terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Encontros (texto)

Final do ano temos finalmente (desculpem o trocadilho) tempo para reencontrar os amigos, né? Este ano não foi diferente. Desde que saí de Cascavel, de férias, estou reencontrando os grandes amigos que foram ficando, no decorrer do ano (especialmente neste), pelos subúrbios do coração: ou nos possíveis encontros virtuais ou nos quase impossíveis telefonemas (dos quais não sou nada fã) .
Aí fico pensando, quando estou junto de toda essa gente que me é tão cara, como é que tenho a coragem de escolher quase sempre o trabalho?! Não é escolha, é condição. Tudo bem, já me redimi.
Hoje foi mais uma noite especial, jantei com 2 amigas especiais: Zaíra e Nanci (acima) - esta vejo sempre, mas nunca é demais!) Rimos muitos, matamos um pouquinho a saudade que se acumulou, limpamos as teias, espanamos as poeiras.
Eu e Silvia (à esquerda); Rogério e Sandro (abaixo)

Primeiro Casamento Gay da América Latina (texto)

Ontem, dia 28 de dezembro de 2009, casaram-se, na cidade argentina de Ushuaia, Alex Freyre e José Maria Di Bello. Poderia ser uma noticiazinha de nada, uma daquelas notas de coluna social, mas não é. É história!
O Casamento foi registrado no cartório civil da cidade, capital da província da Terra do Fogo, no extremo sul do país.
A decisão foi baseada na igualdade jurídica garantida pela Constituição e na autorização prévia da união por uma juíza de Buenos Aires.
É importante lembrar que a Argentina foi o primeiro país da região a aprovar uniões civis de gays, em 2002.

A Importância da Cidade da Música - (in)coerência da Mídia (texto)

A imprensa é mesmo um lugar estranho para se querer encontrar coerência (ou talvez seja essa a coerência da mídia).
Estou aqui com O Globo nas mãos, o Segundo Caderno, meia página de um texto sobre a reforma do Tetro Municipal (aqui no Rio de Janeiro). Primeiro, o texto fica estacionado quase que totalmente nos espetáculos que não acontecerem aqui por conta das obras no teatro ou na precariedade das outras salas (alternativas para essa temporada de atraso na conclusão da reforma); depois, ressalta a importância da Cidade da Música, projeto do ex-prefeito da cidade, César Maia, não concluído no período previsto (na verdade, ainda em construção).
Mas o que me chamou a atenção não foi nem uma coisa e nem outra, mas a posição do jornal em torno da "importância" desse projeto.
Li nas páginas desse jornal durante os anos do ex-prefeito críticas de toda ordem em relação à Cidade da Música. Vi de tudo, desde o desvio de verbas até a inutilidade do projeto, a localização (distante do Centro), o grande elefante branco do Rio etc. e agora ressalta-se que seria, se estivesse pronta, a alternativa para o Grande Teatro em obras. Tem até uma observação quanto à frequência, ainda que longe do Centro, "os cariocas teriam que começar a criar o hábito de frequentá-la."

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Julie & Julia (Filme)

Acabamos de assistir (Nanci e eu) ao filme Julie & Julia. Ele intercala a vida de duas mulheres que, separadas pelo tempo e pelo espaço, querem realizar algo para dar sentido àquela vida de todo dia.
Algo pra olhar, se orgulhar e ficar feliz .... até descobrirem que com a combinação certa de paixão, coragem e manteiga, tudo é possível.
A história real de Julie Powell (Amy Adams) que decide cozinhar, em um ano, as 524 receitas da renomada cozinheira Julia Child (Meryl Streep), do livro Mastering the Art of French Cooking (1961), e narrar suas experiências em um blog.
Supostamente, Julie e Julia colocaria a comida como a terceira personagem, mas há muito mais entre temperos, panelas e bon appétit.
Julia Child foi uma personalidade única na televisão norte-americana. Com 1,88 m e dona de uma voz parecida com a de um peru cantante, trouxe a culinária francesa para a mesa dos cozinheiros e cozinheiras ao lançar o livro e, posteriormente, com mais de uma dezena de programas de TV.
O filme é divertido, a trilha sonora é muito boa, as atrizes dão um show. Vale à pena ver outra vez. Ah, eu fiquei com vontade de aprender a cozinha e a Nanci de comer.

