sábado, 4 de abril de 2015

Sorvete de limão

Resultado de imagem para sorvete de limão ana maria bragaIngredientes:

Leite condensado
Creme de leite
1 Xícara de suco de limão
1 Colher de raspa de limão
3 Claras de ovos
3 Colheres de açúcar

Modo de fazer:

Misture o suco de limão a ao leite condensado (até virar um creme), depois misture a raspa de limão (para a raspa de limão, basta ralar a casca do limão);
Bata as 3 claras com as 3 colheres de açúcar até o ponto de neve; em seguida misture o creme de leite.
Acrescente a esta última mistura àquela primeira e pronto. A consistência é a de uma mousse. Coloque no congelador e no outro dia o sorvete estará pronto.




















quarta-feira, 1 de abril de 2015

Cabeça vazia é morada

Resultado de imagem para cabeça vazia e morada do diaboPreciso me ocupar muito porque sou dos acreditam que cabeça vazia é morada do diabo. Sinto que quando tenho muito o que fazer pouco tempo me sobra para pensar nas coisas periféricas. 
As coisas periféricas moram naqueles pensamentos destrutivos, nos espelhos que nos deixam nus, na baixa autoestima, na tristeza. Bem, não quero com isso dizer que essas coisas periféricas não possam habitar os nossos pensamentos. Não só podem como habitam, independente da nossa vontade. Isso é humano.
Mas o que quero dizer é que a forma como isso se encontra em mim é perigosa. Fico muito tempo, mais do que o que considero normal, entregue a essas situações.
E ainda que eu reclame dessa vida intensa, desses convites de projetos que me acompanham sempre, eu sei que são eles que me movem. Gosto e preciso dessa intensidade de coisas para fazer: funciono bem assim, ainda que no fim do dia eu me sinta estragado.

Abre alas (Ivan Lins)


Encoste essa porta que a nossa conversa
Não pode vazar
A vida não era assim, não era assim
Bandeira arriada, folia guardada
Pra não se usar
A festa não era assim, não era assim
(Abre alas, 1974)

segunda-feira, 30 de março de 2015

Volta às aulas e o cuidado de não piorar o que está ruim

Resultado de imagem para volta às aulas na universidadeA vontade de estar em sala de aula estava me angustiando nos dias de paralisação contra os desmandos do (des)governo do Paraná. Fiquei feliz com o fim da greve e muito mais com o recuo do governador sobre o pacotaço contra o funcionalismo público do estado.
E dei a primeira aula, na segunda semana, em vista de as aulas terem começado exatamente na quarta-feira (dia da minha aula) e, por ser o primeiro dia de aula, a recepção dos calouros ter acontecido nesse dia.
E aí parece que tudo volta o normal e a gente fica sem tempo para parar e pensar na aula seguinte. Que bosta esse ritmo de trabalho! Nessa mesma quarta-feira viajei para um evento: coordenação de um simpósio, apresentação de trabalho e no sábado uma banca de dissertação.
Claro que nem tudo foi trabalho. É lógico. Também aproveitei para encontrar amigos, tomar um chope, bater papo, falar besteira, mas, sem me esquecer do que tinha para fazer durante o evento: o texto para apresentar não estava finalizado e a dissertação não estava totalmente lida com as observações. Fiz tudo isso durante três dias.
E aí, ao chegar em casa, mais obrigações da universidade para deixar em ordem. Preciso entrar verdadeiramente no ritmo (é a segunda vez que uso essa palavra aqui) do ano letivo, da vida acadêmica.
Dia 14 tem, finalmente, a banca de Professor Associado. E preciso me preparar. Já andei relendo o texto e percebendo que eu preciso ainda fazer reparos nele. Bem, esse já foi pra banca, mas para uma futura publicação e para os membros, preciso justificar esses furos.
Além disso, deixei atribuições acumuladas e tenho que dar conta delas até o fim desse semana.
Bem, uma coisa de cada vez para não piorar o que não está bom.

