sábado, 25 de junho de 2016

Da Série: Contos Mínimos

Por que as palavras sempre fugiam? Parecia que elas estavam aonde não podíamos estar. Ocupavam os lugares mais áridos, as noites mais escuras ou as claridades impossíveis de enxergar. 

terça-feira, 21 de junho de 2016

sábado, 18 de junho de 2016

Da Série: Contos Mínimos

Se o amor já vai embora, sempre é cedo. Tem muito dia pela frente se ele não está por aqui. Sobra espaço. Sobram horas. Ah ... se não fosse a música pra me preencher.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Entre médico e loiras

Quando eu era bem pequeno e me perguntavam o que eu queria ser quando crescesse, eu prontamente dizia: médico. Não me lembro o porquê dessa resposta. Não havia médico na minha família (acho que nem entre os amigos da família), mas é possível que esta profissão já fosse socialmente reconhecida e eu já tivesse sido interpelado por isso.
Além dessa clássica pergunta, eu tb era questionado sobre gostar mais das loiras ou das morenas. E eu dizia, sem pensar duas vezes, das loiras. As loiras já deviam, mesmo para homens bem pequenos como eu, povoar os sonhos. Eu sequer sabia o que era gostar mais, mas respondia. Talvez eu estivesse pensando que as mais bonitas eram as mais raras e as loiras, no Rio de Janeiro do meu dia a dia, eram praticamente inexistentes ou já tinha ouvido que Os homens preferem as loiras.
Nem médico e nem loiras na minha vida. Quer dizer, médicos periodicamente e loiras, muitas loiras, na minha vida. Não na vida amorosa, mas, principalmente, na profissional: desde as que ocupam os bancos em sala de aula até as que dividem comigo o colegiado do curso de Letras.
Entre médico e loiras ... eu não realizei os meus sonhos de criança. Uma vez eu quis dançar, dancei completamente nessa ideia. Quis cantar e não saí do banheiro. Quis viajar muito e conhecer países exóticos. Exótico foram esses sonhos não realizados.
Fiz coisas que não pensava fazer, mas que me eram possíveis em virtude da minha vida. Filho de professora, neto de professores, sobrinho de professores, a escola, portanto, estava inscrita na minha vida. Professor por gostar muito da Língua Portuguesa.
Não me casei nem com loiros e muito menos com loiras: esta cor de cabelos jamais me chamou atenção.
Entre médico e loiras, a vida deu mil e uma voltas. E ando por aqui, ainda hoje, tentando realizar alguns daqueles sonhos de criança. 

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Da Série: Contos Mínimos

Encontrei um relógio que desmarca as horas. Fui voltando.  Voltando até que reencontrei a minha mãe sentada na varanda. Fui voltando até que a saudade não existia mais. Mas o relógio não parava. Cheguei a minha infância, de volta a sua barriga, ao seu desejo. Resolvi ficar por lá.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Uma negação gritando por socorro

Nesta semana eu sonhei com um bilhete, que eu encontrava sobre a minha cama, de um tio que se despedia de mim. Era apenas isso: uma despedida. E o bilhete era assinado, simplesmente por Tio. É claro que eu não acho que os sonhos sejam presságios, que os sonhos sejam um aviso, que os sonhos me revelem o futuro. 
Eu acredito que o sonho seja de verdade a manifestação do meu inconsciente: e sendo assim, ele me diz alguma coisa. Em despedida tem ida, tem despe, tem pedi(e), tem pedida, tem despedi (e), tem es(x)pedi(e), tem des-pedir, ou seja, des-desejar. Tem uma negação gritando por socorro.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Da Série Músicas que me tocam

Fazia um bom tempo que eu não ouvia o CD Milagreiro de Djavan. 15º álbum do cantor, lançado em 2001. 
Lembro-me que foi, como acontecia com quase todos os discos dele, amor a primeira vista. Fiquei logo apaixonado pela música Farinha, primeira faixa deste LP. Que som delicioso para dançar e ouvir. Um forró animado. Não dá pra ficar parado. Bem, o CD todo é muito bom!
Hoje, sabe-se lá o motivo...assim como quem nada quer...entre um tempero e outro, de repente, me deu uma saudadezinha deste disco e começo a ouvi-lo.
Ouço tudo, danço, canto. Vou relembrando as letras e pensando nesse momento da minha vida: me preparando para me mudar do interior do Paraná para o Rio de Janeiro para fazer o doutorado na UFF. Tempo bom! Cheio de expectativas.
Entre uma lembrança e outra o disco vai chegando ao fim e...o finalzinho é ainda mais emocionante: Cair em si, última faixa deste LP, é pra mim, uma obra de arte. É uma canção linda demais: um casamento perfeito entre a música a letra e a voz de Djavan.
Não parei mais de ouvi-la. Inclusive estou fazendo novamente enquanto escrevo esse post.
Vale ouvir, conferir e se deliciar com esta canção. Vou postar aqui duas versões, uma do cantor/autor e outra de uma cantora amadora, Bárbara Barcellos, que tb arrasa na interpretação da música. Espero que gostem!

Uma aposta que se perde!

A gente aprende a lidar com a ausência quando só há ausência. Se a presença é escassa, se não há reciprocidade, se é preciso implorar a comp...