Os óculos do Drummond (texto)

A partir desta segunda-feira (28), a estátua de bronze do escritor Carlos Drummond de Andrade passa a ser monitorada 24 horas por câmeras da CET-Rio. O objetivo é tentar impedir ou ao menos flagrar atos de vandalismo que se tornaram recorrentes.
A escultura, que também ganhou óculos novos nesta segunda-feira, foi alvo de vândalos oito vezes desde 2007. Da última vez, além dos óculos, o braço direito foi danificado e está com uma rachadura, uma possível indicação de que alguém tentou arrancá-lo.
Em 2008, a estátua foi adotada por um fabricante das lentes para óculos, que pagou pelo conserto e pela instalação das câmeras de segurança. A escultura ganhou ainda duas placas de identificação, com informações sobre a vida do poeta e a empresa responsável pela adoção.
A reposição dos óculos custa R$ 3 mil em gastos com material e mão-de-obra. Na última vez que foi furtado, o acessório de bronze foi fixado com um pino e soldado na estátua.
Esses óculos vandalizados não têm nenhum valor monetário, até porque eles, quase que de forma geral, são apenas arrancados, quebrados e os pedaços ficam por ali mesmo no Posto 6 perto da estátua do poeta.
Uma pena que a gente ainda precise educar as pessoas para que elas entendam que o patrimônio é nosso. É para enfeitar a cidade e homenagear um dos nossos maiores poetas.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Dormir (texto)

Dormir é o melhor do início das férias. Na verdade, dormir é bom sempre.
Este ano trabalhei muito. Tudo culpa do João (A Greice, a Helenita e a Cida tb têm culpa no cartório). Pensei, muitas vezes, que não daria conta do recado.
Alguns dias achei que minha cabeça ia explodir. O corpo estava jogado fora. E o trabalho não parava de chegar.
É claro que tb tive bons momentos, durante este ano de trabalho. Primeiro, a certeza de que trabalhar em equipe é muito bom (Rodrigo é um excelente companheiro e a tranquilidade do João sempre vinha em boa hora). Depois, que mesmo na tensão a gente ri.
No colegiado, tanto do mestrado quando da graduação, a equipe tb funcionou muito bem. A equipe de lingua portuguesa sempre está pronta pra tudo. Até para ouvir as reclamações pessoais.
Mas este ano trabalhei com o pessoal de inglês e espanhol com maior aproximação e o resultado não foi diferente.
Por tudo isso, mereço mesmo dormir muito. Até tarde. Dormir depois do almoço. E ir para cama cedo. Dormir andando e dormir no cinema, enfim, dormir até o corpo descansar.

Pequenos objetos - Parte II (texto)

Ainda nos meus pais, continuei mexendo agora nas minhas coisas, numa caixa de cartas antigas (nela foram guardadas cartas desde os meus tempos de criança.) Uma volta no tempo: cartões enviados à minha mãe, cartas dos amigos do ensino médio, ex-alunos, gente que eu nem faço ideia de quem seja, mas que fez parte da minha vida num momento.
Li cartas e cartões tão lindos. Cartas de amigos que estavam longe e outras de amigos que moravam tão perto, mas que por algum motivo, nos correspondíamos: uma saudade muito grande dessas pessoas que foram importantes num momento de minha vida.
Amigos da escola, do bairro, da universidade, amigos que se mudaram para outros estados ou países.
Encontrei por lá cartas de Robson, Cátia, Nanci (muitas), Wilson (muitas), Elpy, Fátima, Rômulo, Rosilda, Márcia Crepaldi, Gracinha, Ana Carla, Ana Maria, Luciana, Lucimara, Lúcia entre tantos outros.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Pequenos objetos (texto)