Da Série Contos Mínimos

Depois de muitos anos  os irmãos conversaram pela internet. Em princípio, uma conversa dessas que a gente inicia ao se sentar ao lado de um desconhecido e fala sobre o tempo. E, aos poucos, perceberam que aquela era a oportunidade de dizerem-se saudosos. Foi uma boa conversa. Dessas que terminam com os olhos cheios de água e o coração apertado de saudades.

domingo, 29 de março de 2015

Da Série Contos Mínimos

Resultado de imagem para nada
Vivia de um lado para o outro sem se concentrar. A vida já não tinha a mesma graça. Nem música, nem filme, nem nada.

domingo, 22 de março de 2015

Detalhes


Mas "quase" também é mais um detalhe...

Da Série Contos Mínimos

Resultado de imagem para um homem sozinho Falaram muito sobre a saudade. Prometeram se encontrar. Combinaram diversas e (im)possíveis conversas. Que quase aconteceram, mas "quase" também é mais um detalhe. O tempo não permitiu. A vida é desse jeito, enquanto pensamos nela, ela simplesmente acontece.

terça-feira, 10 de março de 2015

A saudade corta

A tua saudade corta
Como aço de naváia
O coração fica aflito
Bate uma, a outra faia
E os óio se enche d´água
Que até a vista se atrapáia, ai...
(Cuitelinho) 

 






segunda-feira, 9 de março de 2015

Transbordada

Resultado de imagem para transbordadaDepois que o vento leste dissipar
Toda nuvem de rancor
Talvez ainda reste algum amor
Dissolvido pelo ar
... (O sol desaparece)


Estou aqui ouvindo pela primeira vez o mais novo CD de Paula Toller, Transbordada. Escrevo enquanto as faixas vão me tocando. Bem, que ela é uma das cantoras da minha geração, além de linda, sensual, charmosa etc. eu já disse aqui (não disse?) Bem, se eu não disse, eu já pensei dizer e por hora isso basta. O que não disse é que como vinho, ela fica cada dia melhor: e aí, usem a sua imaginação para descobrir a que me refiro, em se tratando dela.
A Paula Toller está cantando muito mais do que já cantou algum dia. Sua voz com o tempo foi ficando com muito mais identidade do que no auge de sua carreira nos anos 80/90, quando o Kid Abelha e Os Abóboras Selvagens estouraram com Pintura íntima, entre outros tantos sucessos (Seu espião, Por que não eu?, Como eu quero, Lágrimas de chuva) que me faziam correr para o meu 3x1 para não perder a gravação. Não estou me referindo a uma marca de voz. Isso ela sempre teve. Uma voz doce, tímida. Refiro-me à identidade de força vocal. Ela não faz mais força pra cantar. Alcança notas que nem esbarrava. Acho que o tempo deu segurança/garganta a ela.
Muita água rolou de lá pra cá. Não sei ao certo quantos CDs (isso tb qualquer busca no google resolve). Sei que tenho quase todos. Alguns não consegui comprar na versão CD, mas os mantive, no Rio, na casa dos meus pais, na versão LP (LongPlay). Não sei ainda se estão por lá. Não devem estar, mas hoje em dia tem o Deezer (um aplicativo que vc paga mensalidade e tem acesso as músicas, quase todas as músicas de quase todos os artistas) que é praticamente uma discoteca, ops, CDteca, disponível, à mão para qualquer eventual necessidade.
Bem, Transbordada é um CD bem pop. Pelo menos até a faixa 8, aonde estou agora. São 10 músicas: Tímidos românticos, Calmaí, Já chegou a hora, O sol desaparece, Ele oh ele, Seu nome é Biá, Será que eu vou me arrepender, À deriva pela vida, Transbordada e Ohayou.
Não sei de quem são as composições porque o Deezer não me dá essas informações. Uma pena porque amo encarte de CD, assim como amava os encartes de LPs e é por ali que encontramos os nomes de todos que participaram do projeto. Me parecem que as letras são dela, se não são, são de parceiros que costumam com ela dividir música e letra porque tudo é a cara da Paula solo Toller.
Gostei muito do que ouvi até agora, estou na última faixa neste instante. Transbordada é um CD alegre, com faixas que falam tb de amor, de amar. Eu amei. Indico para quem quiser ouvir. Estou agora na segunda audição, um pouco mais atento, prestando atenção nas letras. 
Minha predileta até agora é O sol desaparece (faixa 3), porque letra e música casaram com o meu gosto. Bem, chega de papo, ouçam e me digam o que acham.

