segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

O Rio é a minha cidade

Indo embora. Estas férias foram muito melhores do que imaginei e planejei. Me diverti, conheci gente bacana, fui à praia, ao cinema, a shows. Consegui deixar o ap. arrumado, limpo, pintado e volto com saudades da minha casa, no Paraná.
Fazia tempo que eu não tinha dias tão gostosos quanto estes: em geral, eu ficava ansioso para fazer muita coisa e acabava não me divertindo com a quantidade. Desta vez, coloquei ordem na casa e fiz exatamente o que dava pra fazer, sem pressa, sem ficar chateado com o tempo que passava. Fiz o que eu queria fazer sem aceitar os convites neuróticos de alguns amigos pra fazer tudo: gosto de tranquilidade, muita agitação me deixa tenso, muita informação me estressa, muita falação me cansa.
Também descansei, assisti a filmes em casa, vi TV, ouvi muita música e passeei pela cidade. Gosto de andar pelo Rio, olhar e fotografar.
Vou embora feliz. Vou embora com a sensação de que a cidade me pertence outra vez. Com a impressão de que o Rio é diversão, mas é também memória, é onde alguns grandes amigos moram e estão disponíveis pra mim.
Vou embora com saudade: do seu Alencar, de Kátia, de Vera, de Robson, de Nanci, do Erik, do Alessandro e do Jean-Phillippe. Vou mas volto porque o Rio é a minha cidade.

Carol - O filme

Nova York, década de 1950, mesmo em se tratando de uma história de amor entre duas mulheres, Carol (filme de 2015) consegue inspirar esperança. E quando eu escrevo "mesmo em se tratando de" quero deixar claro que me refiro ao tempo retratado e as dificuldades ainda bem atuais quando o tema é o amor entre duas pessoas do mesmo sexo, sobretudo, entre duas mulheres.
O filme retrata a atração entre duas mulheres e nos mostra como, nos EUA, hoje conhecido pela diversidade de pensamento, a opressão da sexualidade era vivida.  É claro que há muito mais acontecendo entre a história delas e as suas vidas: um casamento acabado, a guarda da filha etc. A imagem escolhida por mim para ilustrar o post representa a  turbulência vivida por Carol. A gente   fica num lugar meio estranho porque não sabe ao certo se está feliz ou triste pelas duas mulheres. 
O roteiro é adaptado do romance The price of salt, publicado em 1952, da norte-americana Patricia Highsmith. Ao lançar a história, a autora usou um pseudônimo Claire Morgan, e não é muito difícil saber o por quê. Apesar disso, o que marca o livro e o filme é a abordagem relativamente otimista do romance lésbico: o amor está acima do preconceito.
Vale assistir com atenção: a cena final captura com muita sutileza um momento da vida com o qual todo mundo que já se apaixonou vai se identificar. Eu recomendaria não tirar o olho de Carol até o fim do filme.

sábado, 16 de janeiro de 2016

Branco como a neve...

A obra acabou. E, finalmente, tudo voltou ao estado normal. Sou suspeito, mas o ap. ficou bem bonitinho pintado. Tudo branquinho: paredes, portas e rodapés. 
Fazia um bom tempo que eu queria fazer isso, mas faltava tempo e dinheiro. Não que agora a grana esteja sobrando, bem ao contrário (vou deixar de fazer outras coisas), mas não tinha muita opção porque a coisa estava feia. 
Mais de 6 anos sem pintar. Muita gente que entrou/saiu daqui sem fazer nenhum movimento de pintura. Ao contrário, todos nós, de alguma forma, contribuímos para deixar o ap. um pouco mais sujo: é uma mão na parede, um pneu de bicicleta que esbarra aqui e ali, um copo de café que cai e respinga em algum lugar. E não tinha muito jeito de ser diferente. 
Além disso, o tempo que, necessariamente, contribui muito para o branco não ficar assim tão branco, tão limpo. Bem, agora é curtir a casa por uns poucos dias já que, em breve, estarei de volta ao trabalho.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Uma rua alagada, um sapato apertado e uma obra na sua casa

