
O que sinto mais falta por aqui é a de encontrar por aí meus amigos. Fui ficando menos sociável por aqui. Pouca coisa me interessa. Pouca gente me interessa.
Eu ando por Lisboa como se estivesse em Cascavel, há lugares por onde nunca passei (lá e cá), mas eu tenho uma certa noção de espaço e direção. Bastam algumas quadras para me encontrar novamente.
Eu estava muito enclausurado, ultimamente. Pouco saía de casa. Faltava vontade. De repente eu percebi que estava ficando triste demais com isso (eu estou numa fase de escrever, e para isso a gente precisa estar mais concentrado e não se concentra andando por aí). Mas, de qualquer forma, eu tenho tido outra vez vontade de sair pela cidade e conhecer os lugares ainda desconhecidos.
Não vou reler o que escrevi. Vou deixa exatamente como está para mais tarde ver o que ando pensando sobre esses dias.

domingo, 18 de maio de 2014

Da Série Contos Mínimos

Andava bastante cansado, ultimamente. Ainda que ele não me contasse nada, eu sabia que ele já acordava com a sensação de dia que não acaba. E ainda restava um longo período e as suas atribuições. 

domingo, 11 de maio de 2014

Da Série Contos Mínimos

Hoje não nos falamos. Não, pelo menos, do jeito que se fala quando se está longe: não fiz nenhuma ligação, não enviei uma mensagem para o seu celular. Nos conectamos de uma forma mais sofisticada e com menos ruídos e interferências. Nos encontramos por um canal direto: metades que se chamam saudades.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

A campanha está no NOIR.

Bem, alguns estão discutindo, no Brasil, se pode ou não propaganda eleitoral antes de 19 de agosto de 2014. Não pode, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Haverá multa, subtração do tempo durante a campanha, além de outras punições previstas em lei.
No entanto, a campanha à presidência da república está no ar faz algum tempo. Basta abrir os jornais, as páginas dos jornais na internet, assistir aos telejornais brasileiros para ver explicitamente a campanha a todo vapor.
Não há um dia sequer que a página do G1 não traga alguma notícia, em destaque, sobre problemas no governo federal. Não há um dia sem referência à CPI da Petrobrás. Um dia sem que algum político do PT envolvido no #MensalãodoPT (isso virou marca registrada) não seja mencionado. Não há um dia sem que haja incursões explícitas às mazelas do Estado Petista, seja federal ou estadual, quando esse ocupa o governo.
Vi, dia desses, no JN uma mostra absurda de referência ao PT. William Bonner e Patrícia Poeta, apresentadores do jornal, fazendo questão de evidenciar a sigla PT quando se tratava de notícia negativa e PSDB quando positiva (isso é mesmo redundante, porque só é veiculado matérias negativas sobre a sigla PT e positivas em relação à sigla PSDB).
Bem, não estou querendo dizer que não haja problemas nos governos Federal e Estaduais. Há. Tenho muitas reclamações para fazer. E acho que eles devem ser apurados e tb socializados. O que estou querendo discutir é se há ou não campanha disfarçada de notícia, nos meios de comunicação.
Vou abrir agora, dia 07 de maio, às 17h25, horário em Portugal, o site do G1 e veja o que encontro: Em primeiro plano, a escalação dos jogadores da seleção brasileira (em verde); abaixo, em vermelho, as seguintes manchetes: 'Não está tudo bem', diz Dilma sobre a inflação. E ainda, IBGE: produção industrial recua 5% em março.
Abri a primeira matéria e não há qualquer fala da presidenta sobre esse 'Não está tudo bem' em relação à inflação. Acompanhe o trecho:

A economia brasileira dominou boa parte da conversa, e Dilma disse haver uma "má vontade tremenda" nas análises do país. Para a presidente, "a inflação está sob controle, mas não está tudo bem". Ela diz que a sensação de "mal estar" em relação aos preços se explica pela diferença de taxa de crescimento dos bens com a taxa de crescimento dos serviços. 
(http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/05/o-brasil-nao-vai-explodir-em-2015-vai-e-bombar-diz-dilma.html)

Ou seja, a manchete produz um efeito de reforço negativo, pela própria presidenta, sobre a economia do país quando, ao contrário, ela afirma que O Brasil vai Bombar em 2015Mas isso só pode ser percebido quando se entra na matéria. O 'Não está tudo bem" diz respeito à "Má vontade tremenda nas análises sobre o país" e não sobre à inflação.
Vou continua daqui acompanhando alguns dos meios de comunicação para depois escrever sobre isso. 
O que vocês acham?

Da Série Contos Mínimos



Este tipo não se dava conta do ridículo do que escrevia, e por inferência, de como pensava. Vivia reproduzindo comentários racistas, sexistas, homofóbicos e preconceitos sociais como se estivesse protegido pela verdade. Dia desses, se confrontou com a realidade: enquanto distraído postava pelo smartphone deu com a cara numa porta de vidro.

Da séria: Contos mínimos

A conversa era narcísica. Ele me dizia o que eu queria ouvir porque amava ser amado. Havia um time de futebol apaixonado por ele e havia goz...