Inezita Barroso (1925-2015)


Morreu, neste domingo (8), a cantora e apresentadora Inezita Barroso. Aos 90, completados no último dia 4.
Impossível não me lembrar da minha mãe ao saber dessa notícia. Ela vivia cantando pra mim "Moda da pinga" (1954) e "Ronda" (1953), ambas gravadas pela cantora. Aquela muito engraçada, apesar de falar de alguém que bebe tanto que precisa sair carregada por dois soldados, esta, triste demais, porque fala da busca, da solidão, de um amor perdido.


Bem fica aqui a minha homenagem a esta que além da TV e da música, fez carreira no rádio, cinema e teatro, como atriz e produtora de peças musicais. Em novembro de 2014, Inezita ainda conquistou um posto na Academia Paulista de Letras.

sábado, 7 de março de 2015

Luisa Marilac "não percebe" que ao falar do corpo uniformizado reforça o discurso do lugar possível para a travesti


Luisa Marilac não está na pior
Atentar-se para o que se diz/como se diz, mesmo quando se pensa produzir um novo outro lugar para si (a resistência). Porque pode-se, ao contrário, estar reproduzindo um lugar possível para se ocupar. Claro que no fato de pode dizer-se, há sim resistência, mas nem sempre. E quase sempre há tb muito mais uma dose de conformidade/resiliência do que de qualquer outro ingrediente.
A domesticação do corpo como se fosse um ganho é, na verdade, o lugar do óbvio, do senso comum, daquele lugar que se deve ocupar mascarado de novidade.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Da Série Contos Mínimos

Eu olhava pra dentro de mim enquanto você me fotografava. Aquele sorriso sequer era meu. Tudo isso (e até mais um pouco) se via nos meus olhos. Mas ninguém notou porque havia aquele sorriso.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Da Série Contos Mínimos

Minha mãe estava sempre ali se fosse necessário para me recontar alguma falta. Caso houvesse algum esquecimento, um lapso, uma ausência qualquer, ela estava sempre ali pronta pra qualquer informação que fosse necessária. A menmória era construída assim.

Curtam o Curta!


quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Da Série Contos Mínimos

Não havia como trabalhar desse jeito. Ela não ficava quieta. De cinco em cinco minutos (sem exageros) tinha qualquer coisa para me perguntar, para me comunicar, para me mostrar e eu educadamente parava o que estava fazendo para lhe atender. Bem, a manhã não seria produtiva desse jeito. Resolvi ouvir música.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

6 anos de Do avesso

O meu blog fez 6 anos. Uma criança, é verdade! Daquelas crianças que se ligam no mundo com os recursos possíveis. Uma criança contemporânea: aquela ligada no celular, no tablet. Aquela que já nasceu conhecendo todos os botões da tv, do smartphone, do computador. Pretensão?! Talvez.
Sou ligado no mundo. E o blog tem que refletir isso! Não parei na beira da estrada esperando o tempo passar. Ele passou, mas eu peguei uma carona. 
Ser ligado não quer dizer compreender tudo e todos ou saber responder todas as questões. Não mesmo! Ser ligado é ter os ouvidos bem abertos: para poder ouvir aquilo que é diferente.
Eu não tenho mais aquele pique de escrever diariamente, mas procuro tá sempre por aqui. 
Eu gosto de observar as pessoas, seus comportamentos, suas opniões. Gosto de gente. De conversar, de saber o que estão ouvindo e lendo. E aproveito desse material como motivação para as escritas no Do Avesso
Obrigado por fazerem parte disso! Seja lá quem sejam vocês!!!!!