Obra, seja grande ou pequena, sempre é ruim. A impressão de quem está passando por esta experiência é similar a de quem está atravessando uma rua alagada, usando sapato apertado com meia, calça jeans,  camisa e leva consigo duas sacolas pesadas com as compras da semana, na volta do supermercado. Volta esta que vc decidiu fazer a pé para aproveitar aquele dia que estava lindo. Isso mesmo, o dia estava lindo e de repente o tempo virou e vc se f*.
Estou apenas pintando o apartamento, no Rio. Eu escrevi "apenas" porque me pareceu tão simples pintar as paredes, as portas e os rodapés que me surpreende tanta sujeira, tanta confusão, tanta noite mal dormida, tanta coisa fora do lugar.
A sorte, inda bem que tenho sorte nesta vida, é o pintor ser tão bacana e pontual e trabalhador que nem dá pra me estressar. O cara marca às 10h e está chegando aqui em casa exatamente no horário marcado. Fica até às 17h30 sem sossegar. Como sei valorizar a pontualidade das pessoas! 
Além disso, o que não é pouco, me dá sempre uma atenção naqueles pequenos reparos que eu devia ter feito há tempos e não tinha vontade ou alguém que o fizesse.
Já consertou tomada, já trocou o varal, já cobriu com gesso uns espaços que deixaram faz anos no banheiro e na cozinha.
Tudo indica que amanhã, no final do dia, tudo estará pronto. Parto para a limpeza final. 
(Esta última fotografia era do ap. antes da pintura. E estava tudo tão arrumadinho...)
*ferrou.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Da Série: Contos Mínimos

Um era francês, o outro brasileiro. E se encontraram assim, por acaso. Tinham muita coisa para oferecer: gostos parecidos, gestos similares, intenções comuns. Uma noite agradável.

E depois?

Depois é o que contam da gente: pode ser alguma coisa ou coisa alguma. Depois é memória.  Depois é apenas memória.  Depois não há futuro fora das amarras das lembranças dos outros. Depois de nossa estadia, passagem, não há história. E depois é o que a gente deixou por aqui, seja através dos filhos, dos discos, dos livros, dos textos que escrevemos. Até que a frequência dessa lembrança se esvaia com-ple-ta-men-te.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

7 anos de blog.

O número 7 é, com certeza, o mais presente em toda filosofia e literatura sagrada desde os tempos imemoriais até os nossos dias. Ele é sagrado, perfeito e poderoso, afirmou Pitágoras, matemático e pai da numerologia. É também considerado um número mágico. É um número místico por excelência. Indica o processo de passagem do conhecido para o desconhecido. Ele é uma combinação do 3 com o 4. 
O 3, representado por um triângulo, é o espírito; o 4, representado por um quadrado, é a matéria. O 7 podemos dizer que é espírito na Terra, apoiado nos quatro elementos, ou a matéria “iluminada pelo espírito”. 
É a alma servida pela natureza. O número 4 que simboliza a Terra, associado ao 3, que simboliza o céu, permite inferir que o 7 representa uma totalidade em movimento ou um dinamismo total, isto é, a totalidade do universo em movimento.
O sete é o número da transformação, é a primeira manifestação do homem para conhecer as coisas do espírito. Ao lado do 3, é o mais importante dos números sagrados na tradição das antigas culturas orientais.
Entre os judeus a concepção oriental do 7 se manifesta no Candelabro de sete braços (MENORAH), que representa tanto a divisão em quatro partes da órbita da Lua, que dura 4 vezes 7, quanto os sete planetas.

Uma aposta que se perde!

A gente aprende a lidar com a ausência quando só há ausência. Se a presença é escassa, se não há reciprocidade, se é preciso implorar a comp...