Estive na casa dos meus pais, primeira vez depois da morte de minha mãe. Foi muito grande a emoção de estar por lá e não encontrá-la. Estranho demais o que senti. Meu padrasto foi me encontrar no portão com os olhos cheios de lágrimas. Eu me segurei até onde foi possível. Mas ao mexer nos seus objetos pessoais, nas nossas fotografias, nas cartas recebidas e enviadas, nos cartões de natal que lhe enviei, nos bilhetes que guardei com brincadeiras ou lembranças para um de nossos dias, nas suas cartas de tarô, nos anéis, cordões, não deu para não me emocionar.
Nunca comemorávamos o natal com ceia, com a família reunida ou coisa parecida. Mas jantávamos juntos na véspera do natal e o almoço no dia 25 de dezembro era quase sagrado. Almoçamos apenas nós dois.
Muitas lembranças. Muita saudade. Mas a certeza de que ela agora está melhor do que estava. Sem sofrimento. E a gente vai levando...

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Bibloteca Digital Mundial

O endereço estava no blog de um amigo (Pensamentos Negros) e aí, é claro, fiquei curioso e entrei para ver o material disponível. Incrível! Vale à pena entrar e explorar. Primeiro por continente, depois por países. Tem muito material interessante e impostante.
É é para todos nós!!!!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Da Série Contos Mínimos (texto)

Descobriu numa velha agenda antigos amigos, lembranças, datas comemoradas, nomes esquecidos. A sensação de que o tempo passou, saudades, números nunca discados. A velha agenda contou-me como éramos.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Receita de ano novo (Poesia)



Receita de ano novo


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)


Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.


Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Sou organizado do meu jeito (texto)

Organização não tem meio termo (ou tem?). Não se pode, pelo menos do meu ponto de vista, ser mais ou menos organizado. Ou vc é ou vc não é. Essa história de que se é de um jeito particular organizado, soa estranho. Acabei de ouvir de um grande amigo aqui em Curitiba que: "Sou organizado do meu jeito, se eu coloco o meu colírio, por exemplo, em um lugar sei que vou encontrá-lo naquele lugar."
Fiquei pensando ... como é que alguém pode achar que colocar um colírio, por exemplo, sobre o fogão e encontrá-lo quando o procurar pode ser considerado uma pessoa organizada. Lugar de colírio, por exemplo, não é, definitivamente, sobre o fogão. Ou é?
Sou organizado quase beirando o transtorno obsessivo compulsivo (mais conhecido como TOC) e fico mais impaciente se procuro alguma coisa e perco mais de cinco minutos nessa busca. É claro que isso é um sofrimento tanto para quem é assim quanto para quem precisa conviver com quem se comporta daquele jeito.
Não consigo sair de casa se a cama não estiver arrumada, se tiver louça na pia. Não consigo estudar se o escritório não estiver arrumado, se os livros estiverem fora do lugar ou se eu souber que a área de serviço está desorganizada. Obsessão pura.
Já tentei até psicanalista, mas acho que é mais grave e preciso de um psiquiatra, ou internação. O fato é que gente mais ou menos organizada ... não existe.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Beijo Bandido (CD - Ney Matogrosso)

Regravações se justificam num CD quando o artista acrescenta à música informação, do contrário pra quê cantar o mesmo? Mas estou falando de Ney Matogrosso. Beijo Bandido o mais recente CD do cantor está repleto de regravaões que se justificam.
Estou aqui escrevendo ao som de Segredo (Herivelto Martins e Marino Pinto), para quem não se lembra é aquela com uma rima improvável e única na MPB "o peixe é pro fundo das redes/segredo pra quatro paredes".
É tudo muito bom! Além do excelente repertório regravado, tais como Tango pra Tereza, Nada por mim, Segredo, A bela e a fera, Doce de coco, Mulher sem razão, À distância, entre tantas outras, o CD tem tb inéditas compostas por Vitor Ramil e Luis Bonfá.
O encarte é um presente à parte: fotos lindas e bem cuidadas. Todo no prateado. E, ainda que não tenha nada a ver com as interpretações e nem com a qualidade do trabalho, o cantor continua em forma.

Uma aposta que se perde!

A gente aprende a lidar com a ausência quando só há ausência. Se a presença é escassa, se não há reciprocidade, se é preciso implorar a comp...