O egoísta

O egoísta nunca se dá conta do seu comportamento, porque para ele o mundo deve sempre satisfazê-lo. E isso, do seu ponto de vista, é um grande favor que ele faz, já que tudo precisa girar em torno de si. 
Ele sempre acha que agiu ou conscientemente, ou motivado pelo seu coração, intuição, porque não consegue ver nada além do próprio umbigo. O seu nariz, os seus interesses é que dão o tom de tudo.
Às vezes, ele diz que só podia fazer o que fez. Coitadinho dele!
A sua ingenuidade convence, a sua bondade comove, mas ele lá no fundo sabe bem quem é.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

50tinha

Os cinquenta passaram num susto. Cinquenta anos e uns dias, umas horas e muitos minutos depois eu continuo me sentindo exatamente como estava antes da hora H. Não muda nada (ou, quase nada). Acho que a mudança maior seria passar de 33 para os 55 assim de um dia para o outro, mas como isso não acontece, pelo menos não ainda, foi tudo muito natural como tem que ser .
Quando a gente está com 49 anos, no ano seguinte serão cinquenta e pronto. Agora a diferença é que ao me perguntarem a idade eu tenho que informá-la. 50, moça! Isso, sou de 1965! Dezenove de janeiro de 1965. 
É, são cin-quen-ta aninhos de crises, diversões, amizades, amores, risos e choros, perdas, ganhos, idas e voltas. Muita gente passou por mim, eu passei por muita gente. Muitos ainda passarão. E a vida vai seguindo em fente!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Murder on the dance floor


Estamos condenados

Tava, hoje, aqui pensando no tempo em que jurávamos estar juntos para sempre: que estranho isso, querer alguém pra toda vida e de repente aquele amor virar uma outra coisa. É complicado mesmo entendê-lo. Tão complicado que chamamos isso de amizade, carinho, afeição porque ele nem esbarra no que já foi. Ou porque não sabemos que nome atribuir ao desamor. O que é o amor? Pra onde ele vai, quando o amor acaba?
Um dia a gente quer muito alguém e algum tempo depois não quer mais do mesmo jeito. 
Acho que esse amor já vai se transformando a cada dia e a gente não se dá conta, até que ele se transforma e só aí percebemos. É como envelhecer, a gente se olha tanto no espelho que nem nota o tempo que passou, mas basta se deparar com uma fotografia antiga ou com um velho amigo a quem não se vê com frequência para se surpreender com o efeito do tempo. Os amigos de longe envelhecem mais.
Eu não sinto saudade dos nossos dias. De verdade, mas sei que nunca vou esquecê-los. Não dos detalhes, esses não me importam, mas do que eles significam hoje quando os relembro. Eu já quis apagar tudo da minha memória, mas não deu/não dá. Isso fica como um Brilho Eterno. Fica ali sendo recontado (com as lembranças ruins e boas marcando presença acima de todas as outras).
Apagar é impossível. A lembrança, inclusive, é uma das facetas do amor. O que seria de nós sem ela? Ela é o que nos amarra ao passado. A gente supera o amor, mas deslembrar não dá mesmo.
Não quero ser seu amigo, não quero fazer parte da sua vida presente, mas faço parte da sua vida assim como você faz da minha e pronto. Basta alguém me perguntar sobre as coisas do amor e você estará ali como um fantasma rondando minhas lembranças, assim como estarei na lembrança de outros, da sua, com certeza, porque já fomos um do outro e não importará, mesmo que, depois de tudo, tenho "ela" partido, casado, mudado, sumido, esquecido ou que quer que haja feito, em suma? Diria-me o poeta: tiveste uma parte da sua vida que foi só tua e esta "ela" jamais poderá passar de ti para ninguém. É um bem inalienável que nos pertencerá pra sempre. Incrível!
Bem, o que passou passou e é daqui pra frente. Agora não somos mais um, somos dois: a sua e a minha vida. Planos separados, outros futuros. O tempo sabe passar.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Da Série Contos Mínimos

Havia um mundo mas eu não me encontrava em canto algum. Eu me senti assim por muito tempo. Estava verdadeiramente sozinho. A minha salvação era o Rivotril. Só ele me fazia acreditar que aquilo uma hora passaria. Não passou.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Leva e traz

Alguns encontros são sempre bons. Hoje, encontrei um dos meus amigos mais antigos e ficamos parte do dia juntos jogando conversa fora: falando sobre coisas desimportantes, rindo de situações antigas e de novas situações, falamos sobre coisas sérias,  matamos a saudade de tanto tempo...
Sinto por você um amor que não se acaba. A vontade era a de estar mais próximo, mas a vida nos chama para outros lugares e a gente ouve e vai. Mas ela também nos traz de volta e a gente obedece.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Como uma boa lembrança

Bem, hoje remexendo nas minhas coisas, aqui no Rio, encontro  6 cartas antigas. 3 delas da minha mãe. Todas de 1999. Não foi fácil lê-las. É um turbilhão de lembranças e sentimentos misturados que me levam pra muitos lugares, nem todos bons, nem todos fáceis de rememorar ou de estar.
De toda forma, foi muito bom poder reler essas cartas (mesmo me transbordando) e me lembrar de coisas que estavam acontecendo à época. 
Minha mãe estava sempre preocupada, querendo saber se eu tinha grana, se eu estava me alimentando bem, como estava o trabalho, quando eu voltava para o Rio etc. (assim como a maioria das mães o fazem). Em uma delas, ela sugere que eu largue as aulas na universidade e volte para as aulas de segundo graus, no Rio, para ficar mais próximo.
Em todas as cartas ela faz referência à conclusão do mestrado. As cartas eram de abril de 1999 e muito provavelmente eu devia tá numa tensão daquelas. Esse período não foi fácil! Eu defendi a dissertação apenas em julho desse ano.
Ela me escrevia muito. E eu tinha todas as cartas até me mudar para o Rio, para o doutorado. Nessa mudança, perdi todas elas (com exceção dessas 3). A esperança é a de que um dia eu as encontre. Sabe-se lá. 
São 3 cartas de abril, dia 09, 15 e 18. Ela me escrevia muito mesmo e era bom demais receber notícias também por escrito. Nos falávamos quase que diariamente por telefone.
Bem, restaram 3 cartas. Duas delas de um ex de Curitiba, que havia voltado para a casa dos seus pais, em Blumenau. Foi tão bacana poder reler essas cartas. Não namoramos por muito tempo, apenas ficamos algumas vezes.
Uma dessas cartas ele me escreveu no dia do meu aniversário: faz exatamente 16 anos. É tempo demais! Eram cartas ora de despedida, ora de amor, ora de saudade. Ela era muito confuso em relação a mim. Era um menino, ele devia ter uns 20 anos. Nunca mais nos vimos. Ele deixou de responder as minhas cartas, eu liguei certa vez para a casa de seus pais e eles me disseram que ele havia ido embora (mais uma vez) e nos perdemos. Tentei encontrá-lo numa rede social, mas ele à época já era tão alternativo que não me surpreende que não participe dessas redes. Bem, a vida tem dessas coisas, e se encontrar e se perder também fazem parte.
A última carta também de um namoradinho de final de semana. Nos conhecemos em Curitiba em algum lugar que agora já não me lembro. Foi um final de semana intenso. Ele estava sozinho e era um cara muito agradável e bonito. Trocamos cartas por um bom tempo. Não me lembro qual o motivo que nos afastou, acho que a minha volta para o Rio em 2004 ou ele ter se casado outra vez, sei lá. Alguma coisa assim. Faz tempo e já não me lembro mais dos detalhes.
Essa carta não foi também fácil de ler. Por motivos bem distintos dos das da minha mãe. Mas ali ele escreve coisas sobre mim que hoje ainda me são caras e presentes. Acho que em certos aspectos não mudei tanto assim como eu pensava e ler aquilo (claro que não vou mencionar aqui já que se tratam de coisas muito pessoais) me tocou.
Mas foi uma boa lembrança e eu o reencontrei numa rede social e enviei um convite de amizade. Fisicamente, estou tão diferente. Ele não. Não sei se ele vai me reconhecer. Vamos ver...
Bem, essas histórias antigas e tão atuais foram muito agradáveis de reviver.  Bom saber que pessoas deixam também boas lembranças em nossas vidas. Tomara que eles se lembrem de mim com carinho. Recontar o passado quase sempre é melhor do que vivê-lo.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Da Série Contos Mínimos

Não tinha sido "aproveitar uma oportunidade", como eu supunha. Ou era aquilo ou era praticamente nada. Ele não tinha alternativa: morava numa favela com a mãe e os quatro irmãos,  abandonou bem cedo a escola, não conheceu o pai. Eles quase não tinham o que comer. Os dois irmãos mais velhos foram mortos pelo crime organizado do qual faziam parte. Sua vida já estava quase definida até que conheceu um italiano e foi embora com ele.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Da Série Contos Mínimos

De fevereiro até novembro, ele pensou apenas em morrer. Nesse longo e tenebroso tempo, por diversas vezes, achou que a melhor solução para as suas angústias seria por fim a própria vida. Não o fez. E não sabe até agora o motivo de não tê-lo feito. Se morrer fosse apenas abrir aquele portão que estava ali diante dele, ele certamente o teria atravessado.

Desconstruindo gênero

Bem, quem me conhece de verdade, quem convive comigo, conviveu (e conviverá) deve saber que não tenho o menor jeito para trabalhos que envolvam eletricidade, cimento, massa, encanamento e coisas afins (de consertar chuveiro, ou mesmo trocar lâmpadas). 
Eu tremo demais, não tenho paciência e conhecimentos suficientes para realizar nada disso. Sou um zero, definitivamente.
No entanto, para a minha surpresa e depois de ficar por mais de duas semanas tentando encontrar alguém que resolvesse o meu problema: remover e recolocar o rejunte do banheiro do meu apartamento no Rio, eu mesmo o fiz.
A internet é mesmo a enciclopédia dos novos séculos. Não há o que não se encontre por aqui. 
Bem, procurei no Youtube algum tutorial e eis que encontro não apenas um mas vários ensinando desde de preparar a massa, os instrumentos necessários e cada etapa do processo até a limpeza que se deve fazer após a aplicação do rejunte. Eu fiz. Tá lá secando e amanhã, depois de 12 horas de aplicação e secagem, vou ver  resultado desse novo trabalho.
A cara não é a das melhores, mas fiz como se fosse um profissional. Tô feliz com a atitude. O lema é: se não tem quem o faça, faço eu mesmo.
Tenho uma grande amiga, Jacicarla, que é a rainha desses pequenos afazeres. Ela é praticamente um faz-tudo. Quando ela ainda morava em Cascavel, foi diversas vezes no meu apartamento para consertar, trocar, colocar no lugar, instalar, enroscar alguma coisa. Tudo ela sabia/sabe fazer. Eu morria de vergonha, e ela ali desconstruindo gênero.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Da Série Contos Mínimos

Abriu a porta do seu apartamento como fazia toda manhã. Mas ela não dava mais para o grande corredor do seu prédio. Estava em algum lugar e não sabia como sair dali.

Um ano inteiro que ficou...

Os dias voam. E, de repente, um ano inteiro ficou lá atrás. Não propriamente como se o passado não mais nos pertencesse. Não! Nunca é desse jeito se a vida continua. 
Dentro da "vida" tem "ida", porque a vida é assim, pra frente. E é bacana essa ideia de um novo ano para renovar os votos de felicidades e planejar os próximos dias: gosto dessas promessas que fazemos a cada 31 de dezembro. 
É inspirador acreditar na possibilidade dos novos tempos (mesmo que eles sejam apenas uma continuação de tudo aquilo que fizemos/vivemos no ano anterior. E quase sempre é assim). 
Também fiz as minhas promessas. Dessa vez, fui mais ponderado, prometi apenas o que preciso mesmo fazer para melhorar a minha qualidade de vida: é claro que isso esbarra em um montão de gente, mas, em princípio, depende muito de mim.
Já coloquei em prática um pouquinho do que me prometi para 2015. E vou acreditando nisso.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Da Série Contos Mínimos

Ela não apareceu. Logo hoje! Não deu sinal de vida. Não ligou. Nem uma mensagem no celular...
Acho que ela não usa o messenger, não conhece o FaceTime, nem sabe usar o skype. Ela, definitivamente, não é das tecnologias. Vou olhar o Facebook pra ver se ela apareceu por lá. E se não der certo, peço a algum conhecido para mandar um whatsApp. Alguém deve ter o seu contato.

Uma aposta que se perde!

A gente aprende a lidar com a ausência quando só há ausência. Se a presença é escassa, se não há reciprocidade, se é preciso implorar a comp...